sexta-feira, 25 de maio de 2012

O Dom do Pai em Cristo - Sobre a S.Trindade



O Dom do Pai em Cristo
Do Tratado Sobre a Trindade, de Santo Hilário, bispo - (Séc. IV)

O Senhor mandou batizar em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, quer dizer, professando a fé no Criador, no Filho e no que é chamado Dom de Deus.

Um só é o Criador de todas as coisas. Pois um só é Deus Pai, de quem tudo procede; um só é o Filho Unigênito, nosso Senhor Jesus Cristo, por quem tudo foi feito; e um só é o Espírito, que foi dado a todos nós.

Todas as coisas são ordenadas segundo suas capacida­des e méritos: um só é o Poder, do qual tudo procede; um só é o Filho, por quem tudo começa; e um só é o Dom, que é penhor da esperança perfeita. Nada falta a tão grande per­feição. Tudo é perfeitíssimo na Trindade, Pai, Filho e Espí­rito Santo: a infinidade no Eterno, o esplendor na Imagem, a atividade no Dom.

Escutemos o que diz a palavra do Senhor sobre a ação do Espírito em nós: Tenho ainda muitas coisas a dizer-vos,mas não sois capazes de compreendê-las agora (Jo 16,12), É bom para vós que eu parta: se eu me for, vos mandarei o Defensor (cf. Jo 16,7).

Em outro lugar: Eu rogarei ao Pai, e ele vos dará uni outro Defensor, para que permaneça sempre convosco: o Espírito da Verdade (Jo 14,16-17). Ele vos conduzirá à plena verdade. Pois ele não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido; e até as coisas futuras vos anuncia­rá. Ele me glorificará porque receberá do que é meu (Jo 16,13-14).

Estas palavras, entre muitas outras, foram ditas para nos dar a conhecer a vontade daquele que confere o Dom e a natureza e a perfeição do mesmo Dom. Por conseguinte, já que a nossa fraqueza não nos permite compreender nem o Pai nem o Filho, o Dom que é o Espírito Santo estabelece certo contato entre nós e Deus, para iluminar a nossa fé nas dificuldades relativas à encarnação de Deus.

Assim, o Espírito Santo é recebido para nos tornar capazes de compreender. Como o corpo natural do homem permaneceria inativo se lhe faltassem os estímulos necessá­rios para as suas funções - os olhos, se não há luz ou não é dia, nada podem fazer; os ouvidos, caso não haja vozes ou sons, não cumprem seu ofício; o olfato, se não sente nenhum odor, para nada serve; não porque percam a sua capacidade natural por falta de estímulo para agir - assim é a alma humana: se não recebe pela fé o Dom que é o Espírito, tem certamente uma natureza capaz de conhecer a Deus, mas falta-lhe a luz para chegar a esse conhecimento.

Este Dom de Cristo está inteiramente à disposição de todos e encontra-se em toda parte; mas é dado na medida do desejo e dos méritos de cada um. Ele está conosco até o fim do mundo; ele é o consolador no tempo da nossa espera; ele, pela atividade dos seus dons, é o penhor da nossa esperança futura; ele é a luz do nosso espírito; ele é o esplendor das nossas almas.

terça-feira, 22 de maio de 2012

Orientações para a celebração de Missa Solene com a presença do Bispo


- Antes do início da celebração.
O cerimoniário e os acólitos mitrífero e baculífero se apresentem ao bispo logo à sua chegada e digam suas respectivas funções.
O cerimoniário ajude o bispo a se paramentar.
Na procissão de entrada vai à frente o cruciferário com a cruz processional acompanhado por dois ceriferários com as velas acesas. O mitrífero e o baculífero vão atrás do bispo.
Pouco antes de iniciar a Missa, com a procissão de entrada já formada, o turiferário e o naveturário se aproximam do bispo para que ele coloque o incenso no turíbulo. Em seguida estes se direcionam para frente da procissão.

- Ritos iniciais
Quando a procissão de entrada chegar à frente do altar o bispo entrega o báculo e a mitra para o cerimoniário, que os entrega para o baculífero e para o mitrífero, respectivamente.
Após o bispo beijar a mesa do altar o turiferário e o naveturário se aproximem para que o bispo coloque o incenso no turíbulo e incense o altar e o crucifixo.
O cerimoniário acompanha o bispo durante a incensação segurando a manga direita da sua casula.
Nas celebrações por ocasião da festa do padroeiro incensa-se também a imagem do padroeiro.
Nas celebrações no Tempo Pascal incensa-se também o Círio pascal.
O grupo de música continua com o canto de entrada até o final da incensação.
Após o convite “oremos” o librífero apresenta ao bispo o missal aberto na Oração do dia correspondente.

- Liturgia da Palavra
Ao sentar na cadeira presidencial o cerimoniário entrega a mitra para o bispo.
Ao iniciar do canto de aclamação ao Evangelho o turiferário e o naveturário se aproximam do bispo para que ele coloque o incenso no turíbulo. O turiferário e o naveturário se posicionam próximo da mesa da Palavra.
O bispo retira a mitra e entrega para o cerimoniário, que a entrega para o mitrífero.
Os dois ceriferários colocam-se, um de cada lado, da mesa da Palavra (exceto no Tempo Pascal, quando o Círio pascal já está ao lado da mesa da Palavra).
Após o anúncio da proclamação do Evangelho, o turiferário apresenta o turíbulo para que, quem proclama o Evangelho, possa incensá-lo.
Neste momento o cerimoniário entrega o báculo para o bispo.
Terminada a proclamação do Evangelho o bispo entrega o báculo para o cerimoniário, que o entrega para o baculífero.
Quem proclamou o Evangelho entrega o evangeliário (ou o lecionário) para que o bispo beije-o e abençoe o povo.
O bispo senta-se na cadeira presidencial e o cerimoniário entrega para ele a mitra e em seguida o microfone.
Terminada a homilia o bispo direciona-se para a cadeira presidencial e antes de rezar a Profissão de fé (Creio) ele retira a mitra e entrega-a para o cerimoniário, que a entrega para o mitrífero.

- Ofertório
Enquanto prepara-se a mesa do altar o bispo senta-se e o cerimoniário entrega-lhe a mitra.
Quando há procissão das oferendas, as pessoas que trazem o pão e o vinho devem entregá-los para o bispo na cadeira. O cerimoniário busca essas pessoas na frente do altar e orienta-as a levarem o pão e o vinho para o bispo.
Outros acólitos recebem o pão e o vinho das mãos do bispo e leva-os para a mesa do altar.
Terminada a preparação das oferendas o bispo retira a mitra e direciona-se para a mesa do altar para fazer a apresentação das oferendas.
Terminada a apresentação das oferendas o turiferário e o naveturário se aproximam para que o bispo coloque o incenso no turíbulo e incense as oferendas, o altar, o crucifixo, etc.
O cerimoniário acompanha o bispo durante a incensação segurando a manga direita da sua casula.
Terminada a incensação o bispo entrega o turíbulo ao cerimoniário. O bispo direciona-se para a cadeira presidencial e o cerimoniário incensa o bispo juntamente com os demais sacerdotes. Antes e depois de incensar faz-se a vênia.
Em seguida o cerimoniário direciona-se à frente do altar, faz vênia e incensa o povo. Faz vênia novamente e entrega o turíbulo para o turiferário.
Enquanto isso o bispo senta-se na cadeira presidencial e dois acólitos com jarra, bacia e manustérgio ajoelham-se diante do bispo para que ele purifique as mãos.
Terminada a Oração sobre as oferendas o cerimoniário retira o solidéu do bispo e coloca-o junto à mitra.

- Comunhão
Quando o bispo terminar de distribuir a Comunhão o cerimoniário recolhe das mãos dele a âmbula e entrega-a para outro acólito para que ele leve a âmbula até o sacrário.
O bispo senta-se na cadeira presidencial e dois acólitos com jarra, bacia e manustérgio ajoelham-se diante do bispo para que ele purifique as mãos.
Em seguida o cerimoniário entrega ao bispo o solidéu.
Após o convite “oremos” o librífero apresenta ao bispo o missal aberto na Oração depois da Comunhão.
Terminada a oração o bispo senta-se e o cerimoniário entrega a mitra ao bispo.
Se o bispo receber algum presente o cerimoniário conduz a pessoa que for entregá-lo até o bispo. O cerimoniário recolhe o presente e entrega a outro acólito para que ele guarde o presente na sacristia.
O cerimoniário entrega a mitra e o báculo para que o bispo dê a Benção final.
Se for Benção solene o librífero apresenta ao bispo o missal aberto na Benção correspondente.
Inicia-se a procissão de saída. Vai à frente o cruciferário com a cruz processional acompanhado por dois ceriferários com as velas acesas. O mitrífero e o baculífero vão atrás do bispo.


- Regra básica:
Báculo: Somente na procissão de entrada, Evangelho, Benção final e procissão de saída.
Mitra: Bispo sentado, bispo com mitra. Bispo em pé, bispo sem mitra.

- Observações finais:
Se o bispo usar óculos para leitura, entregá-lo nos momentos que ele for ler, como Oração do dia, Liturgia Eucarística, Benção final, etc.

A celebração acontecerá de forma tranqüila quando todos tiverem consciência das suas funções e do momento correto de exercê-las. Por isso é recomendável defini-las com antecedência.

Imprevistos sempre acontecem. A saída é corrigi-los na hora e continuar a celebração normalmente.

- Vocabulário
Baculífero: Acólito que segura o báculo durante a celebração.
Báculo: Uma espécie de bastão que representa o cajado do pastor.
Cadeira presidencial: Cadeira onde se senta o presidente da celebração.
Ceriferário: Acólito que segura o castiçal com a vela (que é feita de cera).
Cerimoniário: Responsável pela organização e bom andamento da celebração.
Cruciferário: Acólito que conduz a cruz nas procissões.
Evangeliário: Livro litúrgico que contem somente as leituras dos Evangelhos.
Lecionário: Livro litúrgico que contem as leituras da Missa.
Librífero: Acólito que segura o livro da Missa (missal) durante a celebração.
Mesa da Palavra: Ambão de onde se proclamam as leituras na Liturgia da Palavra.
Mesa do Altar: Mesa no centro do altar de onde se realiza a Liturgia Eucarística.
Missal: Livro litúrgico que contem o rito da Missa.
Mitra: Uma espécie de chapéu em forma de cone com duas fitas atrás caindo nas costas. Indica o poder episcopal.
Mitrífero: Acólito que segura a mitra durante a celebração.
Naveturário: Acólito que segura a naveta durante a celebração.
Paramentar: vestir os paramentos, como túnica, estola, casula, etc.
Solidéu: seu nome significa “só para Deus”. É uma “meia-cuia” que o bispo usa sobre a cabeça.
Turiferário: Acólito responsável pelo turíbulo.
Vênia: gesto de reverência feito com um ligeiro abaixar de cabeça.

terça-feira, 15 de maio de 2012

Orientações e Sugestões Litúrgicas para a 2ª parte do Tempo Comum - Ano B

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Orientações litúrgicas sobre o Tempo Comum – 2ª Parte

O Domingo de Pentecostes encerra o Tempo da Páscoa. Em seguida recomeça o Tempo Comum, interrompido pela Quaresma.
Recomeça na segunda-feira após Pentecostes e termina no sábado que antecede o 1º domingo do Advento.
Em alguns anos não há a 7ª ou a 8ª semana. Essas supressões são “acomodações” para fechar o Tempo Comum sempre em 34 semanas.
O termo “comum” não tem sentido pejorativo, mas remete aquilo que é corriqueiro da caminhada de Jesus. Ou seja, tudo aquilo que está fora dos fatos históricos mais importantes da vida de Jesus, que é o seu nascimento (Ciclo do Natal) e sua paixão, morte e ressurreição (Ciclo da Páscoa).
É um Tempo muito especial de viver o mistério da cotidianidade, tempo da caminhada à luz do Espírito Santo, celebrado no Pentecostes, alimentado pelos sacramentos e seguindo os passos dos santos.
É um caminhar para a glória, pois a coroa desse tempo de graça é a solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo, no 34º e último domingo do Tempo Comum, que marca também o encerramento do Ano Litúrgico. Esta solenidade é o ponto alto da caminhada de Cristo e dos cristãos: “Se com ele morremos, com ele viveremos. Se com ele sofremos, com ele reinaremos” (II Timóteo 2, 11-12).
Ao longo das 34 semanas celebramos o mistério semanal do Domingo como “Dia do Senhor”.
A cor litúrgica que marca esse Tempo é o verde. Representa a esperança cristã, a serenidade, a perseverança.
Na 2ª parte do Tempo Comum há os meses temáticos. São aqueles meses marcados por um tema forte: agosto – vocação, setembro – bíblia, outubro – missão. Os meses temáticos (estimados por uns e rejeitados por outros) têm despertado coisas importantes nas nossas comunidades como consciência vocacional, interesse maior pela Palavra de Deus, compromisso missionário, etc. Como a Campanha da Fraternidade na Quaresma, os meses temáticos do Tempo Comum podem encaixar-se bem na caminhada das comunidades sem prejudicar o eixo central desse tempo.
Referência:
Pe. José Bortolini. Coleção Por que Creio – Tempo Comum: 40 perguntas e respostas. São Paulo: Paulus, 2007.

Sugestões litúrgicas para o Tempo Comum
As sugestões apresentadas a seguir podem ser aproveitadas para enriquecer a celebração na comunidade. A equipe de liturgia escolherá as que melhores se enquadram na realidade da sua comunidade, sempre levando em conta o bom senso. Vale lembrar que as dicas aqui oferecidas são sugestões recolhidas de diversos subsídios aprovados pela CNBB. Elas poderão ser adaptadas, alteradas e remodeladas conforme a situação, o contexto litúrgico, as pessoas e os materiais disponíveis e conforme a comunidade.

Evitar a correria de última hora. A equipe deve se preparar durante a semana refletindo os textos bíblicos e verificando quais são os gestos e ações a serem valorizados em cada celebração.

- Frases temáticas
Usar as frases sugeridas em cada celebração para elaborar cartazes que poderão ser espalhados pela Igreja, fixados na porta de entrada ou serem trazidos nas procissões de entrada, da Palavra ou do ofertório.
Cartazes, banners ou faixas não devem ser colocados junto ao ambão e ao altar, pois podem desviar a atenção. A equipe de liturgia decida um lugar apropriado para eles.

- Acolhida
Criar um ambiente acolhedor e fraterno, sobretudo na chegada dos irmãos e irmãs que vêm à celebração. Um grupo de jovens, com violão, poderia estar na porta recebendo as pessoas com cantos de acolhida.
Uns instantes antes do inicio da celebração recomenda-se criar um ambiente acolhedor de silencio e contemplação. Durante esse momento poderá ser entoado um mantra.
A equipe de celebração procure acolher e saudar afetuosamente as pessoas que vão chegando para a celebração cerca de 20 a 15 minutos antes.
É bom fazer um breve ensaio, antes da celebração, dos cantos e refrões do dia. Lembrando de deixar um breve tempo de silêncio para que a assembléia se prepare para a ação celebrativa.
Os cânticos devem estar de acordo com o Tempo litúrgico e com o momento da celebração.

- Ritos iniciais
No inicio da celebração o animador ou animadora pode fazer uma monição, introduzindo a comunidade no mistério que será celebrado. Evitem-se comentários longos e discursivos. Quem anima apenas lembra os motivos principais da celebração, convidando a assembléia de maneira orante, iniciar seu dialogo amoroso com o Senhor ressuscitado, ligando os acontecimentos da vida à Páscoa de Jesus.

- Procissão de entrada
Na procissão de entrada vão os leitores, ministros extraordinários da comunhão, acólitos, coroinhas (se houver) e o presidente da celebração. Leva-se à frente a cruz processional. Dependendo da ocasião pode-se também incluir outras pessoas. Pode-se também levar um cartaz ou objeto ligado ao tema da celebração.

- Hino de louvor
Seria bom que o grupo de canto entoasse uma versão litúrgica do hino de louvor, ou seja, mais fiel ao texto original, e evitasse outros que somente contenha “gloria”.

- Liturgia da Palavra
Preparar bem a proclamação dos textos bíblicos tornando-os vivos e proclamados com unção, para que sejam bem compreendidos pela comunidade. Certamente, a assembléia será motivada a manter o olhar fixo na mesa da Palavra.
Na liturgia da Palavra, assumimos a atitude de escuta e nos colocamos atentamente com o “ouvido do coração” para ouvir e acolher a Palavra do Senhor. Um refrão meditativo pode substituir o comentário antes das leituras, pois ajuda a sensibilizar o coração.
Em lugar do comentário antes das leituras o coral pode cantar suavemente um mantra ou refrão meditativo que ajude a criar um ambiente de escuta e atenção a Palavra que vai ser proclamada.
Fazer um breve momento de silencio após o salmo e as leituras para melhor interiorizá-los.
O Salmo deve ser sempre cantado. Se isso não for possível, que pelo menos o refrão seja cantado. Quando o salmo for lido, que seja dada entonação de poesia, isto é, que seja declamado em vez de lido. Quem for salmodiar (cantado ou recitado) deve fazê-lo da mesa da Palavra.
Durante a proclamação do Evangelho, algumas pessoas com velas podem ladear a mesa da Palavra. Ao término da proclamação o livro é apresentado à assembléia que o saúda com palmas enquanto a equipe de música repete o refrão do canto de aclamação ao Evangelho ou o refrão do salmo de resposta.
Motivar a assembléia para que a Profissão de fé deixe de ser a repetição decorada de uma fórmula e se torne expressão comunitária do compromisso de fé, feito a partir da Palavra ouvida, entendida e aceita.

- Preces
A resposta da Oração da assembléia poderá ser cantada.
Sejam lidas do ambão do animador e formuladas com a convicção de pedidos a Deus. Dê preferência para as preces que brotam da realidade da comunidade.

- Liturgia Eucarística
Na procissão do ofertório, alem do pão e do vinho, pode-se trazer algum símbolo que tenha a ver com o que está sendo celebrado, no sentido de ofertá-lo a Deus.
O centro da celebração é a Ação de graças, expressa pela Oração Eucarística que deve receber, por isso, um maior destaque: valorize-se o canto, os gestos, a voz, etc. convidar a assembléia a voltar sua atenção para a mesa do altar, principalmente, no momento do Relato da Instituição.
Sempre que possível procure-se cantar as respostas da Oração Eucarística, o Santo, o Amém da doxologia e o Cordeiro de Deus.
Acentuar os momentos de silêncio, principalmente, após a comunhão.

- Pai Nosso
O Pai Nosso pode ser rezado ou cantado de mãos dadas, permanecendo assim até o Abraço da paz. Quando o Pai Nosso for cantado, cuidar para escolher melodias que sejam do conhecimento de toda a assembléia, que não sejam adaptações de outras canções e que a letra seja fiel ao original.

- Abraço da Paz
Realizá-lo de maneira afetuosa, não apenas com um aperto de mão, mas com um abraço mais demorado. Quem preside poderá fazer a motivação para que isso ocorra.

- Comunhão
Viver com especial fervor e devoção o Rito da comunhão com um cântico que retome o conteúdo do Evangelho.

- Ritos finais
Perguntar se há aniversariantes na assembléia; se houver, chamá-los à frente e prestar-lhes uma alegre homenagem.
Cuidar para que os avisos finais sejam transmitidos com clareza e objetividade. Que eles sejam dados com ênfase e não apenas lidos.
A abundância de avisos, alguns desnecessários, leva as pessoas a não se lembrarem de quase nada do que foi dito. Poder-se-ia criar alternativas para divulgar os eventos da comunidade, como o uso dos meios de comunicação social, colocá-los no “data-show”, ou em painéis ou cartazes, como “temos vagas para a catequese”, “Almoço na paróquia dia tal...”, “Precisamos de voluntários para a pastoral...”. A equipe de liturgia seja bem criativa nesta tarefa de divulgação.
Cuidar para que os Ritos finais levem a assembléia a ser enviada em missão, vivendo e testemunhando no dia-a-dia o que acaba de celebrar. Um bom comentário, ou mensagem final, pode ser preparado com essa finalidade.

Solenidade da Santíssima Trindade – 02-03 Junho de 2012
1ª Leitura: Deuteronômio 4, 32-34.39-40: O Senhor é o Deus: não há outro alem dele.
Salmo 32: Feliz o povo que o Senhor escolheu por sua herança.
2ª Leitura: Romanos 8, 14-17: Recebestes um espírito de filhos, no qual todos nós clamamos: Abbá, ó Pai!
Evangelho: Mateus 28, 16-20: Eis que estou convosco todos os dias, até o fim do mundo.



A cor litúrgica para essa solenidade é o Branco.

- Frases Temáticas:
Estou com vocês todos os dias, até o fim dos tempos.
Dar ao mundo o testemunho da vida em comunhão.
A Santíssima Trindade é a melhor comunidade.
Trindade: fonte da nossa unidade e missão.
Fazei de todos os povos meus discípulos.
Comunidade, espelho da Trindade.

- Acolhida
Preparar um bonito painel ou um cartaz com uma frase que evoque a Trindade (ver acima as frases temáticas). Colocá-lo na entrada da Igreja ou num lugar bem visível para toda a comunidade.

- Ritos iniciais
Procurar dar atenção especial e solenizar o sinal da cruz, lembrando que fomos batizados em nome da Trindade. Pode ser cantado.

- Liturgia da Palavra
A Primeira leitura pode ser dialogada (narrador e Moisés)
O Evangelho pode ser cantado.

- Preces
Pode ser feita por três pessoas e a resposta pode ser “Gloria ao Pai...” cantado.

- Benção final
Depois da benção cada um traça uma cruz na testa do seu vizinho, dizendo: “Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo”. Esse gesto pode ser feito também no inicio da celebração.



Solenidade do Corpo e Sangue de Cristo (Corpus Christi) – 07 de junho de 2012
1ª Leitura: Êxodo 24, 3-8: Este é o sangue da aliança que o Senhor fez conosco.
Salmo 115: Elevo o cálice da minha salvação, invocando o nome santo do Senhor.
2ª Leitura: Hebreus 9, 11-15 (+ seqüência): O Sangue de Cristo purifica a nossa consciência.
Evangelho: Marcos 14, 12-16.22-26: Isto é o meu Corpo. Isto é o meu Sangue.

A cor litúrgica para essa solenidade é o Branco.

- Frases Temáticas:
O sacrifício da Nova Aliança.
O sangue de Cristo nos purifica pela aliança nova e eterna.
Isto é o meu Corpo! Isto é o meu Sangue!
Comunidade que se doa: Corpo e Sangue de Cristo para o mundo.
Jesus renova e eterniza a aliança.

- Procissão de entrada
Cartazes com fotos do pão (trigo) e vinho (uva) seguidas pelos dizeres: “Isto é o meu Corpo!”, “Isto é o meu Sangue!”.
Crianças que fizeram recentemente a Primeira Comunhão entram com cartazes com os seguintes dizeres: “Eucaristia é partilha”, “Eucaristia é o pão da vida”, “Eucaristia é pão para todos”, “Eucaristia é comunhão”, “Eucaristia é esperança”, etc. Se preferir esta dinâmica pode ser realizada na procissão do ofertório.

- Liturgia da Palavra
Realizar a procissão solene do lecionário, pão da palavra.
A seqüência da Segunda leitura pode ser cantada, recitada ou dialogada.

- Procissão do ofertório
Pode ser lavados ao altar trigo e uva, pão e vinho.
Pode ser realizada a dinâmica com as crianças e os cartazes conforme sugerido acima na Procissão de entrada.

- Liturgia Eucarística
A Oração Eucarística pode ser toda cantada.
Celebrar com pão ázimo, ou uma hóstia maior e mais solida.
Destacar o Rito da fração do pão. Que toda a assembléia possa perceber e acompanhar esse gesto.

- Comunhão
Se possível seja distribuída sob duas espécies.
Neste dia a comunidade pode utilizar pão em vez de partículas para a comunhão.

- Recomendações especiais para a celebração desse dia
Esta é uma excelente ocasião para se fazer a investidura de novos ministros extraordinários da comunhão eucarística (MECE). Seguindo as orientações de cada diocese, pode-se fazer, em momento oportuno da celebração, o ritual de investidura de novos MECE bem como a renovação dos que permanecerão no exercício desse ministério.
Recomendamos que todas as manifestações de piedade popular e devoção em torno do Santíssimo Sacramento, como procissão, adoração, benção do Santíssimo, etc. sejam feitas antes da celebração da Missa, de forma a manifestar a centralidade e a grandeza da Eucaristia celebrada na comunidade.
O local onde irá passar a procissão do Santíssimo pode ser ornamentado. Que contenha também postos de arrecadação de doações como alimentos, roupas, calçados, etc. que depois serão partilhados com as pessoas carentes da comunidade ou destinado a instituições como creches, asilos, abrigos, etc. Esse gesto concreto reforça o sentido da Eucaristia como partilha.

(10º) Décimo Domingo do Tempo Comum – 09-10 de junho de 2012
1ª Leitura: Genesis 3, 9-15: Porei inimizade entre a tua descendência e a da mulher.
Salmo 129: No Senhor toda a graça e redenção!
2ª Leitura: II Coríntios 4, 13-5,1: Nós também cremos e, por isso, falamos.
Evangelho: Marcos 3, 20-35: Satanás será destruído.

- Frases temáticas:
Fazer a vontade do Pai.
O Senhor é minha luz e salvação.
Quem são, hoje, nossos irmãos e irmãs?
A divisão provoca desunião até dentro da própria família.
Unidos venceremos os males da humanidade.

- Ato penitencial
Voltado para os desafios que as leituras de hoje apresentam, como divisão, falta de confiança, medo, etc. A equipe de liturgia poderá preparar uma dinâmica que ajude a ilustrar esse momento. As respostas do pedido de perdão poderão ser cantadas.

(11º) Décimo Primeiro Domingo do Tempo Comum – 16-17 de junho de 2012
1ª Leitura: Ezequiel 17, 22-24: Elevo a arvore baixa.
Salmo 91: Como é bom agradecermos ao Senhor.
2ª Leitura: II Coríntios 5, 6-10: Nos empenhamos em ser agradáveis ao Senhor.
Evangelho: Marcos 4, 26-34: A menor de todas as sementes se torna maior do que todas as hortaliças.

- Frases temáticas:
Jesus anunciava o Reino de Deus por meio de parábolas.
Não parece, mas o Reino cresce.
Deus proverá.
A Semente que cresce.
A iniciativa é de Deus.
Faça a sua parte que Deus fará a dele.
A semente é a Palavra de Deus.

- Acolhida
Na entrada um bonito cartaz com um desenho relacionado ao tema da celebração de hoje e a frase: “A semente é a Palavra de Deus”.
A equipe de liturgia e de celebração poderia preparar pequenos saquinhos com algumas sementes, como girassol, feijão, milho, flores, hortaliças, etc. para serem bentas e distribuídas ao final da celebração. Motivar as pessoas a plantarem essas sementes e acompanharem o seu desenvolvimento.

- Liturgia Eucarística
Na procissão das oferendas, além do pão e do vinho, levar uma porção de sementes, que no final serão bentas e distribuídas.
A Oração Eucarística VI-C “Jesus, caminho para o Pai” expressa bem o mistério que hoje celebramos.

(12º) Décimo Segundo Domingo do Tempo Comum – 23-24 de junho de 2012
1ª Leitura: Jó 38, 1.8-11: Aqui cessa a arrogância de tuas ondas.
Salmo 106: Dai graças ao Senhor, porque ele é bom, porque eterna é a sua misericórdia!
2ª Leitura: II Coríntios 5, 14-17: Tudo agora é novo.
Evangelho: Marcos 4, 35-41: Quem é este, a quem até o vento e o mar obedecem?

- Frases temáticas:
Transformar as tempestades em bonança.
Apesar das tempestades, o Reino acontece.
Deus, o Senhor das forças da natureza.
A fé que resiste à tentação.
O que buscamos na Missa?
As tempestades da fé.
Crer naquele a quem até os ventos e o mar obedecem.

- Liturgia da Palavra
Identificar o mar e as tempestades que hoje nos abalam. Motivar a assembléia a professar sua fé naquele a quem até os ventos e o mar obedecem.
Antes do término da homilia pode-se cantar “Segura nas mãos de Deus e vai...”.

- Liturgia Eucarística
Dentre os prefácios do Tempo Comum do Missal romano, escolher o V, que realça nossa criação por Deus, à sua imagem e semelhança, e a submissão de todas as outras criaturas a nós.

Solenidade de São Pedro e São Paulo – 30 de Junho e 01 de Julho de 2012
1ª Leitura: Atos dos Apóstolos 12, 1-11: O Senhor enviou o seu anjo para me libertar.
Salmo 33: De todos os temores me livrou o Senhor Deus.
2ª Leitura: II Timóteo 4, 6-8.17-18: Agora esta reservada para mim a coroa da justiça.
Evangelho: Mateus 16, 13-19: Tu és Pedro e sobre essa pedra edificarei a minha Igreja.

A cor litúrgica para essa solenidade é o Vermelho.

- Frases Temáticas:
Eu te darei as chaves do Reino dos céus.
A Igreja a serviço do Reino.
Dons diversos, uma só Igreja.
Uma Igreja de portas abertas.
Sejamos uma pedra de apoio na construção da Igreja.
Os alicerces da Igreja: comunhão e participação.

- Acolhida:
Fixar na entrada da Igreja um cartaz com a pergunta: “E para vocês, quem eu sou?”.

- Procissão de entrada
Trazer um quadro com o retrato do Papa. Ou imagens de são Pedro e são Paulo. Colocá-las num altar ornamentado e visível a todos.
Pode-se cantar: “reunidos em torno de nossos pastores, nós iremos a ti”.

- Profissão de fé
Deve ser hoje de modo especial valorizada. Pode-se rezar o credo Niceno-Constantinopolitano em dois coros ou dialogada.

- Preces
Lembrar nas preces de se rezar pelo Papa, bispos e pastores da Igreja. Alem das outras intenções próprias da comunidade.

- Ofertório
A coleta de hoje é destinada ao Óbolo de são Pedro, ou seja, são destinadas às necessidades do mundo que a Igreja atende fazendo-se solidaria, sobretudo nas calamidades e catástrofes.

- Liturgia eucarística
Prefacio próprio para essa festa.

- Ritos finais
Benção final própria.

(14º) Décimo Quarto Domingo do Tempo Comum – 07-08 de Julho de 2012
1ª Leitura: Ezequiel 2, 2-5: Ficarão sabendo que houve entre eles um profeta.
Salmo 122: Os nossos olhos, estão fitos no Senhor: tende piedade, ó Senhor tende piedade!
2ª Leitura: II Coríntios 12, 7-10: Gloriar-me-ei das minhas fraquezas, para que a força de Cristo habite em mim.
Evangelho: Marcos 6, 1-6: Um profeta só não é estimado em sua pátria.

- Frases temáticas:
Os batizados formam um povo de profetas.
O pecado: rejeitar a Cristo.
Rejeitar a Deus é desagregar-se.
Como retribuir ao Senhor todo o bem que ele faz?
Abrir os olhos e os ouvidos ao novo.
O Reino não é poder que se impõe, é amor que se oferece.
Gloriar-me-ei das minhas fraquezas, para que a força de Cristo habite em mim.

- Preces
Lembrar dos profetas de hoje que são rejeitados por causa de sua missão.

- Liturgia Eucarística
Dentre os prefácios do Tempo Comum do Missal romano, o II (o mistério da salvação) e o VII (a salvação pela obediência de Cristo) parecem bem apropriados para esta celebração.

- Abraço da paz
Especialmente nesta celebração, que nos recorda a incompreensão sofrida por Jesus, será interessante um gesto, como a acolhida de uma bandeira branca. Jovens entrarão dançando com ela.

(15º) Décimo Quinto Domingo do Tempo Comum – 14-15 de Julho de 2012
1ª Leitura: Amós 7, 12-15: Vai profetizar para meu povo.
Salmo 84: Mostrai-nos, ó Senhor, vossa bondade, e a vossa salvação nos concedei!
2ª Leitura: Efésios 1, 3-14: Em Cristo, ele nos escolheu antes da fundação do mundo.
Evangelho: Marcos 6, 7-13: Envio dos doze, dois a dois.

- Frases temáticas:
Enviados para evangelizar.
Vai profetizar para meu povo.
Ele nos escolheu antes da fundação do mundo.
O pão que partimos, comunhão com o Corpo de Cristo.
Enviados para anunciar a libertação.
Amor e fidelidade se encontram, justiça e paz se abraçam.

- Liturgia Eucarística
Dentre os prefácios do Tempo Comum do Missal romano, um dos mais adequados para esta celebração é o VI “o mistério da salvação em Cristo”.

- Benção final
Pode ser realizada a benção sobre os enfermos. Ou até mesmo administrar o Sacramento da Unção dos Enfermos a um ou mais doentes e idosos, devidamente convidados e preparados, usando o rito previsto no Ritual do Sacramento dentro da Celebração Eucarística.

(16º) Décimo Sexto Domingo do Tempo Comum – 21-22 de Julho de 2012
1ª Leitura: Jeremias 23, 1-6: Reunirei o resto de minhas ovelhas. Suscitarei para elas pastores.
Salmo 22: O Senhor é o pastor que me conduz: felicidade e todo o bem hão de seguir-me!
2ª Leitura: Efésios 2, 13-18: Ele é a nossa paz; do que era dividido, fez uma unidade.
Evangelho: Marcos 6, 30-34: Eram como ovelhas sem pastor.

- Frases temáticas:
Comunidade corresponsável.
Pão e Palavra: alimento do Bom Pastor.
Um novo pastoreio – uma nova liderança.
O Senhor é o pastor que me conduz.
Servos, e não senhores do rebanho.
Jesus, o bom pastor.
Do que era dividido, fez uma unidade.

- Espaço celebrativo
Um ícone de Jesus Bom Pastor pode ficar em destaque no espaço celebrativo.

- Liturgia da Palavra
Antes da homilia canta-se o refrão do salmo, ou o canto do Bom Pastor.

- Liturgia Eucarística
Dois prefácios do Tempo Comum do Missal romano são apropriados para esta celebração: o IV e o VIII.

- Ritos finais
Fazer uma homenagem aos avós, lembrando a festa de Santa Ana e São Joaquim, pais de Maria, avós de Jesus, celebrada no dia 26 de julho, dia dos avós. Se for oportuno eles podem receber uma benção especial.

(17º) Décimo Sétimo Domingo do Tempo Comum – 28-29 de Julho de 2012
1ª Leitura: II Reis 4, 41-44: Comerão, e ainda sobrará.
Salmo 144: Saciai os vossos filhos, ó Senhor!
2ª Leitura: Efésios 4, 1-6: Há um só corpo, um só Senhor, uma só fé, um só batismo.
Evangelho: João 6, 1-15: Multiplicação dos pães.

- Frases temáticas:
O pouco com Deus é muito.
Comeram, ficaram saciados e ainda sobrou.
Pão: princípio de unidade.
Um teste para a nossa caridade.
Uma Igreja pobre, sinal de abundancia.
Vós abris a vossa mão prodigamente e saciais todo ser vivo com fartura.

- Ritos iniciais
O abraço da paz poderá ser realizado já no início da celebração, como gesto fraterno de acolhida da comunidade que se reúne num só corpo em Cristo.

- Liturgia Eucarística
Na procissão das oferendas levar ao altar, juntamente com o pão e o vinho, pães que serão abençoados e distribuídos no final da celebração.
Pode ser usado pão ázimo.
As orações de apresentação das oferendas podem ser ditas em voz alta pelo presidente. Para que haja uma participação mais enfática e plena de toda a assembléia nesse rito, combinar previamente com a equipe de canto para que se cante apenas enquanto se realiza a procissão das oferendas.
Quem preside realce de modo especial a fração do pão.

- Ritos finais
Sejam propostos gestos concretos de partilha e solidariedade para serem assumidos pela comunidade durante a semana. O milagre da multiplicação acontece, em especial, pelo nosso empenho coletivo contra a miséria e a fome.
Referência
José Carlos Pereira. Liturgia: sugestões para dinamizar as celebrações. Petrópolis: Vozes, 2009.

Aguardem as próximas Sugestões Litúrgicas sobre os meses temáticos.
Marcio Canteli, 05/2012.