quarta-feira, 29 de agosto de 2012

A Bem-Aventurada Virgem Maria, Mãe de Deus



O último capítulo da  Lumen Gentium contempla a Bem-Aventurada Virgem Maria, Mãe de Deus, “como modelo de cristã e membro mais belo da Igreja”. O Concilio quis dedicar-lhe este texto para expressar o significado que Maria tem no mistério de Cristo está relacionado com o amor do Pai, a missão do Filho, o dom do Espírito Santo, a mulher da qual nasceu o Redentor e a nossa filiação divina.
 Para realizar a redenção do mundo, “Deus enviou o seu Filho” (Gal 4,4) e, para “formar-lhe um corpo” (Cf Hb 10,5) quis a livre cooperação de uma mulher, “para lembrar a toda humanidade que Deus assim nos fez, homem e mulher, semelhante a Deus, iguais em dignidade e co-autores…(Genesis, 1,27), e através do ventre materno de uma virgem”… para que recebêssemos a adoção de filhos” (Gál 4,5); Ele que, por amor de nós homens e para nossa salvação, desceu dos céus e se encarnou por obra do Espírito Santo no seio da Virgem Maria. Este mistério da salvação nos é revelado e continuado (continua a ser revelado a toda sua Igreja) na Igreja. Unidos a Cristo como cabeça, e em comunhão com todos os Seus santos, os fiéis devem também venerar a memória da Virgem Maria, Mãe de Deus e de Nosso Senhor Jesus Cristo” (LG 52).
            Reconhecida e honrada como  Mãe de Deus e do Redentor que se fez irmão de todos, Maria se torna também, por adoção, Nossa Mãe. A Sua santidade, enriquecida desde o primeiro instante de sua concepção, e a Sua dignidade de Mãe do Filho de Deus, vem inteiramente dos méritos de Cristo. Mais do que qualquer outra pessoa, o Pai a abençoou e a “escolheu nele (Cristo), para ser santa e imaculada em sua presença, no amor” (Ef 1,3-4).
 Ela é, portanto, a filha predileta de Deus Pai e sacrário vivo do Espírito Santo, e ultrapassade longe, com este dom de graça sem igual, todas as criaturas celestes e terrestres. Segundo Santo Agostinho, ‘com seu imenso amor ela colaborou para que na Igreja nascessem os fiéis, que são membros do Corpo do qual a cabeça é Cristo’. Ela é também saudada como membro que está acima de todos e de modo único na Igreja, além de ser considerada como o modelo da fé e da caridade. Por isso, a Igreja Católica a honra como Mãe, dedicando-lhe, um afeto de piedade filial (LG53).
            A honra que a Igreja sugere não deve ser confundido com ‘latria’ que é reservado somente a Deus. A veneração aos santos é chamado de “dulia”, e à Virgem Maria de ‘hiperdulia’. Os cristãos, pois, não cultuam imagens,  e segundo São Basílio, “a honra prestada a uma imagem se dirige ao modelo original” e quem venera uma imagem venera a pessoa que nela está pintada. A honra prestada às imagens é uma “veneração respeitosa”, e não adoração, que só compete a Deus (CIC 2132).
            O Concílio não teve a intenção de propor uma doutrina completa sobre Maria, mas quis esclarecer, cuidadosamente, tanto a função da Santíssima Virgem no mistério do Verbo Encarnado e do Corpo Místico, quanto os deveres dos próprios homens para com a Mãe de Deus, que é Mãe de Cristo e, especialmente dos fiéis (LG 54).
 A Mãe do Messias aparece profeticamente nos escritos do Antigo Testamento, esboçada primeiramente na promessa da vitória sobre a serpente (Gn 3,15) e depois como a Virgem que há de conceber e dar à luz um filho cujo nome será Emanuel (Is 7,14; Mq 5,2-3). Na Anunciação, quis o Pai de misericórdia que a Encarnação fosse precedida da aceitação por parte da Mãe predestinada, a fim de que, assim como a mulher tinha contribuído para a morte, também a mulher contribuísse para a vida. Ela que ‘em certo sentido, tornou-se a primeira discípula do seu Filho, a primeira a quem Ele parecia dizer: “Segue-me” (RM 20).
 ‘O papel de Maria para com a Igreja é inseparável de sua união com Cristo’ (CIC 964). A união da Mãe com o Filho, na obra da redenção, manifesta-se desde o momento da concepção virginal até sua morte e, podemos afirmar isso seguindo os passos de Maria da anunciação à sua visita a Isabel quando entoou seu canto de louvor (Lc 1,46-55), passando pelo nascimento, pela infância e pela participação na vida pública de Jesus até aos pés da cruz, (LG 57), ‘ela que na peregrinação da fé foi até a “noite da fé, comungando com o sofrimento de seu Filho e com a noite de seu túmulo” (Rm 17-18).
No ministério público de Jesus a manifestação de Maria aparece claramente desde o início, quando nas bodas de Caná obteve, por sua intercessão, que Ele realizasse o seu primeiro milagre. ‘Ela põe-se entre o seu Filho e os homens na realidade de suas privações, das suas diligências e dos seus sofrimentos. Torna-se mediadora, intercessora, não como uma estranha, mas como mãe, além de ser porta-voz da vontade do seu Filho, como quem indica as exigências que devem ser satisfeitas’ (RM 21).
Manteve-se sempre ao Seu lado, até a Sua morte, sofrendo com Ele e associando-se ao Seu sacrifício. E depois se manteve junto aos Apóstolos, implorando com eles, em preces, os dons do Espírito Santo que nela já habitava desde a concepção. Preservada de toda a mancha do pecado original, terminando o curso de sua vida terrestre, foi levada à glória celeste em corpo e alma e exaltada pelo Senhor como Rainha do Universo (LG 58).
 A função maternal de Maria para com a humanidade a torna dotada de uma mediação especial que de modo nenhum obscurece ou diminui a intercessão única de Cristo, mas que antes mostra qual é a sua eficácia, pois elacontinuamente intercede por todos nós junto a seu Filho, mediador por excelência junto a Deus Pai. (LG 60-61)
 Maria ainda é apresentada como figura da Igreja pelo dom e carga da maternidade divina, e cujas virtudes a Igreja deve imitar. Exaltada pela graça de Deus acima de todos os Anjos e de todos os homens, logo abaixo de seu Filho, por ser a Mãe Santíssima de Deus, Maria recebe da Igreja a honra com culto especial nas festas litúrgicas dedicadas à Mãe de Deus e na oração mariana, tal como o Santo Rosário, resumo de todo evangelho (CIC 971). As várias formas de devoção, lembram os fiéis que ao se honrar a Mãe, seja bem conhecido, amado e glorificado o Filho e bem observados os mandamentos daquele “pelo qual existem todas as coisas” (LG 66).
            O Concílio não só ensina, como exorta os fiéis a promoverem dignamente o culto à Virgem Santíssima cujo tema dever ser tratado com abertura religiosa, evitando induzir em erro os irmãos separados ou quaisquer outras pessoas, quanto à doutrina da Igreja Católica.
Ao finalizar, a LG aponta Maria como sinal de esperança certa e de consolação para o Povo de Deus peregrino, exortando a todos para dirigirem súplicas incessantes à Mãe de Deus e Mãe dos homens. Ela, que assistiu com orações desde o início, o alvorecer da Igreja, também agora, possa interceder junto a seu Filho para que todas as famílias dos povos se reúnam em concórdia no único Povo de Deus, para a Glória da Santíssima e Indivisível Trindade (LG 68-69).
Na exortação Apostólica Marialis Cultus,  1974, o papa Paulo VI desejou, em consonância com o Vaticano II e especialmente com a LG,  definir a forma do culto à Virgem Maria na Liturgia. Em 1987 o papa João Paulo II publicou uma Encíclica dedicada a Ela denominada Redemptoris Mater na qual destacava o lugar de Maria na obra da Salvação e confirmou o título, Mãe da Igreja, proclamada pelo Papa Paulo VI, no Concílio Vaticano II, em 21 de novembro de 1964 e em 2002,  no 25° ano de seu pontificado, publicou a  Carta Apostólica Rosarium Virginis Mariae, uma carta dedicada especialmente ao Santo Rosário, convocando a Igreja para que o ano entre  outubro de 2002 a outubro de 2003, fosse consagrado ao Rosário. Nesta carta, o papa, também, propôs alterações no Rosário, acrescentando os Mistérios Luminosos, que refletem sobre a revelação do Reino de Deus já personificado em Jesus.
Fonte: AVF

As cinco vias da penitência



Das Homilias de São João Crisóstomo, bispo - (Séc.IV)

Queres que cite as vias da penitência? São muitas, é certo, variadas e diferentes; todas levam ao céu.

É a seguinte a primeira via da penitência: a reprovação dos pecados: Sê tu o primeiro a dizer teus pecados para seres justificado (cf. Is 43,25-26). O profeta também dizia: Disse, confessarei contra mim mesmo minha injustiça ao Senhor, e tu perdoaste a impiedade de meu coração (Sl 31,5). Reprova também tu aquilo em que pecaste; basta isto ao Senhor para desculpar-te. Quem reprova aquilo em que pecou, custará mais a recair. Excita o acusador interno, tua consciência, não venhas a ter acusador lá, diante do tribunal do Senhor.

Esta primeira é ótima via da penitência. A seguinte não lhe é nada inferior: não guardemos lembrança das injúrias recebidas dos inimigos, dominemos a cólera, perdoemos as faltas dos companheiros. Com isso, aquilo que se cometeu contra o Senhor será perdoado. Eis outra expiação dos pecados. Se perdoardes a vossos devedores, também vos perdoará vosso Pai celeste (Mt 6,16).

Queres saber a terceira via da penitência? Oração ardente e bem feita, que brote do fundo do coração.

Se ainda uma quarta desejas conhecer, chamá-la-ei de esmola. Possui muita e poderosa força.

E ser modesto no agir e humilde, isto, não menos que tudo o mais, destrói os pecados. Testemunha é o publicano que não podia citar nada feito com retidão, mas em lugar disto ofereceu a humildade e depôs pesada carga de pecados.

Indicamos cinco vias da penitência: primeira, a reprovação dos pecados; segunda, o perdão das faltas do próximo; terceira, a oração; quarta, a esmola; quinta, a humildade.

Não sejas preguiçoso, mas caminha todos os dias por elas; são fáceis, não podes nem mesmo objetar a pobreza; pois ainda que pela indigência leves vida dura, renunciar à ira e mostrar humildade está em teu poder, bem como orar assiduamente e condenar os pecados; em parte alguma a pobreza é impedimento. O que digo aqui, naquela via da penitência que consiste em dar dinheiro (falo de esmola) ou em observar os mandamentos, será obstáculo a pobreza? A viúva que deu dois tostões já respondeu.

Tendo, pois, aprendido o meio de curar nossas chagas, usemos deste remédio. E com isso, recuperada a saúde, fruiremos com confiança da mesa sagrada, correremos gloriosos ao encontro de Cristo, Rei da glória, e alcançaremos os eternos bens, por graça, misericórdia e benignidade de nosso Senhor Jesus Cristo.

Martírio de João Batista


A festa da natividade de são João Batista ocorre no dia 24 de junho. Ela faz parte da tradição dos cristãos como esta que celebramos hoje, do martírio de são João Batista. No calendário litúrgico da Igreja, esta comemoração iniciou na França, no século V, sendo introduzida em Roma no século seguinte. A origem da comemoração foi a construção de uma igreja em Sebaste, na Samaria, sobre o local indicado como o do túmulo de são João Batista. 

João era primo de Jesus e foi quem melhor soube levar ao povo a palavra do Mestre. Jesus dedicou-lhe uma grande simpatia e respeito, como está escrito no evangelho de são Lucas: "Na verdade vos digo, dentre os nascidos de mulher, nenhum foi maior que João Batista". João Batista foi o precursor do Messias. Foi ele que batizou Jesus no rio Jordão e preparou-lhe o caminho para a pregação entre o povo. Não teve medo e denunciou o adultério do rei Herodes Antipas, que vivia na imoralidade com sua cunhada Herodíades. 

A ousadia do profeta despertou a ira do rei, que imediatamente mandou prendê-lo. João Batista permaneceu na prisão por três meses. Até que, durante uma festa no palácio daquela cidade, a filha de Herodíades, Salomé, instigada pela ardilosa e perversa mãe, dançou para o rei e seus convidados. A bela moça era uma exímia dançarina e tinha a exuberância da juventude, o que proporcionou a todos um estonteante espetáculo. 

No final, ainda entusiasmado, o rei Herodes disse que ela poderia pedir o que quisesse como pagamento, porque nada lhe seria negado. Por conselho da mãe, ela pediu a cabeça de João Batista numa bandeja. Assim, a palavra do rei foi mantida. Algum tempo depois, o carrasco trazia a cabeça do profeta em um prato, entregando-a para Salomé e para sua maldosa mãe. O martírio por decapitação de são João Batista, que nos chegou narrado através do evangelho de são Marcos, ocorreu no dia 29 de agosto, um ano antes da Paixão de Jesus. 

Ainda segundo o evangelista Marcos, João Batista, antes de ser decapitado, exultou em voz alta: "Agora a minha felicidade será completa; ele deve crescer, eu, ao contrário, diminuirei". Encerrou, com o martírio, a sua missão de profeta precursor do Messias.


Fonte: Dom Total

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Nove modos de rezar




São nove os modos de rezar segundo são Domingos e cada um deles, que recitada sempre diante de Jesus Crucificado, exprime uma atitude corporal e uma espiritual que, intimamente compenetradas, favorecem o recolhimento e o fervor.

São Domingos reza em pé;

Inclinado para expressar a humildade;

Estendido no chão para pedir perdão pelos próprios pecados;

De joelhos, fazendo penitência para participar nos sofrimentos do Senhor;

Com os braços abertos fixando o Crucificado a fim de contemplar o Amor Supremo;

Com os olhos dirigidos ao céu, sentindo-se atraído pelo mundo de Deus;

Na meditação pessoal, onde se recolhia em atitude de escuta;

Na Liturgia das Horas, que recitava de manhã, ao meio dia e à tarde;

E na Santa Missa.

São Domingos recorda-nos que na origem do testemunho da fé, que cada cristão deve dar em família, no trabalho, no compromisso social e também nos momentos de distensão, estão a oração, o contato pessoal com Deus; só esta relação real com Deus nos dá a força para viver intensamente cada evento, em particular os momentos mais difíceis.
Este Santo recorda-nos também a importância das atitudes exteriores na nossa oração. O ajoelhar-se, o ficar em pé diante do Senhor, o olhar fixado no Crucificado, o deter-se e recolher-se em silêncio não são secundários, mas ajudam-nos a colocar-nos interiormente, com todo o nosso ser, em relação com Deus. 
Gostaria de lembrar mais uma vez a necessidade para a nossa vida espiritual de encontrar diariamente momentos para rezar com tranqüilidade; devemos procurar este tempo e deixar um espaço para falar com Deus. Será um modo também para ajudar quem nos está próximo a entrar no raio luminoso da presença de Deus, que traz a paz e o amor dos quais todos temos necessidade.

em 8 de agosto de 2012

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Lumen Gentium


Vamos tratar agora da Lumen Gentium (Luz dos Povos), o documento do Concílio sobre a Igreja.
         A primeira coisa importante: a luz dos povos não é a Igreja, mas Cristo. É o que afirma logo a primeira frase do nosso documento: “Sendo Cristo a luz dos povos, este Sagrado Concílio, congregado no Espírito Santo, deseja ardentemente que a luz de Cristo, refletida na face da Igreja ilumine todos os homens, anunciando o Evangelho a toda criatura” (LG 1). Cristo é a luz, o sol; a Igreja é como a lua: só ilumina se refletir na treva do mundo a luz do sol, a luz de Cristo. Assim, quando a Igreja fala dela mesma, não é para ficar preocupada consigo própria, mas para melhor viver, testemunhar e anunciar Jesus Cristo, nosso único caminho, nossa única salvação.
            Outro aspecto importante. O Concílio contempla a Igreja primeiramente como mistério, isto é, como parte do plano eterno de Deus para a salvação da humanidade. Assim: “Aos que acreditam em Cristo, (o Pai) quis convocá-los na santa Igreja, a qual, já prefigurada desde a origem do mundo e preparada admiravelmente na história do povo de Israel e na antiga aliança, e instituída nos últimos tempos (por Jesus Cristo), foi manifestada pela efusão do Espírito Santo (em Pentecostes) e será consumada em glória no fim dos séculos” (LG 2). A Igreja é, portanto, parte do plano de salvação de Deus. Ela não é nossa, é de Deus. Sua missão é ser o lugar, o espaço, a comunidade onde a humanidade pode encontrar Deus em Jesus Cristo e ser santificada no seu Espírito Santo. Por isso a Igreja, preparada pelo Pai, fundada pelo Filho e continuamente santificada pelo Espírito, é semente do Reino de Deus que nela já atua misteriosamente (cf. LG 3). É na Igreja que se experimenta de modo mais intenso o Reino trazido por Jesus!
            Essa Igreja fundada por Cristo está continuamente unida a ele, como o corpo à cabeça. Cristo, pela ação do Espírito presente nos sacramentos, a santifica, a sustenta, a vivifica (cf. LG 7). Mas, onde se encontra a Igreja de Cristo? “Esta Igreja, como sociedade constituída e organizada neste mundo, subsiste (permanece toda inteira) na Igreja católica governada pelo Sucessor de Pedro e pelos bispos em comunhão com ele ainda que fora do seu corpo se encontrem realmente vários elementos de santificação e de verdade” (LG 8).
            O Concílio privilegia uma imagem para descrever a Igreja: o Povo de Deus. Dedica todo um capítulo a essa descrição. Dizer que a Igreja é Povo de Deus é recordar que nela se cumpre tudo quanto Deus havia preparado em Israel, é também afirmar que esse povo é caminheiro, peregrino neste mundo e, portanto, sempre necessitado de conversão. A pátria deste povo é o céu (cf. LG 9). Significa também afirmar que, neste povo, todos têm uma mesma dignidade, conferida pelo Batismo. Mais que ser padre, freira, papa, bispo... o importante é ser cristão! Tudo o mais decorre daí. Assim, todo batizado é membro do povo sacerdotal que, unido a Cristo se oferece ao Pai pela humanidade e procura construir o Reino de Deus enquanto caminha no mundo (LG 10-13). Este povo de Deus é um povo que estar no mundo a serviço da salvação de toda a humanidade. A Igreja não existe para si mesma, mas para levar Cristo, Luz dos povos, a todos os homens. Por isso, todos os membros do Povo de Deus têm responsabilidade na ação missionária da Igreja. Mas, quem são os membros desse povo? Somente os batizados em Cristo Jesus. É muito importante deixar claro que “povo” aqui é o povo dos batizados, independente de classe social, raça, cultura ou modo de pensar. Então, o Povo de Deus é a Igreja nascida da Trindade Santa, peregrina neste mundo, testemunha e construtora do Reino trazido e anunciado pelo Senhor Jesus na potência do Espírito, e peregrina rumo à Pátria.
            Depois de deixar claro que todo cristão é membro do Povo de Deus, o Concílio olha os dois grandes grupos presentes neste povo: os cristãos leigos e os cristãos ordenados para o ministério (Bispos, padres e diáconos). Aí, afirma que os Bispos são sucessores dos Apóstolos, em comunhão com o Papa, Sucessor de Pedro. Eles têm a autoridade para pastorear, ensinar e santificar em nome de Cristo. Afirma-se também que os padres são colaboradores dos Bispos e que os diáconos são servidores da comunidade, auxiliando o Bispo e os padres no seu ministério (LG 18-29). Os Bispos são verdadeiros representantes de Cristo na sua Igreja diocesana, a qual pastoreiam com a cooperação de seus padres. Ali ele edifica, no Espírito Santo, a Igreja, pela pregação da Palavra de Deus de acordo com a Tradição católica e apostólica, e também pela celebração dos santos sacramentos, pelos quais Cristo age e santifica o seu rebanho. Depois o Documento detém mais uma vez no papel do leigo para mostrar que eles, como membros do Povo de Deus, participam da missão de Cristo, já que receberam a unção no Batismo e na Crisma e são alimentados pela Eucaristia. Os leigos têm a missão profética de anunciar o Cristo Jesus e testemunhá-lo diante do mundo (cf. LG 30-38).
            Depois a Lumen Gentium recorda que todos na Igreja são chamados à santidade, isto é, a uma vida de profunda comunhão com o Senhor. Este é o maior testemunho e a maior obra da Igreja! (cf. LG 39-42). Depois o Documento trata de um carisma que, no meio do Povo de Deus, de vê ser especial sinal dessa santidade: a vida religiosa (cf. LG 43- 47).
           A Igreja nunca pode esquecer que a plenitude do Reino somente se dará na Glória (cf. LG 48-51)!
            Finalmente, o Documento termina por contemplar a Virgem Maria como modelo de cristã e modelo da Igreja. Membro mais belo da Igreja, ela já nos espera na Glória, como sinal daquilo que todos nós seremos e a Igreja toda será em Cristo Jesus (cf. LG 52-69).
            Leia a Lumen Gentium. Será uma fonte de conhecimento e amor à Igreja!
Fonte: Dom Henrique

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Indicações pastorais de Dom Sérgio para o Ano da Fé na diocese de Bragança Paulista




Bragança Paulista, 15 de agosto de 2012,
Solenidade da Assunção de Nossa Senhora.

Caros irmãos presbíteros, diáconos, religiosos (as), seminaristas, animadores de comunidades, agentes de pastoral, grupos, novas comunidades e todo o Povo de Deus presente na Diocese de Bragança Paulista,

Saudações em Cristo!

“… O ANO da FÉ quer contribuir para uma conversão renovada ao Senhor Jesus e à redescoberta da fé, para que todos os membros da Igreja sejam testemunhas credíveis e alegres do Senhor Ressuscitado no mundo de hoje, capazes de indicar a ‘porta da fé’ a tantas pessoas que estão em busca. Esta‘porta’ escancara o olhar do homem para Jesus Cristo, presente no nosso meio ‘todos os dias, até o fim do mundo’ (cf. Mt 28,20). Ele nos mostra como ‘a arte de viver’ se aprende ‘numa relação profunda com Ele’. Com o seu amor, Jesus Cristo atrai a Si os homens de cada geração: em todo tempo, Ele convoca a Igreja confiando-lhe o anúncio do Evangelho, com um mandato que é sempre novo. Por isso, também hoje é necessário um empenho eclesial mais convicto a favor duma nova evangelização, para descobrir de novo a alegria de crer e reencontrar o entusiasmo de comunicar a fé” (Congregação para a Doutrina da Fé – Indicações para a celebração do ANO da FÉ).

A abertura do ANO da FÉ pelo Santo Padre Bento XVI em Roma, será no dia 11 de outubro de 2012, cinqüentenário da abertura do Concílio Ecumênico Vaticano II; o encerramento será no dia 24 de novembro de 2013, Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo. Na Diocese de Bragança Paulista – SP, uma celebração eucarística solene, na Catedral Diocesana Imaculada Conceição, dia 25 de setembro de 2012, às 20h, com a participação dos presbíteros, religiosos (as), seminaristas, animadores de comunidades, agentes de pastoral, grupos, novas comunidades e todo povo de Deus, marcará inicio ao ANO da FÉ. Pedimos especial representação dos CATEQUISTAS e de membros dos COMIPAS de nossas comunidades paroquiais.

Propostas para a celebração do ANO da FÉ em nível
Diocesano:

 Abertura solene – dia 25 de setembro às 20h na Catedral Diocesana.
Jornadas sobre o Catecismo da Igreja Católica, com presbíteros, catequistas, ministros da Palavra. A atualização dos Presbíteros que acontecerá em maio e outubro de 2013 terá como um dos temas de estudo e reflexão, o Catecismo da Igreja Católica. A Comissão Diocesana de Catequese organizará as jornadas por foranias.
Retomada do Concílio Vaticano II. Os presbíteros da Diocese tiveram a oportunidade de revisitar e aprofundar o Concílio Vaticano II na atualização teológica de maio/2012 com o Padre Cleto Caliman, SDB. Os encontros de presbíteros por forania, durante o ANO da FÉ, tenham como prioridade o aprofundamento de textos do Concílio Vaticano II e do CIC.
Os presbíteros e ministros da Palavra “preparem as homilias na meditação e na oração, a fim pregarem com convicção e paixão” (Verbum Domini, 59).
O Setor Juventude da Diocese promova encontros para aprofundar os conteúdos da Fé e a redescoberta do sentido da vida que muitos jovens procuram, tendo como instrumento o YOUCAT – Catecismo da Igreja Católica para os jovens.
Promoção de encontros com o mundo acadêmico e da cultura (Universidades, Escolas – atenção às Escolas Católicas), para um diálogo entre fé e razão, mostrando que “a Igreja nunca teve medo de mostrar que não é possível haver qualquer conflito entre fé e ciência autêntica, porque ambas, embora por caminhos diferentes, tendem para a verdade” (Porta Fidei, 12).
Não ter medo de abrir espaço para o diálogo ecumênico e inter-religioso, mesmo com pessoas que, “embora não reconhecendo em si mesmas o dom da fé, todavia, vivem uma busca sincera do sentido último e da verdade definitiva acerca de sua existência no mundo” (Porta Fidei, 10).

As paróquias incentivem e colaborem com os leigos para a participação no Curso de Teologia para Leigos, promovido pela Diocese em nível de forania.
Organizar na Quaresma momentos de reflexão e celebrações penitenciais nas quais se peça perdão a Deus pelos pecados contra a fé.
Jornal, Rádio, Televisão, Internet… sejam utilizados para a evangelização e para a propagação do ANO da FÉ.
Organizar a proposta do ANO da FÉ a partir das cinco metas propostas nas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja Diocesana de Bragança Paulista, 2012 – 2015, p. 22 – 31.

Propostas para a celebração do ANO da FÉ em nível
paroquial, de comunidades, associações e movimentos:

Ler e meditar (nos encontros, reuniões, dias de formação…) a Carta Apostólica do Santo Padre Bento XVI – PORTA FIDEI. Incentivar ainda a leitura pessoal.
Promover uma participação “Ativa, Externa e Interna, Consciente, Fácil, Plena, Piedosa e Frutuosa na Liturgia” (cf. SC, 14, 19, 21 e 37ss), mormente na celebração da Eucaristia, mistério da fé e fonte da nova evangelização.
Os párocos empenhem-se para que os (as) catequistas retomem os conteúdos da fé com a leitura e aprofundamento do texto do Catecismo da Igreja Católica.
Divulgar o Catecismo da Igreja Católica e facilitar a aquisição do mesmo pelos membros da comunidade paroquial.
Organizar as Santas Missões populares com a colaboração do COMIDI.
Os Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica empenhem-se na nova evangelização, com renovada adesão ao Senhor Jesus, pela contribuição dos próprios carismas, na fidelidade ao Santo Padre, à Sã Doutrina e às orientações da Igreja Diocesana.
As associações e movimentos eclesiais inseridos na Igreja Local, em comunhão com seus pastores, comprometam-se de modo criativo e generoso, segundo o carisma próprio e o testemunho, com a nova evangelização para a transmissão da fé cristã.
Os fiéis, membros de nossas comunidades sejam exortados a reavivar o dom da fé, não se envergonhando de testemunhá-la na caridade (cf. Porta Fidei, 14).
 Cuidar da piedade popular (devoção a Nossa Senhora, novenas, romarias…) para que seja instrumento da nova evangelização e transmissão da fé.
As comunidades de caráter contemplativo colaborem pela oração, para a renovação da fé do Povo de Deus.

“… Como sabemos, em vastas áreas da terra, a fé corre o perigo de se extinguir como uma chama que deixa de ser alimentada. Estamos diante de uma profunda crise de fé, de uma perda do sentido religioso que constitui o maior desafio para a Igreja de hoje. Por conseguinte, a renovação da fé deve ser a prioridade no compromisso de toda a Igreja nos nossos dias. Faço votos para que o ANO da FÉ possa contribuir, com a colaboração cordial de todos os componentes do Povo de Deus, para tornar Deus de novo presente neste mundo e abrir aos homens o acesso à fé, para confiar naquele Deus que nos amou até o fim (cf. Jo 13,1),em Jesus Cristocrucificado e ressuscitado” (Discurso do Papa Bento XVI à plenária da Congregação para a Doutrina da Fé – 27.01.2012).

Confiando em Maria que acolheu e acreditou na Palavra, percorramos o ANO da FÉ, desejosos de ser novamente evangelizados, tornando-nos fiéis discípulos de Jesus Cristo – “Caminho, Verdade e Vida” (Jo 14,6).
 Fraternalmente,
 Dom Sérgio Aparecido Colombo
Bispo Diocesano
“Como aquele que serve”

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Símbolos dos 4 evangelistas

S. Mateus 
é simbolizado pelo anjo com rosto de homem, porque o seu Evangelho se preocupa em comprovar a natureza humana de Cristo.

S. João 
é representado pela águia, pois se preocupa em comprovar a natureza divina de Cristo Jesus.

S. Marcos 
é representado pelo leão, porque ele começa o seu Evangelho falando da pregação de São João Baptista no deserto da Judeia. Ora, o leão vivia no deserto, e a pregação de João foi como um rugido de leão. Ele quer mostrar Cristo como soberano, como rei. E o leão é o rei dos animais.

S. Lucas 
tem em vista demonstrar o carácter sacerdotal de Cristo. Daí ter como símbolo o boi, animal sacrificado no Templo.