segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Leigos são co-responsáveis na Igreja



Trechos da Mensagem do Papa Bento XVI à 6ª Assembleia Ordinária do Foro Internacional da Ação Católica – Romênia - Setembro de 2012

A co-responsabilidade exige uma mudança de mentalidade relativa, em particular, ao papel dos leigos na Igreja, que devem ser considerados não como «colaboradores» do clero, mas como pessoas realmente «co-responsáveis» do ser e do agir da Igreja. Por conseguinte, é importante que se consolide um laicado maduro e comprometido, capaz de oferecer a sua contribuição específica para a missão eclesial, no respeito pelos ministérios e pelas tarefas que cada um desempenha na vida da Igreja e sempre em comunhão cordial com os Bispos.

A este propósito, a Constituição dogmática Lumen Gentium qualifica o estilo das relações entre leigos e Pastores, com o adjetivo «familiar»: «Muitos bens se devem esperar destas relações confiantes entre leigos e pastores: é assim que se fortalece nos leigos o sentido da própria responsabilidade, que se fomenta o seu empenho e mais facilmente se associam as suas energias à obra dos pastores. Estes, por sua vez, ajudados pela experiência dos leigos, tanto nas realidades espirituais como nas temporais, julgarão com mais clareza e exatidão, a fim de que a Igreja inteira, com a energia de todos os seus membros, cumpra mais eficazmente a sua missão para a vida do mundo» (n. 37).

Estimados amigos, é importante aprofundar e viver este espírito de comunhão profunda na Igreja, característica dos primórdios da Comunidade cristã, como testemunha o livro dos Atos dos Apóstolos: «A multidão de quantos haviam abraçado a fé tinha um só coração e uma só alma» (4, 32). Senti como vosso compromisso no cumprimento da missão da Igreja: com a oração, com o estudo, com a participação concreta na vida eclesial e com um olhar atento e positivo ao mundo, na busca contínua dos sinais dos tempos. Não vos canseis de aperfeiçoar cada vez mais, com um compromisso formativo sério e quotidiano, os aspectos da vossa vocação peculiar de fiéis leigos, chamados a ser testemunhas corajosas e credíveis em todos os âmbitos da sociedade, a fim de que o Evangelho seja luz que infunde esperança nas situações problemáticas, de dificuldade e de obscuridade que os homens de hoje encontram com freqüência no caminho da vida.

Orientar para o encontro com Cristo, anunciando a sua Mensagem de salvação com linguagens e modos compreensíveis no nosso tempo, caracterizado por processos sociais e culturais em rápida transformação, é o grande desafio da nova evangelização. Encorajo-vos a continuar com generosidade o vosso serviço à Igreja, vivendo plenamente o vosso carisma, que tem como característica fundamental a assunção da finalidade apostólica da Igreja na sua globalidade, em equilíbrio fecundo entre Igreja universal e Igreja local, e em espírito de íntima união com o Sucessor de Pedro e de co-responsabilidade diligente com os próprios Pastores (cf. Concílio Ecuménico Vaticano II, Decreto sobre o apostolado dos leigos Apostolicam actuositatem, 20).

Nesta fase da história, à luz do Magistério social da Igreja, trabalhai inclusive para serdes cada vez mais um laboratório de «globalização da solidariedade e da caridade», para crescerdes na co-responsabilidade com toda a Igreja e oferecerdes um futuro de esperança à humanidade, tendo também a coragem de formular propostas exigentes.

Hoje sois chamados a renovar o compromisso de percorrer o caminho da santidade, mantendo uma vida intensa de oração, favorecendo e respeitando percursos pessoais de fé e valorizando as riquezas de cada um, com o acompanhamento dos sacerdotes assistentes e de responsáveis capazes de educar para a co-responsabilidade eclesial e social.

A vossa vida seja «transparente», guiada pelo Evangelho e iluminada pelo encontro com Cristo, amado e seguido sem temor. Assumi e compartilhai as opções pastorais das dioceses e das paróquias, privilegiando ocasiões de encontro e de colaboração sincera com os demais componentes da comunidade eclesial, criando relações de estima e de comunhão com os sacerdotes, para uma comunidade viva, ministerial e missionária.

Cultivai relacionamentos pessoais autênticos com todos, a começar pela família, e oferecei a vossa disponibilidade à participação em todos os níveis da vida social, cultural e política, tendo continuamente em vista o bem comum.
Grifo nossoMarcio Canteli

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