quinta-feira, 28 de junho de 2012

Ser ou não ser

Que tal um pouco de filosofia?

A filosofa Viviane Mosé, na série SER OU NÃO SER exibida no Fantástico em 2006 mostra e reflete de forma leve e popular a presença da filosofia no nosso cotidiano.


Os 12 primeiros episódios faz uma breve exposição da História da Filosofia. 

Os episódios posteriores apresentam temas específicos como tempo, razão, paixão, poder...

Tem ainda os episódios especiais sobre educação, que são muito bons.

Assisti todos e recomendo.

Clique no link abaixo e confira pelo Youtube todos os episódios da série 
e boa reflexão!

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Eucaristia: Adoração e Celebração não se contrapõem


Uma reflexão sobre o valor do culto eucarístico, em especial da adoração ao Santíssimo Sacramento.


Uma interpretação unilateral do Concílio Vaticano II penalizou esta dimensão, restringindo na prática a Eucaristia ao momento celebrativo. Com efeito, foi muito importante reconhecer a centralidade da celebração. Porém, como muitas vezes acontece, para destacar um aspecto se acaba por sacrificar outro.

Neste caso, a acentuação dada à celebração da Eucaristia foi em detrimento da adoração, como ato de fé e de oração dirigido ao Senhor Jesus, realmente presente no Sacramento do altar. Esse desequilíbrio teve repercussões também na vida espiritual dos fiéis. De fato, concentrando toda a relação com Jesus Eucaristia somente no momento da Santa Missa, corre-se o risco de esvaziar de Sua presença o restante do tempo e do espaço existenciais.


E assim se percebe menos o sentido da presença constante de Jesus no meio de nós e conosco, uma presença concreta, próxima, entre as nossas casas, como “Coração pulsante” da cidade, do país, do território com as suas várias expressões e atividades. O Sacramento da Caridade de Cristo deve permear toda a vida cotidiana.


Na realidade, está errado contrapor celebração e adoração, como se estivessem em concorrência uma com a outra. É justamente o contrário: o culto do Santíssimo Sacramento constitui o “ambiente” espiritual dentro do qual a comunidade pode celebrar bem e em verdade a Eucaristia. Somente se for precedida, acompanhada e seguida por essa atitude interior de fé e de adoração, a ação litúrgica poderá expressar seu pleno significado e valor.


O encontro com Jesus na Santa Missa se realiza realmente e plenamente quando a comunidade é capaz de reconhecer que Ele, no Sacramento, habita a sua casa, nos aguarda, nos convida à sua ceia e, a seguir, depois que a assembleia se desfaz, permanece conosco, com a sua presença discreta e silenciosa, e nos acompanha com a sua intercessão, continuando a recolher os nossos sacrifícios espirituais e a oferecê-los ao Pai.


É evidente a todos que esses momentos de vigília eucarística preparam a celebração da Santa Missa, preparam os corações ao encontro, de modo que isso resulte ainda mais frutuoso. Estar todos em silêncio prolongado diante do Senhor presente no seu Sacramento é uma das experiências mais autênticas do nosso ser Igreja, que acompanha de modo complementar a celebração da Eucaristia, ouvindo a Palavra de Deus, cantando, aproximando-se junto da ceia do Pão da Vida.


Comunhão e contemplação não podem se separar, vão juntas. Para comunicar realmente com outra pessoa devo conhecê-la, saber estar em silêncio ao seu lado, ouvi-la, olhá-la com amor. O verdadeiro amor e a verdadeira amizade vivem sempre desta reciprocidade de olhares, de silêncios intensos, eloquentes, repletos de respeito e de veneração, de modo que o encontro seja vivido profundamente, de modo pessoal e não superficial.


Com esta fé, queridos irmãos e irmãs, celebramos hoje e cada dia o Mistério Eucarístico e o adoramos como centro de nossa vida e coração do mundo. Amém.


Grifo nosso

domingo, 3 de junho de 2012

A lua como símbolo da Igreja, segundo Santo Ambrósio


Uma bonita e rica imagem da Igreja, porém não tão conhecida, é a Lua. 
O registro escrito mais antigo desta imagem é atribuído ao famoso bispo de Milão, Santo Ambrósio (340-397), doutor da Igreja, que instruindo seu povo, a usou em uma de suas homilias para ensinar sobre o Mistério da Igreja. Para  explicar que ela  existe em função do Cristo, ele a compara com a Lua que não possui luz própria, mas reflete a luz do Sol. Da mesma forma, a Igreja está no mundo para refletir a Luz de Cristo (Fulget Ecclesia non suo sed Christi lumine).  Ela é mediadora e dispensadora da graça santificante; ela é sinal do Reino, mas não é o Reino. A luz que pela Igreja transparece não é sua, mas sim, a Luz de Cristo. Como cada singular cristão, a Igreja pode dizer como Paulo, ‘não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim’ (Gal 2,20).
Faz parte da natureza da Lua os seus seus ciclos, também chamados de fases, que acontecem em função dos seus vários movimentos em torno de si mesma, em torno da Terra e em torno do Sol. Em todas as fases, por menor que pareça o seu tamanho, a Lua reflete a luz do Sol, pois se trata de uma luz que  independe dela. A percepção diferente se dá em função dos movimentos da Lua e da Terra e de quem os observa: tudo é dinâmico e, por isso, mutável!
Da mesma forma, também é a Igreja. Cristo a quis humana e, por isso, é natural que ela tenha suas “fases” de maior ou menor brilho. Santo Ambrósio, ensina que todas as fases da Lua evocam as fases da Igreja. É natural que a fase da  Lua cheia, maior e mais bonita, pareça-nos refletir mais intensamente a Luz do Cristo. Não nos esqueçamos que a Páscoa ocorre sempre nesta fase da Lua!
Todavia, a fase da Lua minguante também apresenta, ainda que paradoxalmente, o Mistério de Cristo, pois quando “esvaziada”, ela revela o que permanece: “Aquele que tudo preenche”. Fica claro, então, que Cristo independe da Igreja para manifestar o seu Mistério, Ele não é anunciado só quando a Igreja age, pois é Ele quem toma a iniciativa, isto é, Deus tem caminhos que não são os caminhos  humanos. 
Na contradição, a Igreja,  mesmo sem brilho, anuncia o Mistério de Cristo. Isso nos faz lembrar  os esforços que a Igreja faz para se manter no mundo. Nem sempre suas escolhas são as mais acertadas e, quando isso acontece, seu brilho também diminui. Todavia, isso não a impede de continuar cumprindo sua missão até a chegada de uma nova fase. Tudo o que lhe  ocorre, mesmo ‘em fases de Lua cheia’, não se dá por seu próprio mérito, mas porquê ela, antes, foi escolhida pelo Senhor. Nisto podemos contemplar a grandeza do amor de Cristo pela sua Igreja!
Esta reflexão é um breve comentário do texto “Luz refletida”, escrito por  Lorenzo Cappelletti,  publicado na Revista 30 Giorni em 2009. Para ler   o artigo acesse [aqui].

sábado, 2 de junho de 2012

As festas e os santos juninos


As festas juninas

Os portugueses trouxeram as festas juninas para o Brasil, no século XVI. Desde então foram assimiladas e sofreram adaptações. Hoje estão dissociadas dos ritos católicos. Pertencem ao folclore brasileiro e fazem parte do calendário das datas comemorativas nacionais, sobretudo nas regiões Norte e Nordeste. Nessas festas, são consumidas comidas típicas, há brincadeiras, músicas e danças tradicionais.
Os santos do ciclo junino são: santo Antônio (dia 13), são João (dia 24), são Paulo e são Pedro (dia 29). Estes encerram as comemorações. Conforme orientações da Igreja católica, os "santos devem ser cultuados na igreja, de acordo com a tradição, pois as festas dos santos juninos pregam as maravilhas de Cristo operadas em seus servos e mostram os exemplos a serem seguidos".

Dia de Santo Antônio

Santo Antônio é considerado o santo casamenteiro, o que protege o amor e arranja o marido ou a esposa ideal para as pessoas que desejam se casar. 
No Dia de Santo Antônio as pessoas acendem uma fogueira ao entardecer. À noite, são realizados os pedidos de amor, de formas inusitadas, e as simpatias para castigar o querido santo, como virá-lo de costas ou colocá-lo de cabeça para baixo, afogá-lo no poço ou enterrá-lo num pote com arroz, retirar o menino Jesus dos seus braços etc., até que o pedido seja atendido.
O arraial - espaço onde se reúnem as pessoas que participam dos festejos - é decorado com bandeirinhas de papel colorido, balões e palha de coqueiro. Nele acontecem as brincadeiras, como forrós, leilões, bingos e os casamentos caipiras, durante a dança das quadrilhas típicas. 
Visto que, nessa época, as noites são frias, bebe-se quentão e vinho quente, comem-se doces de coco, de abóbora, e de batata-doce, pamonha, munguzá, canjica, paçoca, pipoca, pé-de-moleque, bolo de fubá, curau, tapioca, espiga de milho assada ou cozida etc. 
Hoje em dia, as pessoas preferem comemorar o Dia de Santo Antônio em restaurantes, shoppings, hipermercados, que preparam o ambiente para evocar a simplicidade do povo da roça.

Dia de São João

São João Batista é o santo mais festeiro das comemorações juninas, e sua festa é conhecida e apreciada em todo o Brasil. 
A tradição diz que Isabel, mãe de são João, era prima da Virgem Maria e prometeu avisar esta assim que a criança nascesse. 
Numa noite estrelada, são João veio ao mundo. Para avisar a Virgem, a prima mandou erguer, na porta de sua casa, um mastro e acendeu uma fogueira que o iluminava. Era o aviso combinado. 
A Virgem Maria correu logo para visitar Isabel, levando-lhe de presente uma capelinha e um ramo de folhas secas e perfumadas para estofar a caminha do recém-nascido. Por esse motivo, na Festa de São João, é preciso haver um mastro, uma fogueira e uma capelinha. 
O Nordeste é a região do país onde há a maior concentração de cidades que se dedicam mais aos festejos de são João, como Caruaru, em Pernambuco, Campina Grande, na Paraíba, e Piritiba, na Bahia. O público que freqüenta essas festas cresce a cada ano; essas cidades recebem milhões de turistas. Os preparativos para a festa começam em meados de maio e se estendem a todo o mês de junho, no qual já se inclui a festa em si.
Adultos e crianças de qualquer crença ou região do país participam dessas festas. 
Há comidas típicas que enriquecem o folclore brasileiro: cuscuz, pipoca, amendoim torrado, pé-de-moleque, batata assada, tapioca, canjica, pamonha, milho assado ou cozido, cocada, doce de abóbora com coco, arroz-doce, pinhão assado etc. Como a noite é considerada a mais fria do ano no Brasil todo, a bebida preferida é o quentão ou o vinho quente com canela. 
Balões coloridos são soltos no ar e os mastros são levantados com cantos, orações e fogos de artifício. Há danças como a quadrilha, bingo, barracas de jogos, dentre outras brincadeiras. 
As festas juninas mantêm viva essa tradição, cujo ápice é a Festa de São João.

São Pedro e São Paulo

A solenidade de são Pedro e de são Paulo é uma das mais antigas da Igreja, sendo anterior até mesmo à comemoração do Natal. Já no século IV havia a tradição de, neste dia, celebrar três missas: a primeira na basílica de São Pedro, no Vaticano; a segunda na basílica de São Paulo Fora dos Muros e a terceira nas catacumbas de São Sebastião, onde as relíquias dos apóstolos ficaram escondidas para fugir da profanação nos tempos difíceis. 
E mais: depois da Virgem Santíssima e de são João Batista, Pedro e Paulo são os santos que têm mais datas comemorativas no ano litúrgico. Além do tradicional 29 de junho, há: 25 de janeiro, quando celebramos a conversão de São Paulo; 22 de fevereiro, quando temos a festa da cátedra de São Pedro; e 18 de novembro, reservado à dedicação das basílicas de São Pedro e São Paulo. 
Antigamente, julgava-se que o martírio dos dois apóstolos tinha ocorrido no mesmo dia e ano e que seria a data que hoje comemoramos. Porém o martírio de ambos deve ter ocorrido em ocasiões diferentes, com são Pedro, crucificado de cabeça para baixo, na colina Vaticana e são Paulo, decapitado, nas chamadas Três Fontes. Mas não há certeza quanto ao dia, nem quanto ao ano desses martírios. 
A morte de Pedro poderia ter ocorrido em 64, ano em que milhares de cristãos foram sacrificados após o incêndio de Roma, enquanto a de Paulo, no ano 67. Mas com certeza o martírio deles aconteceu em Roma, durante a perseguição de Nero. 
Há outras raízes ainda envolvendo a data. A festa seria a cristianização de um culto pagão a Remo e Rômulo, os mitológicos fundadores pagãos de Roma. São Pedro e são Paulo não fundaram a cidade, mas são considerados os "Pais de Roma". Embora não tenham sido os primeiros a pregar na capital do império, com seu sangue "fundaram" a Roma cristã. Os dois são considerados os pilares que sustentam a Igreja tanto por sua fé e pregação como pelo ardor e zelo missionários, sendo glorificados com a coroa do martírio, no final, como testemunhas do Mestre.
São Pedro é o apóstolo que Jesus Cristo escolheu e investiu da dignidade de ser o primeiro papa da Igreja. A ele Jesus disse: "Tu és Pedro e sobre esta pedra fundarei a minha Igreja". São Pedro é o pastor do rebanho santo, é na sua pessoa e nos seus sucessores que temos o sinal visível da unidade e da comunhão na fé e na caridade. 
São Paulo, que foi arrebatado para o colégio apostólico de Jesus Cristo na estrada de Damasco, como o instrumento eleito para levar o seu nome diante dos povos, é o maior missionário de todos os tempos, o advogado dos pagãos, o "Apóstolo dos Gentios". 
São Pedro e são Paulo, juntos, fizeram ressoar a mensagem do Evangelho no mundo inteiro e o farão para todo o sempre, porque assim quer o Mestre.