Para Agostinho de Hipona (Santo Agostinho) a filosofia procura a sabedoria e a verdadeira felicidade, superando a região do vicio e do erro, até chegar à terra da virtude e da verdade.
Para alguns filósofos, como Nietsche, um dos “mestres das suspeitas”, a sabedoria, a verdade e a verdadeira felicidade podem ser alcançadas sem a ajuda de Deus; por isso eles procuram provar que Deus não existe, ou seja, provar, pelos ditames da razão, que nós podemos viver sem Ele.
Na encíclica Fides et Ratio João Paulo II afirma que a fé e a razão constituem como que as duas asas pelas quais o espírito humano se eleva para a contemplação da verdade. Ou seja, “é necessário articular fé e razão evitando sempre os extremos do integralismo fideísta e do reducionismo racionalista” (Fides et Ratio, nº 45).
A fé quer provar que está certa, ao mesmo tempo em que a razão quer provar que está certa. O que as duas talvez não percebam é que ambas estão certas. Não se pode dizer que a fé está errada, pois depende das pessoas acreditarem ou não, mas também não se pode dizer que a razão está errada, visto que ela possui provas reais de seus acertos.
A verdade é que sem fé não há razão e sem razão a fé se torna um cabresto, não permitindo que as coisas sejam vistas de uma forma clara. Uma fé desequilibrada nos leva ao engano, o que definitivamente não é o que Deus pretende em relação a nós.
Sem cair num racionalismo teológico, percebemos que hoje é imprescindível termos uma fé racionalizada, ou seja, aquela fé que não é estúpida o bastante para ser enganada. Porém, não podemos deixar que as descobertas científicas e as maravilhas desvendadas pela razão abalem a nossa fé em Deus.
A fé cristã não é contraditória à ciência, pois para poder entender-se a si mesma, a fé supõe uma filosofia que, por sua vez, produz uma teologia. Ou seja, a teologia nada mais é do que a racionalização da fé. A Igreja não impõe um sistema filosófico determinado, mas considera necessário um sistema de pensamento respeitoso da realidade sobre o homem, o mundo e sobre Deus, que é a realidade suprema.
Há ainda muitos outros pressupostos para ser discutido sobre esse assunto, contudo podemos finalizar por aqui chegando à conclusão que a Fé sem razão é fanatismo e a Razão sem fé é ateísmo.
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