quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Sugestões Liturgicas para o mês de Outubro



Neste mês a Igreja procura redescobrir a missão que o Senhor está lhe dando no campo e na cidade, dentro e fora do país, “para que todos tenham vida”. Discipulado e missão são como duas faces da mesma moeda.

27º Domingo do Tempo Comum.
04-05 de Outubro


Leituras: Isaias 5; Salmo 79(80); Filipenses 4; Mateus 21, 33-43 (Parábola dos vinhateiros).

Eles vão respeitar o meu filho.
Celebrando nossa páscoa semanal fazemos memória do Senhor, a videira verdadeira e fecunda, parceiro fiel do Pai no cuidado de seu povo. Mesmo percebendo nossas infidelidades ele nos convida para renovar com ele a Aliança. O “proprietário” ama a vinha e espera dela frutos de fidelidade à Aliança. A vinha designa, então, o Reino de Deus; os vinhateiros, todo o povo infiel. O Reino será tirado dos vinhateiros homicidas e confiado a um povo que produza frutos, que para Mateus devem ser frutos de justiça.

Sugestões para a Celebração:

- O ensaio dos cantos com a assembléia ajuda a criar um clima alegre e orante para a celebração, além de ser uma forma de o povo aprender os cantos e assim participar melhor da celebração.
- Na procissão de entrada pode-se trazer o cartaz do mês missionário.
- Fazer a oração missionária após as preces.
- A vinha, símbolo do povo de Deus nos leva a dar atenção especial para a comunidade reunida em assembléia, como Corpo de Cristo, e a vinha do Pai chamada a produzir frutos de justiça, santidade e paz.

28º Domingo do Tempo Comum.
11-12 de Outubro
Solenidade de Nossa Senhora Aparecida

Leituras: Ester 5; Salmo 44(45); Apocalipse 12; João 2, 1-11. (Bodas de Caná)

Façam tudo o que Ele vos disser.
Celebramos Nossa Senhora Aparecida, que em 1930 foi proclamada, pelo Papa Pio XI, a padroeira do Brasil, por isso hoje rezamos pela nossa pátria pedindo, pela intercessão de Maria, as bênçãos para que tenhamos uma nação mais justa, fraterna e feliz conforme o projeto de Deus.
Lembramos hoje também todas as crianças, para que elas cresçam com saúde e possam cumprir a vontade de Deus em suas vidas. Que Nossa Senhora interceda por todas elas nesse dia a elas dedicado.

Sugestões para a Celebração:

- Colocar em destaque, no espaço celebrativo, a imagem de Nossa Senhora Aparecida e o cartaz da Campanha Missionária.
- Fazer a procissão de entrada com pessoas que tenham os nomes com que costumamos invocar Maria, e eleger um representante para trazer a imagem de N. Senhora Aparecida.
- Trazer na procissão do ofertório (Onde houver Missa) Vinho numa jarra grande, com uvas e pão, no final distribuir para toda a assembléia. Se for celebração da palavra, no final a comunidade pode receber um suco de uva abençoado.
- Fazer a oração missionária após as preces.
- As crianças podem fazer a coroação de Nossa Senhora depois da comunhão.
- Os cantos podem ser os dedicados a Maria e também aqueles propostos para esse mês.

Lembretes:
Semana que vem haverá a coleta para as missões, distribuir os envelopes hoje.




29º Domingo do Tempo Comum.
18-19 de Outubro

Dia das missões.

Leituras: Isaias 45; Salmo 95(96); I Tessalonicenses 1;
Mateus 22, 15-21. (O que é de César e o que é de Deus)

Mestre, sabemos que tu és verdadeiro.
Neste dia mundial das missões louvamos ao Pai que deu forças a Jesus e hoje nos dá a mesma coragem para sermos capazes de vencer as armadilhas maldosas, os planos falsos e enganosos que ameaçam a nossa vida e contrariam o projeto de Deus. Peçamos ao Pai sabedoria e coragem para os missionários, que deixando sua pátria abre-se para a missão evangelizadora em tantas partes do mundo. E pedimos sabedoria também para nós para que não percamos de vista nosso lugar e nossa missão na comunidade.

Sugestões para a Celebração:

- Entrar com o cartaz da campanha missionária na procissão de entrada colocando-o num lugar de destaque.
- Preparar a mesa da palavra com fitas nas cores dos cinco continentes: Verde (África), Vermelho (Américas), Amarelo (Ásia), Azul (Oceania) e o Branco (Europa).
- No ofertório pode entrar um cartaz com os nomes ou fotos de missionários da Igreja e daqueles missionários que conhecemos.
- Lembrar que hoje é o dia da coleta missionária: Da qual uma porcentagem adequada será destinada às missões na África e 10% para a Infância Missionária.
- Lembrar dos missionários também nas preces e fazer a oração missionária.
- No final invocar uma benção especial de envio para motivar toda a comunidade a assumir com maior entusiasmo sua vocação missionária.

Lembretes:
Convidar especialmente os jovens para participar da celebração da semana que vem.



30º Domingo do Tempo Comum.
25-26 de Outubro

Leituras: Êxodo 22; Salmo 17(18); I Tessalonicenses 1; Mateus 22, 34-40. (O maior mandamento)

Ame ao Senhor seu Deus e o próximo.
Jesus nos confia hoje seu único mandamento, que é a síntese da Lei e dos profetas e que se expressa de duas maneiras interdependentes: na comunhão amorosa com Deus e na alegria da comunhão fraterna. Celebramos hoje também o Dia Nacional da Juventude (DNJ) “Torna-se urgente renovar a opção afetiva e efetiva de toda a Igreja pela juventude na busca conjunta de propostas concretas, entre elas: a educação e o amadurecimento da fé, com atenção à espiritualidade, formando os jovens para a missão, a ação política e para a transformação do mundo” (Doc. Evangelização da juventude e Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora, nº. 123.).

Sugestões para a Celebração:

- Valorizar a participação dos jovens na celebração de hoje.
- Pode-se cantar um refrão meditativo para se criar um clima orante antes do início da celebração. Exemplo: Deus é amor, arrisquemos viver por amor. Deus é amor, ele afasta o medo.
- Escrever num cartaz o mandamento de Jesus, dado por ele no evangelho de hoje, que pode entrar na procissão de entrada, e coloca-lo num lugar de destaque.
- Fazer a procissão de entrada com a participação dos jovens.
- Em sinal de acolhida o abraço da paz pode ser feito já no início da celebração (antes do Ato Penitencial).
- Fazer a oração missionária após as preces. Que pode ser feita de forma dialogada entre dois jovens.

Lembretes:
Sábado que vem: Solenidade de Todos os Santos e no domingo: Dia de Finados.

Dicas de Portugues

A Língua Portuguesa agradece (e nossos ouvidos também!).
Mesmo que você saiba de todas essas formas corretas, passe adiante, pode ser útil para outras pessoas. Nunca diga:- Menas (sempre menos) - Iorgute (iogurte) - Mortandela (mortadela) - Mendingo (mendigo) - Trabisseiro (travesseiro) - essa é de doer, hein!- Cardaço (cadarço) - Asterístico (asterisco) - Meia cansada (meio cansada) lembre-se:- Mal - Bem- Mau - Bom

- Trezentas gramas (a grama pode ser de um pasto). Se você quer falar de peso, então é O grama: Trezentos gramas.- Di menor, di maior (é simplesmente maior ou menor de idade).- Beneficente (lembre-se de Beneficência Portuguesa) - O certo é BASCULANTE e não VASCULHANTE, aquela janela do banheiro ou da cozinha.
- Se você estiver com muito calor, poderá dizer que está "suando" (com u) e não "soando", pois quem "soa" é sino!- O peixe tem ESPINHA (espinha dorsal) e não ESPINHO. Plantas têm espinhos. - Homens dizem OBRIGADO e mulheres OBRIGADA.

- "FAZ dois anos que não o vejo“ e não “FAZEM dois anos” - "HAVIA muitas pessoas no local" e não "HAVIAM” - "PODE HAVER problemas" e não "PODEM HAVER..." (os verbos fazer e haver são impessoais!)

- PROBLEMA e não POBLEMA ou POBREMA
- A PARTIR e não A PARTIR

- Para EU fazer, para EU comprar, para EU comer e não para MIM fazer, para mim comprar ou para mim comer... (mim não conjuga verbo, apenas “eu, tu, eles, nós, vós, eles")

- Você pode ficar com dó (ou com um dó) de alguém, mas nunca com "uma dó"; a palavra dó no feminino é só a nota musical (do, ré, mi, etc.etc.) - As pronúncias: CD-ROM é igual a ROMA sem o A. Não é CD-RUM (nem CD - pinga, CD - vodka etc.). ROM é abreviatura de Read Only Memory - memória apenas para leitura.


- Ao telefone não use: Quem gostaria? (É de matar...)
- É incorreto perguntar: COM QUEM VOCÊ QUER ESTAR FALANDO? Veja como é o correto e mais simples: COM QUEM VOCÊ QUER FALAR? - Não use: peraí, agüenta aí, só um pouquinho (prefira: Aguarde um momento, por favor)

- Não é elegante você tratar ao telefone, pessoas que não conhece, utilizando termos como: querido (a), meu filho (a), meu bem, amigo (a)... (a não ser que você esteja ironizando-a (o)). Utilize o nome da pessoa ou senhor (a).

- Por último, e talvez a pior de todas: Por favor, arranquem os malditos SEJE e ESTEJE do seu vocabulário (estas palavras não existem!).

Poema de Madre Tereza de Calcutá

Muitas vezes as pessoas são
Egocêntricas, ilógicas e insensatas.
Perdoa-as assim mesmo.

Se você é gentil, as pessoas
Podem acusá-lo de egoísta, interesseiro...
Seja gentil assim mesmo.

Se você é um vencedor,
Terá alguns falsos amigos
E alguns inimigos verdadeiros.
Vença assim mesmo.

Se você levou anos para construir,
Alguém pode destruir,
De uma hora para outra.
Construa assim mesmo.

Se você tem paz e é feliz,
As pessoas podem sentir inveja.
Seja feliz assim mesmo.

O bem que você faz hoje
Pode ser esquecido amanhã.
Faça o bem assim mesmo.

Dê ao mundo o melhor de você,
Mas isso pode nunca ser o bastante.
Dê o melhor de você assim mesmo.

Veja você, que no final das contas...
A vida é entre você e Deus.
Nunca foi entre você e os outros!

Poema de Madre Tereza de Calcutá.

Como fazer uma rezenha

ALGUMAS OBSERVAÇÕES SOBRE COMO FAZER RESENHA

Resenha é um trabalho de síntese. Não se trata de um simples resumo.
O resumo deve se limitar ao conteúdo do trabalho, sem qualquer julgamento de valor. Já a resenha vai além, resume a obra e faz uma avaliação sobre ela, apresentando suas linhas básicas, deve avaliá-la, mostrando seus pontos fortes e fracos.
A resenha pode ser de um ou mais capítulos, duma coleção ou mesmo dum filme. Apresenta falhas, lacunas e virtudes, explora o contexto histórico em que a obra fora elaborada e faz comparações com outros autores.
Conhecida como resumo crítico, a resenha só pode ser elaborada por alguém com conhecimentos na área, pois sua elaboração exige opinião formada, pois além de resumir, o resenhista avalia a obra, sustentando suas considerações, deve embasá-las seja com evidências extraídas da própria obra ou de outras de que se valeu para elaborar a resenha.
"Se o resumo do conteúdo da obra não está bem feito, o leitor que não a conhece encontrará dificuldades em acompanhar a análise crítica. Se, por outro lado, o recensor se limita a relatar o conteúdo, sem julgá-lo criticamente, ele estará escrevendo um resumo e não uma recensão crítica. Finalmente, se ele não sustenta ou ilustra seus julgamentos com dados extraídos da obra recenseada, ele não dá ao leitor a oportunidade de formar seus próprios julgamentos".
De uma boa resenha devem constar:
a referência bibliográfica da obra, preferencialmente seguindo a ABNT;
alguns dados biográficos relevantes do autor (titulação, vínculo acadêmico e outras obras, por exemplo);
o resumo da obra, ou síntese do conteúdo, destacando a área do conhecimento, o tema, as idéias principais e, opcionalmente, as partes ou capítulos em que se divide o trabalho. Deve-se deter no essencial, mostrando qual é o objetivo do autor, evitando recorrer a detalhes e exemplos, com máxima concisão. Este momento é mais informativo que crítico, embora a crítica já possa estar presente;
as categorias ou termos teóricos principais de que o autor se utiliza, precisando seu sentido, o que ajuda evidenciar seu approach teórico, situando-o no debate acadêmico e permitindo sua comparação com outros autores. Aqui não só se deve expor claramente como o autor conceitua ou define determinado termo teórico, mas já se deve introduzir críticas, seja à utilização ou à própria conceituação feita pelo autor;
a avaliação crítica, nos termos já referidos anteriormente no item 1. Este é o ponto alto da resenha, onde o recensor mostra seu conhecimento, dialoga com o autor e/ou com leitor, dá-se ao direito de proceder a um julgamento.
Há vários tipos de críticas, mas destacam-se: (a) a interna, quando se avalia o conteúdo da obra em si, a coerência diante de seus objetivos, se não apresenta falhas lógicas ou de conteúdo; e (b) a externa, quando se contextualiza o autor e a obra, inserindo-os em um quadro referencial mais amplo, seja histórico ou intelectual, mostrando sua contribuição diante de outros autores e sua originalidade.
Atualmente quase todas as revistas científicas trazem boas seções de resenhas. Sempre é aconselhável ir a uma biblioteca e consultar alguns destes periódicos para observar atentamente como os mais destacados profissionais e pesquisadores da área as elaboram.
Finalmente, deve-se lembrar que o recensor deve preocupar-se com a obra em sua totalidade, sem perder-se em detalhes e em passagens isoladas que podem distorcer idéias.
Deve-se certamente apresentar e comentar pontos específicos, fortes ou fracos do trabalho, mas estes devem ser relevantes. Nada mais deplorável do que uma crítica vazia de conteúdo, sem base teórica ou empírica, que lembre preconceito. Ou elogios gratuitos, que podem parecer corporativismo ou "puxa-saquismo".

A resenha
A resenha nada mais é que um trabalho de síntese, uma apreciação e análise resumida de produções científicas ou não. É um resumo crítico. Na resenha se elabora um julgamento da obra. Para tanto se deve fazer dois tipos de crítica:

Externa – ressalta a importância da obra no seu contexto histórico cultura, social e filosófico;
Interna – se dedica ao exame do conteúdo da obra, julgando-o.

Aqui, portanto, vão algumas dicas para que você escreva suas resenhas de textos, artigos e livros. Os pontos mais importantes que devem estar contidos em uma resenha são:
1. Referência bibliográfica – em algum lugar da resenha você deve registrar o(s) autor(es) da obra, e se for o caso subtítulo, da obra e a referência completa, inclusive o número de páginas. Algumas pessoas colocam logo na primeira frase da resenha, outros chamam uma nota de rodapé. Não importa o lugar, mas esse é um dado indispensável.
2. Credenciais do(s) autor(es) – é interessante oferecer ao leitor da resenha informações gerais sobre o(s) autor(es) da obra que você está resenhando, como também, se possível, as circunstâncias em que ele fez o estudo (quando, onde e porque).
3. Conteúdo da obra – aqui é o momento do resumo crítico das principais idéias, sempre lembrando que elas são idéias do autor da obra que você está resenhando. Não deixe o leitor esquecer disso, não tome a obra para você. Pergunte-se o que diz a obra, se ela tem alguma característica especial a forma como foi abordado o tema, se exige conhecimentos prévios para compreendê-la, que teoria serviu de referência, qual o método utilizado.
4. Conclusões da obra – é importante registrar se o autor conclui, se sim, em que momento e, finalmente, qual foi a conclusão.
5. Apreciação – esse é o momento mais trabalhoso, já que, exige mais de quem está elaborando uma resenha porque se refere ao julgamento da obra. Você pode se perguntar sobre o mérito da obra (qual a contribuição dada, se as idéias são criativas, se desenvolve novos conhecimentos, se propõe uma abordagem diferente), sobre o estilo (claro, conciso, objetivo, coerente), sobre a forma (lógica, sistematizada, se há equilíbrio entre as partes, se há originalidade), sobre o fundamento teórico de onde fala o autor (onde se situa em relação as diferentes correntes científicas, filosóficas). Nesse momento, também são feitas considerações sobre uma possível indicação da obra. Você aconselha a obra? É dirigida a que público?


Mais dicas:
1. Ler a obra com cuidado. Faça anotações com cuidado e com caneta especial para grifar as principais idéias e conceitos do autor. Faça anotações na lateral pensando em núcleos do tipo “passagens profundas”, “pontos obscuros”, “novidade”, “repetição”, etc.
2. Destaque com cuidado a tese central que o autor está desenvolvendo. Acompanhe sua argumentação. Essa apreciação tornará o seu julgamento mais denso e criterioso.
3. Faça uma lista (podendo ser desordenada) dos conceitos e das palavras chaves que deverão constar na resenha;
4. Depois, refletindo sobre as principais idéias do autor, dividir o artigo em partes e assim colocar a lista acima na ordem que você deseja escrever sua resenha.
5. Tente compor frases pequenas, mas não meteóricas, que contenham uma só idéia colocada claramente. A cada troca total de assunto (não de idéia – várias idéias juntas compõem um assunto) mude de parágrafo.
6. Na verdade todo este trabalho que você faz é, nada mais nada menos que, um resumo crítico (sintético) das principais idéias do artigo, comentando o que mais chamou atenção e porque.
7. Não se esqueça de, em sua resenha, escrever o objetivo do trabalho de pesquisa relatado no artigo foco de sua resenha, e também a justificativa e importância dada pelo autor para o artigo.
8. Escreva para que a pessoa que vir a ler a sua resenha tenha uma boa idéia sobre o que versa a obra.
9. Lembre-se que resenhas são escritas para serem lidas por pessoas que não leram a obra que está sendo resenhada. Então, dê para outra pessoa ler. Pergunte o que ele e/ou ela entenderam. Verifique se o que foi entendido está de acordo com o que você queria dizer. Se não estiver como você quer, re-escreva e repita este processo até que tudo esteja como você deseja.
10. Fique atento às concordâncias verbais. Procure o sujeito (singular ou plural) e procure o verbo (atento para a concordância singular ou plural) de cada uma das suas frases para ter certeza que há concordância verbal.
11. Após escrever uma frase pense no seu objetivo. Não escreva nenhuma frase que nada acrescente ao que já foi dito e/ou que não tenha nada a haver com o assunto. Seja objetivo.
12. Para que você escreva cada vez melhor tente ler mais e escrever muito, quanto mais lemos mais melhoramos nosso texto escrito.


O que escrever na resenha sobre:
O Conteúdo da Obra
Escreve-se o resumo das principais idéias da obra. Para isto, pergunte-se:

O que diz a obra?
A obra tem alguma característica especial?
Como foi abordado o tema? (a forma com que foi abordado o tema)
São necessários conhecimentos prévios para compreendê-la?
Que teoria serviu de fundamentação (referência)?
Se a obra é um relato de pesquisa, qual o método de pesquisa utilizado?

Conclusões do autor
É importante ficar atento às conclusões da obra. Para escrever sobre as conclusões da obra, pergunte-se:
Quais as conclusões?
Em que momento são feitas?

Apreciação (julgamento)
Para apreciar (julgar) a obra, pergunte-se:
Quais as contribuições da obra?
O que a obra acrescentou?
As idéias foram criativas?
Foram desenvolvidos novos conhecimentos?
O autor se apoiou bem na literatura (fundamentação teórica e filosófica)?
A obra propôs abordagens diferentes?
Como é o estilo? Claro? Conciso? Objetivo? Coerente?
Como é a forma da obra? Lógica? Sistematizada? Há equilíbrio entre as partes?
A obra é original?
A obra se dirige a que público? (Isto é a indicação da obra)





Resumo

O resumo é um pequeno texto que destaca as idéias essenciais do artigo, procurando guardar uma fidelidade ao texto original. O resumo é, portanto, uma apresentação concisa e seletiva de um artigo, obra ou outro documento que põe em relevo aspectos de maior interesse e importância.
Três tipos de resumo:
Ø Indicativo – que não dispensa leitura pormenorizada do texto completo, faz uma referência às partes mais importantes do texto, descrevendo a natureza, forma e objetivo do texto-base, utilizando-se de frases curtas;
Ø Informativo – que contém todas as informações mais importantes apresentadas no texto-base e pode ser feita uma leitura “por cima”. O objetivo deste resumo é informar o conteúdo e as principais idéias do autor, a metodologia adotada e as conclusões obtidas. O resumo informativo possui, no final, um conjunto de palavras-chave;
Ø Crítico – é um resumo informativo que formula um julgamento sobre o texto base. Trata-se de uma resenha.

Qualquer que seja o tipo de resumo que você pretenda fazer, atente para as seguintes dicas:

Ø Não se esqueça de escrever no seu resumo a referência bibliográfica completa do texto-base. Isto pode ser feito no cabeçalho ou no final;
Ø Procure ser fiel ao texto original, buscando reproduzir as idéias do autor;
Ø Tente usar suas próprias palavras, quando não o fizer e usar frases ou mesmo partes de frases do autor do texto-base, sempre use aspas;
Ø Destaque a idéia principal do texto e os detalhes mais importantes. Preste atenção na estrutura do texto, identificando idéias de conseqüências, adição, oposição, incorporação de novas questões e complementação do raciocínio. Atente para os exemplos oferecidos, geralmente eles compõem um detalhe importante;
Ø Sublinhe. Lembre-se que você deve sublinhar numa segunda leitura, quando tem condições de tudo novamente já tendo uma idéia do geral para poder pontuar as idéias mais importantes. Não precisa sublinhar orações inteiras, aprenda sublinhar só os termos essenciais;
Ø Organize um esquema lógico. Visualizar o texto pode ajudar muito, facilitando uma consulta, a explicitação da relação entre as partes, dentre outros.

Uma resenha nada mais é que um resumo crítico.

Beatitude

Estou escrevendo minha monografia em São Tomás de Aquino, sobre a origem e a finalidade da moral. O Aquinate diz que o fim ultimo de todas as nossas açoes é a Beatitude, ou seja Deus.
Aqui vai um trecho do meu TCC para voces conferirem:
A beatitude com fim último das ações humanas

Para ser boa a vontade humana há de se conformar com a divina, pois a bondade da vontade depende do fim intencional. Entretanto o fim último da vontade humana é o Sumo Bem, logo e necessariamente a bondade da vontade humana há de se ordenar para Deus, o Sumo Bem.
Falamos que a bondade depende do fim, todavia para o Aquinate “O fim último do homem é a Beatitude” [1] ela versa no último ato do homem. A beatitude consiste essencialmente na união do homem com o Bem incriado, que é o fim último. “Só há um Sumo Bem, que é Deus, por cuja fruição nós somos felizes” [2]. São Tomás estabelece Deus como único objeto beatífico por meio de uma série de eliminações sucessivas: A beatitude não é incriada, não é substância, mas operação espiritual. Logo a beatitude não é uma operação sensível, ou seja, ela é um ato da inteligência e não da vontade. “A beatitude não consiste num ato da vontade, pois querer possuí-la não é tê-la” [3].
A beatitude significa a obtenção do Bem perfeito, logo quem quer que seja capaz de tal bem, pode alcançá-la. O homem pela atividade do intelecto pode inteligir que existe algo superior e que o beatifica, ele acredita que quando alcançar perfeitamente esse supino será feliz. Assim como o intelecto pode apreender o Bem universal e perfeito e a sua vontade pode apetecê-lo, conclui-se que o homem é capaz do Bem perfeito, logo pode alcançar a beatitude.
Porém a natureza intelectual excede a racional quanto ao modo de conhecer o universal, pois aquela apreende imediatamente a verdade, que a natureza racional alcança pela perquirição da razão. [...] Por onde, como a razão pode, movendo-se, alcançar aquilo que o intelecto apreende, conclui-se que a natureza racional pode alcançar a beatitude, que é a perfeição da natureza intelectual[4].
São Tomás de Aquilo expõe que a beatitude se manifesta de modo duplo no homem: Ela é perfeita e imperfeita. A beatitude é perfeita quando realiza a sua verdadeira essência. “A beatitude última e perfeita não pode estar senão na visão da Divina Essência” [5]. A beatitude verdadeira e perfeita se cumpre na comunhão da felicidade divina, compartilhada por aqueles que são animados por essa caridade-amizade.
O Aquinate diz que a beatitude como fim último é a passagem de um amor de cobiça a um amor de amizade (caritas), amor em que eu amo o bem mais que a mim mesmo e no qual se acha o desinteresse necessário a uma atitude moral. “A caridade torna-se, assim, a grande mola da moral tomista” [6].
A beatitude é imperfeita quando não realiza a sua verdadeira essência, mas apenas participa dela. Resumindo: A beatitude perfeita consiste na visão de Deus, e a imperfeita é aquela que conseguimos nesta vida. Com isso podemos afirmar que a beatitude imperfeita pode ser perdida, já a perfeita não, pois, diz São Tomás que, o homem pode passar da miséria (vida terrena) para a felicidade (vida eterna), mas não pode passar da felicidade à miséria [7].
Quanto aos bens externos São Tomás expõe que para a beatitude imperfeita eles servem como instrumentos para que a beatitude possa ser alcançada. Todavia para a beatitude perfeita esses bens não são necessários, já que na visão da essência divina esses instrumentos de nada serviriam.
Quem busca algo deve ter compreensão daquilo que está sendo buscado, senão não há motivação para buscá-lo. Logo a Beatitude exige que o homem tenha apreensão sobre ela. Todavia sabemos que a essência divina não pode ser compreendida pelo intelecto humano, pois o finito não engloba aquilo que é infinito. Porém a Beatitude, fim último no qual o homem se ordena, é um fim inteligível. São Tomás afirma que ela é inteligível em parte pelo intelecto e em parte pela vontade: Pelo intelecto enquanto nele preexiste um conhecimento imperfeito do fim e pela vontade, antes de tudo pelo amor (caritas), que é seu movimento para algum objeto e em segundo lugar pela relação real entre o amante e o amado.
Especificando melhor sobre a beatitude São Tomás de Aquino mostra, copiando a forma silogística de Aristóteles, o que não consiste a beatitude. Ela não versa nas riquezas, uma vez que estas foram feitas para serem gastadas e não acumuladas, sendo que o bem do homem consiste em conservar a beatitude ao invés de dissipá-la. A beatitude não consiste na honra, pois a honra não está em quem é honrado, mas em quem presta a honraria, e a beatitude está em quem é feliz. Ela não consiste na fama e na glória, já que estas podem ser falsas, e a beatitude é o verdadeiro bem do homem. Ela também não consiste no poder, pois este é soberanamente imperfeito e a beatitude é o bem perfeito.
A beatitude não consiste nos bens do corpo, pois por eles o homem é superado pelos animais, por exemplo, pelo leão, na força e pelo elefante, na longevidade de vida. Logo a beatitude não pode consistir nos bens do corpo porque por ela o ser humano é superior sobre todos os animais. Ela não consiste nos prazeres do corpo, e muito menos é um acidente deles, porque estes trazem uma felicidade momentânea e ainda mais tristeza como conseqüência, a beatitude não pode consistir nos prazeres corpóreos, uma vez que ela é a felicidade interminável. São Tomás diz que é impossível a beatitude consistir em algum bem criado porque eles não trazem uma felicidade universal e a beatitude é um bem universal. “Nada pode satisfazer a vontade do homem se não o bem universal” [8].
Por fim, quatro razões gerais podem ser aduzidas para mostrar que em nenhum dos sobreditos bens exteriores pode consistir a beatitude. E a primeira é que, sendo a beatitude o sumo bem do homem, não se compadece com nenhum mal; ora, todos os bens pré enumerados podem-se encontrar tanto nos bons como nos maus. A segunda razão é que, sendo da essência da beatitude bastar-se a si mesma, como se vê em Aristóteles, necessário é que, uma vez alcançada não falte nenhum bem necessário ao homem. [...] A terceira é a seguinte. Sendo a beatitude o bem perfeito, dela não pode provir nenhum mal para ninguém. Ora, isso não se dá com os referidos bens; pois, como diz a Escritura, as riquezas às vezes se conservam para mal de seu dono; e o mesmo se dá com as outras três espécies de bens. A quarta razão é a seguinte. O homem ordenando-se à beatitude naturalmente, ordena-se por princípios interiores; ora, os quatro bens aludidos provêm, antes, de causas exteriores. [...] Por onde é claro que de nenhum modo a beatitude neles consiste. [9]
A retidão da vontade é necessária para a beatitude tanto de modo antecedentemente como simultaneamente. Antecedentemente por que tal retidão supõe a ordem devida em relação ao fim último, ou seja, por que não consegue o fim sem antes estar para ele ordenado. Simultaneamente por que, como já se disse, a beatitude consiste na visão da essência divina, que é a essência mesma da bondade. Assim a vontade de quem vê a essência de Deus busca a beatitude porque está subordinado a ele. Todavia também busca a beatitude quem não vê a Deus, ou seja, quem não acredita nele, esses a buscam pela noção de bem comum.
Com isso o Aquinate quer mostrar que buscar a beatitude não é exclusividade de quem é cristão ou simplesmente teísta. Mas todos possuem e possibilidade de buscar a beatitude pela noção de bem comum, de fato buscar o bem é uma noção comum a todos. Portanto todo ser humano, agindo pela vontade e pelo intelecto, pode buscar a beatitude, pois tem em vista o bem comum.
A beatitude pode ser considerada de dupla luz. – Quanto à sua essência comum, e então necessariamente todo homem a quer. Pois, a essência comum da beatitude está em ser ela o bem perfeito, como já se disse. Ora, sendo o bem o objeto da vontade, o bem perfeito de alguém é o que lhe satisfaz totalmente à vontade. Por onde, desejar a beatitude não é senão desejar que a vontade seja saciada, o que todos querem. – De outro modo, podemos considerar a beatitude quanto à sua noção especial, isto é, quanto ao em que ela consiste. E então, nem todos a conhecem porque não sabem a que coisa convenha a essência comum dela. E, por conseguinte, nesta acepção nem todos a querem. [10]

[1] AQUINO. Suma teológica. I, II, 3, 1. pg. 1046.
[2] AQUINO. Suma teológica. I, II, 5, 2. pg. 1070.
[3] AQUINO. Suma teológica. I, II, 3, 4. pg. 1050.
[4] AQUINO. Suma teológica. I, II, 5, 1. pg. 1069.
[5] AQUINO. Suma teológica. I, II, 3, 8. pg. 1057.
[6] CANTO-SPERBER, Monique. Dicionário de ética e filosofia moral. v.2. São Leopoldo, RS: Unisinos, 2003. pg. 708.
[7] Cf. AQUINO. Suma teológica. I, II, 5, 4. pg. 1073.
[8] AQUINO. Suma teológica. I, II, 2, 8. pg. 1045.
[9] AQUINO. Suma teológica. I, II, 2, 5. pg. 1040.
[10] AQUINO. Suma teológica. I, II, 5, 8. pg. 1079.