CAMPANHA
DA FRATERNIDADE 2013
Fraternidade
e Juventude
Eis-me aqui, envia-me (Is 6,8)
- Introdução
Juventude expressa jovialidade. Jovialidade vem de
duas palavras: jovial e idade. Idade significa essência, força, vigor. Jovial
vem de Jovis, o nome com que os
gregos designavam o deus supremo, o deus da força. Jovialidade é, pois, o
vigor, a essência de ser jovem, expressa o sentido de vigor de Deus, força de
Deus.
A Igreja no Brasil ao repropor Juventude como o tema
da CF deseja refletir, rezar com os jovens, reapresentando-lhes o Evangelho
como o sentido de vida e, ao mesmo tempo, como missão. Pois o Evangelho é nossa
vida e nossa existência. A CF é um convite para irmos ao encontro dos jovens e,
ao mesmo tempo, é um convite aos jovens para se deixarem encontrar por Jesus
Cristo.
- Jovens seguidores de Cristo
No processo de constituição de sua identidade, é
natural que cada jovem se coloque à procura de referências relevantes. A busca
de modelos pelos jovens é uma porta que se abre para lhes apresentarmos a
pessoa de Jesus Cristo. Nesse sentido, um importante desafio da evangelização
junto aos jovens consiste em ajuda-los a escutar a voz de Cristo em meio a
tantas outras vozes.
O encontro real com Jesus responde às buscas
existenciais, provoca entusiasmo, é uma experiência que suscita o discipulado
missionário. O seguimento é fruto de uma fascinação, o discípulo é alguém
apaixonado por Cristo, a quem reconhece como mestre que o conduz e acompanha
(Cf. DA 277). Jesus, na sua juventude, também procurava os mestres e se reunia
com sua comunidade. É na comunidade, partilhando a vida, ouvindo as palavras de
Jesus que os jovens vão compreender o sentido da vida no plano pessoal e
coletivo.
O projeto de Jesus é modelo de projeto de vida para
os jovens, pois seu jeito de viver orienta o nosso viver! Jesus viveu para
amar. Não viveu para si mesmo, mas para os seus. Jesus é alguém que veio
ensinar, primeiramente, não uma doutrina, mas uma nova maneira de ser e de
estar no mundo, transformando-o de acordo com os valores do Reino.
- A Igreja e o jovem
A Igreja no Brasil entende que o jovem se constitui
em um “lugar teológico”, isto é, acolhe a voz de Deus que fala por ele. De
fato, Deus nos fala pelo jovem. Por isso é preciso acolher os jovens, como
Jesus Cristo e proporcionar-lhes condições de vida e amadurecimento.
Todas as estruturas eclesiais são, portanto,
convocadas a assumir como sua tarefa de expressar afetiva e efetivamente a
opção preferencial pelos jovens, especialmente pelos mais empobrecidos (Texto
Base 196).
A Igreja, em seu papel de Mãe na fé e Mãe educadora
é a grande catequista dos jovens ajudando-os a crescer diante de Deus e dos
seres humanos e ensinando-os a vivenciar o Evangelho como dom e tarefa na
transformação do mundo. Faz-se necessário, sobretudo nos tempos atuais, uma
catequese que ajude os jovens a assumir seu papel na comunidade eclesial e na
sociedade. Os jovens precisam fazer a experiência da fé, muito mais do que
apenas compreendê-la racionalmente.
A Igreja deve ser para o jovem o lugar do
conhecimento e da experiência, do encontro e da amizade. Espaço propício para
essa educação são os grupos de jovens, pastorais da juventude, movimentos,
novas comunidades, etc. Esses espaços educativos e evangelizadores devem ser
incentivados, apoiados e desenvolvidos em todas as nossas comunidades.
Como ministros dos sagrados mistérios, os Pastores
devem ser os primeiros a acolher os jovens e servi-los em suas necessidades. Os
consagrados, os catequistas, os missionários, os seminaristas, os leigos e os
próprios jovens são convidados a se inserir profundamente nas estruturas dessa
mudança de época, a encontrar novas linguagens para o anúncio do Evangelho, a
testemunhar o amor de Jesus a cada jovem, a utilizar os recursos modernos de
comunicação, das artes, dos esportes, enfim, tudo aquilo que possa ser útil e
recomendável à consciência cristã.
- Jovens protagonistas
O protagonista é aquele que participa da sociedade e
da Igreja de modo a influir significativamente nas transformações que fazem o
mundo melhor. Sem o protagonismo o jovem não é motivado para assumir
responsabilidade, para tomar iniciativa e para desenvolver habilidades de
liderança. A juventude deve ser encorajada a assumir um papel de liderança e
ousadia, para testemunhar a nova evangelização.
O protagonismo dos jovens é complementado e
enriquecido pela assessoria, pelo preparo e pela experiência de adultos. Esse
caminho deve ser trilhado de forma conjunta, fortalecendo o dialogo. A possível
desconfiança de leigos e religiosos em relação ao potencial da juventude, para
estar à frente de diferentes responsabilidades deve ceder lugar à confiança e
ao caminhar junto.
- Pistas de ação
·
Despertar os
jovens para o profundo sentido da consciência humana, que apela sempre para o
que há de mais digno, justo e belo;
·
Proporcionar aos
jovens oportunidades de diálogo com os pais, com os professores, com os
sacerdotes, com os consagrados, com os seminaristas, com os catequistas, a
respeito de seus projetos, de sua vocação, de seus desafios, de seus medos e de
seus sonhos;
·
Auxiliar os
jovens a se compreender nessa mudança de época e a tomar consciência da
realidade da cultura midiática em que se encontram, percebendo valores,
desafios e perigos;
·
Favorecer
condições para que os jovens se abram à preciosidade da espiritualidade e da
mensagem cristã, ao encontro profundo e sincero com Jesus Cristo;
·
Incentivar os
jovens a produzir, em linguagem midiática, mensagens para serem veiculadas no
formato de clipping eletrônico, videoclipes para o Youtube e para outras redes
sociais.
·
Cuidar para que
sejam propiciados aos jovens espaços e momentos para o seu encontro pessoal com
Cristo;
·
Organizar com
carinho e com profundidade a catequese de iniciação cristã. A difusão do
catecismo jovem (Youcat) tem sido algo válido em muitas dioceses e possibilita
ao jovem o conhecimento dos conteúdos fundamentais da fé cristã;
·
Promover, nas
universidades, debates sobre a relação entre razão e fé, ciência e fé, sobre
temas atuais relevantes, etc;
·
Utilizar nas
dioceses e paróquias, segundo suas condições, os novos recursos midiáticos de
comunicação, não só para o anúncio do Evangelho e divulgação dos eventos
pastorais, mas também para uma catequese mais viva e atraente e para uma
formação universitária mais abrangente. A novidade do Evangelho pode ser ainda
mais atraente quando utilizamos meios modernos de apresentação virtual e
dinâmica;
·
Valorizar e
acolher os jovens, que devem ser vistos não só como o futuro da Igreja e da
Humanidade, mas como o presente. Plenos de riqueza e de potencialidade, eles
são fonte de testemunho de um verdadeiro amor a Cristo e à Igreja;
·
Reconhecer os
jovens como sujeitos de direito, cuja voz deve ser ouvida, acolhida e respeitada;
·
Oferecer aos
jovens canais de participação e envolvimento nas decisões nas instâncias
eclesiais;
·
Preparar os
jovens para o diálogo inter-religioso, para que desenvolvam o sentido da
fraternidade universal dos seres humanos diante de Deus, do respeito às
diferenças e principalmente na resolução de conflitos familiares por
disparidade de culto, sabendo respeitar as diversidades das experiências
religiosas de nosso povo;
·
Utilizar as
redes para fomentar, divulgar e infundir o bem comum, com fóruns, debates e
discussões via Web; reconhecer e favorecer o protagonismo juvenil na cultura
midiática. Os jovens devem organizar encontros de formação para educar seus
companheiros e outras pessoas ao uso sadio e educativo das novas mídias.
Elaborado por Marcio Canteli, com base no Texto Base
da CF 2013
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