sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Solenidade de Santa Maria Mãe de Deus


Oito dias depois da Natividade, primeiro dia do ano novo, o calendário dos santos se abre com a festa de Maria Santíssima, no mistério de sua maternidade divina. Escolha acertada, porque de fato Ela é "a Virgem mãe, Filha de seu Filho, humilde e mais sublime que toda criatura, objeto fixado por um eterno desígnio de amor". Ela tem o direito de chamá-lo "Filho", e Ele, Deus onipotente, chama-a, com toda verdade, Mãe!
Foi a primeira festa mariana que apareceu na Igreja ocidental. Substituiu o costume pagão das dádivas e começou a ser celebrada em Roma, no século IV. Desde 1931 era no dia 11 de outubro, mas com a última revisão do calendário religioso passou à data atual, a mesma onde antes se comemorava a circuncisão de Jesus, oito dias após ter nascido.
Num certo sentido, todo o ano litúrgico segue as pegadas desta maternidade, começando pela solenidade da Anunciação, nove meses antes da Natividade. Maria concebeu por obra do Espírito Santo. Como todas as mães, trouxe no próprio seio aquele que só ela sabia que se tratava do Filho unigênito de Deus, que nasceu na noite de Belém.
Deus se fez carne por meio de Maria. Por tomar esta verdade como dogma é que a Igreja reverencia, no primeiro dia do ano, a Mãe de Jesus. Que a contemplação deste mistério exerça em nós a confiança inabalável na Misericórdia de Deus, para nos levar ao caminho reto, com a certeza de seu auxílio, para abandonarmos os apegos e vaidades do mundo, e assimilarmos a vida de Jesus Cristo, que nos conduz à Vida Eterna. Assim, com esses objetivos entreguemos o novo ano à proteção de Maria Santíssima que, quando se tornou Mãe de Deus, fez-se também nossa Mãe, incumbiu-se de formar em nós a imagem de seu Divino Filho, desde que não oponhamos de nossa parte obstáculos à sua ação maternal.
A comemoração de Maria, neste dia, soma-se ao Dia Universal da Paz. Ninguém mais poderia encarnar os ideais de paz, amor e solidariedade do que ela, que foi o terreno onde Deus fecundou seu amor pelos filhos e de cujo ventre nasceu aquele que personificou a união ente os homens e o amor ao próximo, Nosso Senhor Jesus Cristo. Celebrar Maria é celebrar O nosso Salvador. Dia da Paz, dia de nossa Mãe, Maria Santíssima. Nos tempos sofridos em que vivemos esse é um dia de reflexão e esperança!

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Sugestões litúrgicas para o Natal 2011

CICLO DO NATAL – 2011 – Ano B
Solenidade do Natal do Senhor (Missa da Vigília) (24 Dezembro 2011)
1ª Leitura: Isaias 9, 1-6: Um filho nos foi dado.
Salmo 95: Hoje nasceu para nós o Salvador, que é Cristo, o Senhor.
2ª Leitura: Tito 2, 11-14: Manifestou-se a bondade de Deus para toda a humanidade.
Evangelho: Lucas 2, 1-14: Hoje, nasceu para vós um salvador.


- Frases temáticas
Hoje nasceu para vós um salvador, que é o Cristo Senhor! / Nesta noite santa Deus vem fazer morada entre nós. / Paz na terra! / O céu se rejubile e exulte a terra. / Deus se faz homem por nós.

- Espaço celebrativo
A cor litúrgica para o dia de hoje é o Branco.
Valorizar: presépio, flores, luzes (Círio Pascal), estrela, vestes brancas ou coloridas, dança e, se possível, uma alegre confraternização com toda a comunidade depois da celebração. Usar turíbulo e incenso.

- Procissão de entrada
Com a cruz processional à frente, a bandeira da paz trazida por uma jovem dançando e ainda um cartaz relacionado ao tema da celebração.

- Ritos iniciais
A saudação inicial seja feita de coração, carregada de sentido e sentimento, e não feita mecanicamente ou de forma impessoal. Pode ser realizado o abraço da paz.

- Hino de louvor
O momento do Glória é muito importante nessa missa. Enquanto o grupo de canto, com muita vibração, entoa o Glória, toca-se os sinos da Igreja. Um grupo de crianças pode percorrer a assembleia com bandeiras brancas e com várias sinetas. Enquanto isso um casal, ou o grupo de jovens entra solenemente com a imagem do menino Jesus. Quem preside apresenta a imagem à assembleia e em seguida deposita no presépio.

- Liturgia da Palavra
Em lugar do comentário antes das leituras o coral pode cantar suavemente um refrão meditativo que ajude a criar um ambiente de escuta e atenção a Palavra que vai ser proclamada. Sugerimos: “Shemá, Israel”.
Ênfase na proclamação do Evangelho: ladeado por duas pessoas vestidas de branco com velas acesas. O mesmo pode ser cantado. No final da proclamação repetir o canto de aclamação.
- Depois da proclamação do Evangelho a imagem do Menino Jesus é depositada no presépio, realiza-se uma pequena procissão solene até o presépio. O presidente deposita a imagem no local e incensa-a. As crianças podem realizar nesse momento uma oferta de flores à imagem do Menino Jesus.

- Profissão de fé
Antes da oração todos acendem suas velas no Círio Pascal. Das palavras “e se encarnou” até “e se fez homem” faz-se uma genuflexão ou uma inclinação profunda.

- Preces
Durante as preces não se esquecer de pedir pelas necessidades próprias da comunidade. Se possível cantar a resposta.

- Ofertório
A procissão seja precedida por alguém carregando o incenso e outra pessoa jogando ervas perfumadas, como mirra, manjericão, etc. também entra a jovem dançando com a bandeira da paz. Sugestão de canto: “Bendito e louvado seja...”

- Liturgia Eucarística
Nessa missa festiva procure-se cantar as respostas da Oração Eucarística, o Santo, o Amém da doxologia e o Cordeiro de Deus.
Prefacio próprio e Oração Eucarística I.

- Pai-nosso
Convidar a assembleia a cantar de mãos dadas. As crianças ficam de mãos dadas ao redor do altar.

- Abraço da paz
Pode ser deixado para o final da celebração, quando todos poderão desejar um feliz Natal!

- Ritos Finais
Bênção especial para as crianças e solene para todo o povo.


Solenidade do Natal do Senhor (Missa do dia) (25 Dezembro 2011)
1ª Leitura: Isaias 52, 7-10: Todos os confins da terra hão de ver a salvação que vem do nosso Deus.
Salmo 97: Os confins do universo contemplaram a salvação do nosso Deus.
2ª Leitura: Hebreu 1, 1-6: Deus falou-nos por meio do seu Filho.
Evangelho: Joao1, 1-18: A Palavra se fez carne e habitou entre nós.


- Frases temáticas
A grande noticia: Ele está no meio de nós. / Um menino nasceu para nós: um filho nos foi dado. / E o Verbo se fez carne e habitou entre nós. / Uma luz brilhou na escuridão. / A gloria de Deus é uma criança.
- Espaço celebrativo
Destacar a arvore de Natal realçando seus enfeites e acendendo suas luzes. Ornamentar a Igreja com a flor símbolo do Natal, popularmente conhecida como “bico de papagaio”. Se a comunidade tiver um coral de crianças, convidá-las para cantar as musicas natalinas, nessa missa ou na anterior. Usar turíbulo e incenso.
Evitar a correria de última hora. A equipe deve se preparar durante a semana refletindo os textos bíblicos e verificando quais são os gestos e ações a serem valorizados em cada celebração.
- Acolhida
A equipe de celebração procure acolher e saudar afetuosamente as pessoas que vão chegando para a celebração com “Feliz Natal, seja bem-vindo!”. Essa acolhida também poderá ser feita por um grupo de jovens com violões e musicas de acolhida.
- Procissão de entrada
Por se tratar da festa da luz, entrar com o Círio pascal.
- Hino de louvor
Enquanto o grupo de canto, com muita vibração, entoa o Glória, toca-se os sinos da Igreja. Um grupo de crianças pode percorrer a assembleia com bandeiras brancas e com várias sinetas.
- Liturgia da Palavra
Entrar com a bíblia dentro de uma manjedoura com a imagem do menino Jesus sobre ela. Ao seu redor um grupo de crianças ou jovens com velas acesas, que depois rodearão a mesa da palavra. A proclamação do Evangelho também poderá ser encenada. Cuidar para que todos os textos bíblicos, inclusive o salmo, sejam bem preparados e proclamados como “acontecimento de salvação” para a comunidade reunida.
- Ofertório
Convidar a comunidade a ofertar alimentos não perecíveis que poderão ser depositados aos pés da arvore de Natal.
- Liturgia Eucarística
Cantar as respostas da Oração Eucarística, o Santo, o Cordeiro de Deus, etc. O Amém do “por Cristo, com Cristo...” seja vibrante, cantado e acompanhado por gestos da assembleia. Onde for possível e oportuno, realizar a comunhão sob as duas espécies.
- Ritos finais
Preparar uma mensagem que fale de esperança, enquanto uma jovem entra com uma grande estrela dourada, que será depositada no lugar onde se encontra a imagem do menino Jesus.
- Benção final
Própria para essa solenidade. Pode ser feita com a imagem do menino Jesus. Sair na procissão final com essa imagem e depositá-la no presépio. Enquanto se canta canções populares de Natal.


Solenidade da Sagrada Família (30 Dezembro 2011)
1ª Leitura: Eclesiástico 3, 3-7.14-17: Quem teme o Senhor, honra seus pais.
Salmo 127: Felizes os que temem o Senhor e trilham seus caminhos!
2ª Leitura: Colossenses 3, 12-21: A vida da família no Senhor.
Evangelho: Lucas 2, 22-40: O menino crescia cheio de sabedoria.


- Frases temáticas
Família cristã, família aberta. / Deus convive em lar humano. / Paz nas famílias. / Deus acolhe a família humana como sua família. / Jesus, Maria e José, a nossa família vossa é. / A família é sagrada.
- Espaço celebrativo
A cor litúrgica para o dia de hoje é o Branco.
Em lugar de destaque um ícone da Sagrada Família, ornado com flores. Usar turíbulo e incenso.
- Acolhida
É muito importante na celebração, pois é uma atitude que revela o caráter familiar da comunidade cristã. Que tal colocar nesse dia uma ou mais famílias na acolhida desse dia?
- Procissão de entrada
Com famílias levando velas acesas, o lecionario, flores, ou outros símbolos que serão depositados aos pés da imagem da Sagrada Família.
Outra sugestão: Convidar uma família, de preferência com pessoas que não tem atuação ministerial ou pastoral na comunidade, para entrar com o quadro da Sagrada Família a ser depositado num suporte preparado no presbitério.
Convidar outra família para acompanhar a celebração no presbitério ao lado do presidente.
- Liturgia da Palavra
Posicionar ao lado do ambão os familiares de quem está proclamando a leitura. A segunda leitura seja feita por um casal, cuidando para que os versículos dirigidos aos maridos sejam lidos pelas esposas e vice-versa. Durante a proclamação do Evangelho um casal com um filho de braço se posiciona diante da mesa da Palavra, lembrando Maria e José com o menino. O Evangelho também pode ser dialogado: presidente e o anjo.
- Profissão de fé
Convidar a assembleia a estender a mão direita em direção à mesa da Palavra expressando adesão à Boa-Nova proclamada.
- Preces
Poderão ser feitas por uma família: um pedido direcionado para as mães poderá ser feito por uma mãe, e assim por diante com o pai, filho, criança, filha, jovem, avô, avó.
- Ofertório
Uma família leva as oferendas até o altar.
- Liturgia Eucarística
Procure-se cantar as respostas da Oração Eucarística, o Santo, o Cordeiro de Deus, etc. O Amém do “por Cristo, com Cristo...” seja vibrante, cantado e acompanhado por gestos da assembleia. Onde for possível e oportuno, realizar a comunhão sob as duas espécies.
- Pai-nosso
Convidar a assembleia a rezar ou cantar de mãos dadas.
- Abraço da paz
Seja realizado como gesto pelo qual o Senhor vem ao encontro, reaviva o ânimo e a esperança dos seus seguidores. Discernir com o presidente da celebração sobre o melhor momento dele ser efetuado.
- Benção final
Com imposição das mãos sobre as famílias. Abençoar o povo com a bênção solene do Natal. Distribuir a Oração da família ou outra lembrançinha.

Solenidade de Maria, Mãe de Deus (01 Janeiro 2012 e véspera)
1ª Leitura: Números 6, 22-17: Benção de Aarão
Salmo 66: Que Deus nos dê a sua graça e a sua benção.
2ª Leitura: Gálatas 4, 4-7: Deus enviou o seu filho, nascido de uma mulher.
Evangelho: Lucas 2, 16-21: Visita dos pastores. Maria guardava tudo e meditava em seu coração.


- Frases temáticas
Deus enviou o seu filho, nascido de uma mulher. / Maria dá ao mundo Cristo, nossa paz. / Mãe de Deus, Mãe dos homens.
- Espaço celebrativo
A cor litúrgica para o dia de hoje é o Branco.
Num lugar de destaque um ícone da Mãe de Deus, ornado com flores brancas e lâmpadas acesas. Por estarmos ainda em um contexto natalino alguns elementos desse tempo haverão de permanecer. Os cantos para essa solenidade poderão ser do repertorio litúrgico-mariano. Usar turíbulo e incenso.
- Procissão de entrada
Crianças vestidas de branco, trazendo nas mãos balões ou flores brancas para serem depositadas aos pés do ícone de Nossa Senhora.
- Ritos iniciais
Dar o abraço da paz com os votos de feliz Ano Novo. Na celebração vespertina deixar para o final da celebração.
- Ato penitencial
Pedindo perdão pelos erros do ano que passou. Encerrar com aspersão de água benta e com um canto apropriado, como “Banhados em Cristo”, entre outros.
- Hino de louvor
A bandeira da paz poderá ser agitada.
- Liturgia de Palavra
Uma pessoa vestida de branco traz a bíblia aberta. Dela poderá sair fitas com as cinco cores dos continentes. Cinco crianças ou jovens, também de branco, seguram as pontas das fitas. Aconselha-se que quem levou a bíblia proclame a 1ª leitura.

- Preces
Um pai faz as preces pedindo pelas mães e pela paz.
- Ofertório
A bandeira da paz acompanha a procissão. Na incensação após a apresentação das oferendas, quem preside não se esqueça de incensar o ícone de Nossa Senhora.
- Abraço da paz
Se não foi feito no início, destacar esse momento com um canto bem animado e tempo suficiente para que todos possam se abraçar e desejar a paz. Enquanto isso um grupo de crianças ou jovens poderá correr pelo meio da assembleia com bandeiras brancas.
- Comunhão
Viver com especial fervor e devoção o Rito da comunhão. Após, rezar uma Ave-Maria e fazer uma bonita homenagem a Mãe do Senhor, nos ritos finais.
- Ritos finais
Ler uma mensagem que fale de paz, pode ser usada a mensagem do papa. Enquanto isso uma pessoa vestida de branco se aproxima do presbitério pelo corredor central trazendo uma pomba branca. Fica de frente para a assembleia e de modo que todos vejam solte a ave. O grupo pode cantar um canto que fale de paz, como “Este ano, quero paz no meu coração...”. Esta sugestão também poderá ser feita com crianças com balões de gás brancos. Ao final cada um recebe uma flor ou uma fita branca, ou ainda um saquinho com mensagens de paz.
- Bênção final
Solene de início de ano. Também poderá ser cantada.


Solenidade de Epifania do senhor (07-08 Janeiro 2012)
1ª Leitura: Isaias 60, 1-6: Apareceu sobre ti a gloria do Senhor.
Salmo 71: As nações de toda a terra hão de adorar-vos, ó Senhor.
2ª Leitura: Efésios 3, 2-6: Os pagãos são admitidos à mesma herança.
Evangelho: Mateus 2, 1-12: Visita dos magos: viemos do Oriente adorar o Rei.


- Frases temáticas
Vimos sua estrela no Oriente e viemos adorar o rei da gente. / Eis que veio o Senhor dos senhores, em suas mãos, o poder e a realeza. / Vamos seguir a estrela da paz. / A salvação é para todos os povos e culturas. / Na Igreja Cristo se revela a todos os povos. / há sempre uma estrela no céu.
- Espaço celebrativo
A cor litúrgica para o dia de hoje é o Branco.
Convidar uma Folia de Reis para fazer uma apresentação na porta da Igreja, antes ou depois da celebração. Seria muito bom valorizar e integrar na celebração o grupo de Folia de Reis, onde houver.
- Procissão de entrada
Entra uma jovem com uma grande estrela dourada. Levar ainda as imagens dos reis magos, que deverão ser depositadas junto ao presépio.
- Ato penitencial
Poderá ser feito com aspersão de água benta, visto que essa festa tem origem batismal no Oriente cristão.
- Liturgia da Palavra
Nossa grande estrela guia é o Evangelho. Na Aclamação ao Evangelho fazer uma bonita procissão do evangeliario à luz de velas e tochas com dança e canto festivo.
Se a celebração for à noite abusar das velas, em vasinhos de vidros coloridos, na mesa da Palavra. Um foco de luz especial para o ambão, enquanto toda a assembléia permanece na penumbra.
Após a homilia quem preside convida a todos a ouvir a solene proclamação da data da Páscoa e demais festas moveis, conforme orienta o Diretório Litúrgico. Depois do anuncio cantar um canto de aclamação.
- Preces
Durante as preces não se esquecer de pedir pelas necessidades próprias da comunidade. Lembrar os “sinais luminosos” da manifestação do Senhor na comunidade.
- Ofertório
A procissão seja precedida por alguém carregando o incenso e outra pessoa jogando ervas perfumadas, como mirra, manjericão, etc.
Outra sugestão: As ofertas as trazidas por três jovens vestidos de magos, sendo um negro, já que segundo a tradição um dos magos era negro.
- Liturgia Eucarística
Procure-se cantar as respostas da Oração Eucarística, o Santo, o Amém da doxologia e o Cordeiro de Deus. Todavia a aclamação memorial (Eis o mistério da fé) não comporta cantos devocionais, deve-se usar uma das três formulas propostas pelo missal.
- Comunhão
Onde for possível e oportuno, realizar a comunhão sob as duas espécies com pão ázimo.
- Ritos finais
Abençoar os gizes. Cada pessoa leva para casa um giz branco bento. Conforme antigo costume, nessa solenidade de hoje, os fiéis abençoam suas casas escrevendo nas portas as primeiras letras dos nomes dos reis magos: Gaspar, Melquior e Baltazar (G M B) e que também corresponde à expressão latina Christus Mansionem Benedicat (Cristo abençoa a casa).
Referência
PEREIRA, José Carlos. Liturgia: sugestões para dinamizar as celebrações. Petrópolis: Vozes, 2009.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Nossa Senhora de Guadalupe


Num sábado de mil e quinhentos e trinta e um, perto do mês de dezembro, um índio de nome Juan Diego, mal raiava a madrugada, ia do seu povoado a Tlatelolco, para participar do culto divino e escutar os mandamentos de Deus.

Já amanhecia, quando chegou ao cerrito chamado Tepeyac e escutou que do alto o chamavam:

- Juanito! Juan Dieguito!

Subiu até o cimo e viu uma senhora de sobre-humana grandeza, cujo vestido brilhava como o sol, e que, com voz muito branda e suave, lhe disse:

- Juanito, menor dos meus filhos, fica sabendo que sou Maria sempre Virgem, Mãe do verdadeiro Deus, por quem vivemos. Desejo muito que se erga aqui um templo para mim, onde mostrarei e prodigalizarei todo o meu amor, compaixão, auxílio e proteção a todos os moradores desta terra e também a outros devotos que me invoquem confiantes. Vai ao Bispo do México e manifesta-lhe o que tanto desejo. Vai e põe nisto todo o teu empenho.

Chegando Juan Diego à presença do Bispo Dom Frei Juan de Zumárraga, frade de São Francisco, este pareceu não dar crédito e respondeu:

- Vem outro dia, e te ouvirei com mais calma.

Juan Diego voltou ao cimo do cerro, onde a Senhora do céu o esperava, e lhe disse:

- Senhora, menorzinha de minhas filhas, minha menina, expus a tua mensagem ao Bispo, mas parece que não acreditou. Assim, rogo-te que encarregues alguém mais importante de levar tua mensagem com mais crédito, porque não passo de um joão-ninguém.

Ela respondeu-lhe:

- Menor dos meus filhos, rogo-te encarecidamente que tornes a procurar o Bispo Amanhã dizendo-lhe que eu própria, Maria sempre Virgem, Mãe de Deus, é que te envio.

Porém no dia seguinte, domingo, o Bispo de novo não lhe deu crédito e disse ser Indispensável algum sinal para poder-se acreditar que era Nossa Senhora mesma que o enviara. E o despediu sem mais aquela.

Segunda-feira, Juan Diego não voltou. Seu tio Juan Bernardino adoecera gravemente e à noite pediu-lhe que fosse a Tlatelolco de madrugada, para chamar um sacerdote que o ouvisse em confissão.

Juan Diego saiu na terça-feira, contornando o cerro e passando pelo outro lado, em direção ao Oriente, para chegar logo à Cidade do México, a fim de que Nossa Senhora não o detivesse. Porém ela veio a seu encontro e lhe disse:

- Ouve e entende bem uma coisa, tu que és o menorzinho dos meus filhos: o que agora te assusta e aflige não é nada. Não se perturbe o teu coração nem te inquiete coisa alguma. Não estou aqui, eu, tua mãe? Não estás sob a minha sombra? Não estás porventura sob a minha proteção? Não te aflija a doença do teu tio. Fica sabendo que ele já sarou. Sobe agora, meu filho, ao cimo do cerro, onde acharás um punhado de flores que deves colher e trazer-mo.

Quando Juan Diego chegou ao cimo, ficou assombrado com a quantidade de belas rosas de Castela que ali haviam brotado em pleno inverno; envolvendo-as em sua manta, levou-as para Nossa Senhora. Ela lhe disse:

- Meu filho, eis a prova, o sinal que apresentarás ao Bispo, para que nele veja a minha vontade. Tu é o meu embaixador, digno de toda a confiança.

Juan Diego pôs-se a caminho, agora contente e confiante em sair-se bem de sua missão. Ao chegar à presença do Bispo, lhe disse:

- Senhor, fiz o que me ordenaste. Nossa senhora consentiu em atender o teu pedido. Despachou-me ao cimo do cerro, para colher ali várias rosas de Castela, trazê-las a ti, entregando-as pessoalmente. Assim o faço, para que reconheças o sinal que pediste e assim cumpras a sua vontade. Ei-las aqui: recebe-as.

Desdobrou em seguida a sua branca manta. À medida em que as várias rosas de Castela espalhavam-se pelo chão desenhava-se no pano e aparecia de repente a preciosa imagem de Maria sempre Virgem, Mãe de Deus, como até hoje se conserva no seu templo de Tepeyac.

A cidade inteira, em tumulto, vinha ver e admirar a sua santa imagem e dirigir-lhe suas preces. Obedecendo à ordem que a própria Nossa Senhora dera ao tio Juan Bernardino, quando devolveu-lhe a saúde, ficou sendo chamada como ela queria: "Santa Maria sempre Virgem de Guadalupe".


sábado, 3 de dezembro de 2011

Símbolos do Natal


- Símbolo
É aquilo que sugere algo. É um sinal que indica ou representa alguma coisa. O termo “símbolo” vem do latim e significa um sinal que leva ao reconhecimento daquilo que simboliza.

- Os Símbolos do Natal
São sinais que nos aproximam do nascimento de Jesus. Os principais são a árvore de Natal, a coroa do Advento, o presépio e seus personagens, a estrela de Belém, os sinos, os cânticos, as velas, a ceia familiar com seus pratos típicos e a troca de presentes, entre outros. Por eles somos transportados em espirito àquilo que sinalizam, isto é, que Deus nos ama e como prova disso nos enviou o seu próprio Filho.

- A Ceia de Natal
O encontro ao redor da mesa vai além da comida e bebida, ele simboliza a fraternidade entre as pessoas que partilham do mesmo alimento, e que estão dispostas a partilhar o que têm com todas as pessoas, especialmente com as mais necessitadas. A ceia terá tanto mais sentido quanto mais as pessoas estiverem em paz consigo mesmas e com as outras.

- Os Cartões de natal
Os anjos anunciaram aos pastores o nascimento de Jesus (Cf. Lc 2, 8-14). Nós, hoje, “anunciamos” uns aos outros o aniversario de Jesus usando diversos meios, sendo um deles o cartão (seja postal, seja virtual). Como não queremos guardar tamanha alegria apenas para nós, partilhamo-la com o maior número possível de pessoas, aproveitando ocasião para desejar uns aos outros um santo e feliz Natal!

Referências
Evaristo Eduardo de Miranda. Livro: Guia de Curiosidades Católicas. Editora Vozes.
Padre Cristovam Lubel. Folder: O Natal e seus símbolos. Editora Pão e Vinho.

A Vela e a Coroa do Advento

- A Vela
Por milhares de anos, até a descoberta da energia elétrica, a vela, as tochas, a lamparina ou lampião a óleo, foram as únicas fontes de luz nas trevas noturnas. A minúscula chama afugentava as trevas, a escuridão dando segurança e calor. Por isso na antigüidade alguns povos chegaram a cultuar o fogo como divindade. Ela é lembrada no Natal pois Jesus Cristo é a luz que ilumina nosso caminho: "Eu sou a luz do mundo, quem me segue não andará nas trevas, mas terá a luz da vida" (Jo 8,12).

- A coroa do Advento
A coroa teve sua origem no século XIX, na Alemanha, nas regiões evangélicas, situadas ao norte do país. Nós, católicos, adotamos o costume da coroa do Advento no início do século XX. Na confecção da coroa eram usados ramos de pinheiro e cipreste, únicas árvores cujos ramos não perdem suas folhas no outono e estão sempre verdes, mesmo no inverno. Os ramos verdes são sinais da vida que teimosamente resiste; são sinais da esperança.
Em algumas comunidades, os fiéis envolvem a coroa com uma fita vermelha que lembra o amor de Deus que nos envolve e nos foi manifestado pelo nascimento de Jesus. Até forma circular da coroa, tem um bonito simbolismo. Sendo uma figura sem começo e fim, representa perfeição, harmonia e eternidade. 
Na coroa, também são colocadas quatro velas referentes a cada domingo que antecede o Natal. A luz vai aumentando à medida que se aproxima o Natal, festa da luz que é Cristo, quando a luz da salvação brilha para toda humanidade. Quanto às cores das quatro velas no Brasil tem-se propagado o costume de se usar velas coloridas, cada uma de uma cor, visto que nosso país é marcado pelas culturas indígena e afro, onde o colorido lembra festa, dança e alegria.

Referências
Evaristo Eduardo de Miranda. Livro: Guia de Curiosidades Católicas. Editora Vozes.
Padre Cristovam Lubel. Folder: O Natal e seus símbolos. Editora Pão e Vinho.

O Presépio


Foi São Francisco de Assis que armou o primeiro presépio na noite de Natal de 1223. São Francisco quis celebrar o Natal da forma mais realista possível e, com a permissão do papa, montou um presépio de palha, com uma imagem do Menino Jesus, da Virgem Maria e de José, juntamente com um boi e um jumento vivos. Nesse cenário foi celebrada a Missa de Natal. O costume espalhou-se por todo o mundo e a Igreja Católica considera um bom costume cristão e recomenda armar presépios no período do Natal nas igrejas, casas, praças e locais públicos.
Nas igrejas a manjedoura fica vazia até a noite de Natal, quando a imagem do Menino Jesus é colocada solenemente. Esse gesto salienta a espera do tempo do Advento, pois, enquanto o Natal não chega, Reis Magos, pastores, José, Maria, anjos, camelos, bois, etc., ficam aguardando pacientemente a vinda do Menino Deus.
Presépio é um termo derivado do latim, e significa estrebaria, que é o local onde os animais se refugiam. Ele é uma excelente forma de evangelização, pois seus personagens dizem muito sobre nossa fé:
O Menino Jesus é o centro do presépio porque Nele está a salvação.
Maria e José ao lado do Menino como servos do Senhor.
A manjedoura é o cocho em que se coloca alimento para os animais. Maria ao colocar o Menino Jesus nela faz uma alusão à Eucaristia.
O Anjo é um ser divino e sua presença no presépio indica que o nascimento de Jesus é um acontecimento originado por Deus.
Os pastores são pessoas pobres e os primeiros a visitar Jesus.
Os magos são estrangeiros que visitaram e presentearam Jesus, simbolizando que Ele nasceu como salvador de toda a humanidade.
As ovelhas acompanham os pastores e são símbolos da docilidade. O boi é símbolo da bondade e o jumento é símbolo da força. Virtudes estas que podem ser atribuídas a Jesus e que todos nós devemos ter, principalmente nesse período natalino.
“Jesus nasceu na humildade de um estábulo e de uma família pobre; as primeiras testemunhas desse evento são simples pastores. É nessa pobreza que se manifesta a glória do céu e a Igreja não se cansa de cantar a glória dessa noite”. (Catecismo da Igreja Católica, 525).

A Árvore de Natal


Em 723 São Bonifácio derrubou um enorme carvalho dedicado ao deus Thor para convencer o povo de que ela não era uma árvore sagrada. Ao cair esse carvalho destruiu tudo o que ali se encontrava, menos um pequeno pinheiro. Segundo a tradição Bonifácio interpretou esse fato como um milagre. Era o período do Advento e, como ele pregava sobre o Natal, declarou: “doravante nós chamaremos esse pinheiro de árvore do Menino Jesus”.
Como o pinheiro era a única árvore que resistia ao inverno europeu do tempo do Natal, essa árvore passou a ser usada para enfeitar as casas. A sua resistência passou a simbolizar a constante presença de Deus na história da humanidade, pois Ele permanece sempre conosco apesar de nos afastarmos dele pelo pecado.

- As bolas que enfeitam a árvore de Natal
A tradição cristã assimilou a árvore de Natal como uma nova árvore da vida, em referencia àquela do jardim do Éden no Paraíso (Cf. Gn 2, 9). É costume enfeitá-la com bolas coloridas, como se fossem frutos. Essas bolas e os demais enfeites representam virtudes, desejos e sonhos das pessoas e da casa onde está a árvore de Natal.
Alguns têm o costume de colocar na árvore 12 bolas evocando os 12 apóstolos. Outros colocam 33, para lembrar os anos da vida de Jesus. Outros adornam aos poucos a árvore colocando uma bola por dia, com uma oração ou um propósito em cada uma, até a chegada do Natal.

- A estrela no topo da árvore de Natal
No alto da árvore de Natal costuma-se colocar uma estrela luminosa. Ela ilumina, orienta e aponta para os céus. Ela lembra a estrela de Belém que guiou os magos do Oriente até o Menino Jesus (Cf. Mt 2, 2.9-10). A estrela no topo da árvore de Natal também representa a fé que deve iluminar e guiar a nossa vida.

As Guirlandas


São coroas feitas de ramos e outros enfeites, colocadas nas portas e janelas das casas. Elas representam que aquela família está à espera do nascimento de Jesus, e porque está feliz com essa espera, quer partilhá-la com as demais pessoas. Elas também simbolizam a fé daquela família no Salvador da humanidade.
Ela é feita de ramos verdes entrelaçados e enfeitados com fitas, sinos e outros adereços. Esse entrelaçamento simboliza o mistério da encarnação do Verbo Divino, onde Deus tomou corpo humano e habitou entre nós. Ou seja, as duas naturezas, divina e humana, se entrelaçam como os ramos e os enfeites da guirlanda.