segunda-feira, 29 de março de 2010

Vivendo a Semana Santa

A Semana Santa é o grande retiro espiritual das comunidades eclesiais, convidando os cristãos à conversão e renovação de vida. Ela se inicia com o Domingo de Ramos e se estende até o Domingo da Páscoa. É a semana mais importante do ano litúrgico, quando se celebram de modo especial os mistérios da paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo.

DOMINGO DE RAMOS - A celebração desse dia lembra a entrada de Jesus em Jerusalém, aonde vai para completar sua missão, que culminará com a morte na cruz. Os evangelhos relatam que muitas pessoas homenagearam a Jesus, estendendo mantos pelo chão e aclamando-o com ramos de árvores. Por isso hoje os fiéis carregam ramos, recordando o acontecimento. Imitando o gesto do povo em Jerusalém, querem exprimir que Jesus é o único mestre e Senhor.

2ª A 4ª FEIRAS – Nestes dias, a Liturgia apresenta textos bíblicos que enfocam a missão redentora de Cristo. Nesses dias não há nenhuma celebração litúrgica especial, mas nas comunidades paroquiais, é costume realizarem procissões, vias-sacras, celebrações penitenciais e outras, procurando realçar o sentido da Semana.

Tríduo Pascal 

O ponto alto da Semana Santa é o Tríduo Pascal (ou Tríduo Sacro) que se inicia com a missa vespertina da Quinta-feira Santa e se conclui com a Vigília Pascal, no Sábado Santo. Os três dias formam uma só celebração, que resume todo o mistério pascal. Por isso, nas celebrações da quinta-feira à noite e da sexta-feira não se dá a bênção final; ela só será dada, solenemente, no final da Vigília Pascal.

QUINTA-FEIRA SANTA - Neste dia celebra-se a instituição da Eucaristia e do Sacerdócio ministerial. A Eucaristia é o sacramento do Corpo e Sangue de Cristo, que se oferece como alimento espiritual.

De manhã só há uma celebração, a Missa do Crisma que, na nossa diocese, é realizada na noite de quarta-feira, permitindo que mais pessoas possam participar.

Na quinta-feira à noite acontece a celebração solene da Missa, em que se recorda a instituição da Eucaristia e do Sacerdócio ministerial. Nessa missa realiza-se a cerimônia do lava-pés, em que o celebrante recorda o gesto de Cristo que lavou os pés dos seus apóstolos. Esse gesto procura transmitir a mensagem de que o cristão deve ser humilde e servidor.

Nessa celebração também se recorda o mandamento novo que Jesus deixou: “Eu vos dou um novo mandamento, que vos ameis uns aos outros assim como Eu vos amei.” Comungar o corpo e sangue de Cristo na Eucaristia implica a vivência do amor fraterno e do serviço. Essa é a lição da celebração.

SEXTA-FEIRA SANTA - A Igreja contempla o mistério do grande amor de Deus pelos homens. Ela se recolhe no silêncio, na oração e na escuta da palavra divina, procurando entender o significado profundo da morte do Senhor. Neste dia não há missa. À tarde acontece a Celebração da Paixão e Morte de Jesus, com a proclamação da Palavra, a oração universal, a adoração da cruz e a distribuição da Sagrada Comunhão.

Na primeira parte, são proclamados um texto do profeta Isaías sobre o Servo Sofredor, figura de Cristo, outro da Carta aos Hebreus que ressalta a fidelidade de Jesus ao projeto do Pai e o relato da paixão e morte de Cristo do evangelista João. São três textos muito ricos e que se completam, ressaltando a missão salvadora de Jesus Cristo.

O segundo momento é a Oração Universal, compreendendo diversas preces pela Igreja e pela humanidade. Aos pés do Redentor imolado, a Igreja faz as suas súplicas confiante. Depois segue-se o momento solene e profundo da apresentação da Cruz, convidando todos a adorarem o Salvador nela pregado: “Eis o lenho da Cruz, do qual pendeu a salvação do mundo. – Vinde adoremos”.

E o quarto momento é a comunhão. Todos revivem a morte do Senhor e querem receber seu corpo e sangue; é a proclamação da fé no Cristo que morreu, mas ressuscitou.

Nesse dia a Igreja pede o sacrifício do jejum e da abstinência de carne, como ato de homenagem e gratidão a Cristo, para ajudar-nos a viver mais intensamente esse mistério, e como gesto de solidariedade com tantos irmãos que não têm o necessário para viver.

Mas a Semana Santa não se encerra com a sexta-feira, mas no dia seguinte quando se celebra a vitória de Jesus. Só há sentido em celebrar a cruz quando se vive a certeza da ressurreição.

VIGÍLIA PASCAL - Sábado Santo é dia de “luto”, de silêncio e de oração. A Igreja permanece junto ao sepulcro, meditando no mistério da morte do Senhor e na expectativa de sua ressurreição. Durante o dia não há missa, batizado, casamento, nenhuma celebração.

À noite, a Igreja celebra a solene Vigília Pascal, a “mãe de todas as vigílias”, revivendo a ressurreição de Cristo, sal vitória sobre o pecado e a morte. A cerimônia é carregada de ricos simbolismos que nos lembram a ação de Deus, a luz e a vida nova que brotam da ressurreição de Cristo.
Fonte: site catequisar.com.br

quarta-feira, 24 de março de 2010

Sugestões litúrgicas para dinamizar as celebrações do mês de Abril de 2010

TEMPO PASCAL – ANO C - Cor Branca

Primeiro Domingo da Páscoa

1ª Leitura: Atos dos Apóstolos 10, 34.37-43
Salmo 118 (117)
2ª Leitura: Colossenses 3, 1-4 (Há a sequência dessa leitura que pode ser cantada)
Evangelho: João 20, 1-9 (Maria Madalena e Pedro visitam o túmulo de Jesus)


- Frases temáticas: (Obs.: usar essas frases em cartazes espalhados pela Igreja, na porta de entrada ou trazê-los nas procissões de entrada, da Palavra ou do ofertório)
Jesus ressuscitado caminha conosco!
Na verdade o Cristo ressuscitou Aleluia!
A Ele, o poder e a gloria pelos séculos eternos.
Uma ótima noticia que é para todos.
A vida venceu a morte!
Ele não está aqui, ressuscitou como havia dito.
Ressurreição, vida para todos!

- Espaço da celebração:
Preparar o ambiente destacando o Círio pascal, a pia batismal, a mesa da Palavra e o Altar.
Usar muitas flores naturais, sem ocultar ou ofuscar os símbolos pascais, no Círio, na pia batismal, na cruz e na mesa da palavra;
Usar a cor branca nas vestes e toalhas;

- Acolhida:
Saudar as pessoas que chegam com as seguintes palavras: O Senhor ressuscitou verdadeiramente, Aleluia!; Alegremo-nos, Cristo ressuscitou!; Ou outra saudação semelhante.
Após uma calorosa saudação as pessoas podem ser marcadas nas mãos com perfume.

- Procissão de entrada:
Deve manifestar a alegria pela ressurreição de Cristo e pela vida nova que ele nos trouxe.
Trazer o Círio pascal acompanhado com crianças trazendo lencinhos ou balõezinhos brancos.

- Ritos iniciais:
Acender o Círio pascal de forma solene dizendo: Bendito sejais, Deus da vida, pela ressurreição de Jesus Cristo e por essa luz radiante!

- Ato penitencial:
Pode ser substituído pelo rito de aspersão com a água abençoada, de preferência, na Vigília Pascal. Esse rito ajuda a comunidade a aprofundar sua consagração batismal.

- Liturgia da Palavra:
O lecionário pode trazido em procissão ornado com um pano branco e ladeado por velas e flores.
Nessa procissão uma pessoa pode ir à frente jogando pétalas de rosas pelo caminho da procissão e na assembléia.
Cantar a seqüência da 2ª leitura.
Solenizar a Aclamação ao Evangelho trazendo um cartaz com a palavra “Aleluia”, que significa “louvai a Deus!”
O Evangelho pode ser cantado ou encenado.

- Ofertório:
Trazer em procissão alguns símbolos pascais como o cordeiro, os sinos, a vela, os ovos, entre outros.

- Abraço da paz:
Saudação como na Igreja grega, dizendo: “Cristo ressuscitou, aleluia!”.

- Final:
Benção final própria do Tempo Pascal.
Encerrar com os participantes desejando FELIZ PASCOA! uns aos outros.
Pode ser distribuído para a assembléia um cartão ou algum outro símbolo dessa ocasião desejando FELIZ PASCOA!



Segundo Domingo da Páscoa

1ª Leitura: Atos dos Apóstolos 5, 12-16.
Salmo 118 (117)
2ª Leitura: Apocalipse 1, 9-13.17-19.
Evangelho: João 20, 19-31 (Aparição aos apóstolos sem e depois com Tomé)


- Frases temáticas:
Como o Pai me enviou, também eu vos envio!
Domingo da divina misericórdia, Cristo é vida nova!
Manifestemos os sinais da presença de Jesus.
A vida venceu a morte!
Ressurreição, vida para todos!

- Espaço celebrativo:
Durante o Tempo Pascal valorizar a fonte batismal, o círio pascal, as flores, os ícones entre outros, e convidar os fiéis a contemplar e rezar a partir desses símbolos pascais.
Usar a cor branca nas vestes e toalhas;

- Procissão de entrada:
Trazer o Círio e a bandeira da paz com flores e lenços brancos. Colocar esses símbolos numa mesa ao lado do altar.
Como esse é o Domingo da Misericórdia, pode-se entrar com um quadro, ou ícone, de Jesus Misericordioso.

- Acolhida:
Quem preside dê a saudação inicial uma tônica mais pascal, alegre e festiva. Se possível cantada.
Acender o Círio solenemente com um canto referente à luz, como “Deixe a luz do céu entrar...”.

- Ato penitencial:
Durante todo o tempo pascal é recomendável que se faça o Ato penitencial sob a forma de aspersão com a água benta na Vigília, como recordação do nosso batismo.
Tomar com motivação a frase dita por Jesus no Evangelho: “Os pecados daqueles que vocês perdoarem, serão perdoados. Os pecados daqueles que vocês não perdoarem, não serão perdoados”. 

- Liturgia da Palavra:
O Evangelho pode ser dialogado ou encenado.
Ao final da proclamação a comunidade aclama três vezes a profissão de fé de Tomé: “Meu Senhor e meu Deus”.

- Profissão de fé:
Se o Rito da aspersão não foi feito no Ato penitencial, pode ser realizado na Profissão de fé.

- Abraço da paz:
Recordar a frase dita por Jesus no Evangelho: “A paz esteja com vocês”.
A bandeira da paz pode circular pela assembléia nesse momento.

- Ritos finais:
Benção final própria do Tempo Pascal.
Retomar o gesto de envio e as palavras de Jesus no Evangelho: “Como o Pai me enviou, também eu vos envio!”



Terceiro Domingo da Páscoa

1ª Leitura: Atos dos Apóstolos 5, 27-32.40-41.
Salmo 30 (29)
2ª Leitura: Apocalipse 5, 11-14.
Evangelho: João 21, 1-19. (Pesca milagrosa e refeição às margens do mar de Tiberíades)


- Frases temáticas:
Sim, Senhor, tu sabes que eu te amo!
Apascenta as minha ovelhas.
A vida em Cristo é amor e partilha.
O amor que doa a vida.
Retomamos a missão fortalecidos pela Eucaristia.

- Espaço celebrativo:
Preparar o ambiente destacando o Círio pascal e a pia batismal. Usar flores naturais, sem ocultar ou ofuscar os símbolos pascais e usar a cor branca nas vestes e toalhas.
Evitar a correria de última hora. A equipe deve se preparar durante a semana refletindo os textos bíblicos e verificando quais são os gestos e ações a serem valorizados em cada celebração.
A equipe de celebração procure acolher e saudar afetuosamente as pessoas que vão chegando para a celebração cerca de 20 a 15 minutos antes.
É bom fazer um breve ensaio, antes da celebração, dos cantos e refrões do dia. Lembrando de deixar um breve tempo de silêncio para que a assembléia se prepare para a ação celebrativa.

- Procissão de entrada:
Um dos gestos valorizados nesse domingo é o da partilha. Na procissão de entrada trazer um pão partido e colocá-lo numa mesinha ao lado do altar. Esse pão pode ser abençoado e partilhado no final da celebração.
Trazer o Círio pascal e acende-lo solenemente com um canto.

- Acolhida:
É bom que nesse Tempo a saudação inicial mantenha a tônica pascal e festiva e, quando possível, acompanhada de um gesto de acolhida e de paz.

- Ato penitencial:
Por aspersão como nos domingos anteriores.

- Liturgia da Palavra:
Proclamar bem as leituras na mesa da palavra.
As três leituras desse domingo sugerem uma proclamação mais viva: a primeira poderá ser dialogada, a segunda contada e o Evangelho pode ser contado, dialogado entre narrador, Jesus, Pedro e os discípulos ou, em fim, encenado.

- Liturgia Eucarística:
Valorizar o simbolismo do pão. Na Celebração (Culto) da Palavra, após a louvação pode-se repartir o pão com todos os participantes em sinal de fraternidade e unidade (Obs: não confundir com a Sagrada Comunhão, que pode ser distribuída normalmente para aqueles que estão preparados).

- Ritos Finais:
Antes da benção final, repartir o pão entre todos, se não foi feito ainda.
Usar a benção solene pascal dando destaque ao envio.



Quarto Domingo da Páscoa

1ª Leitura: Atos dos Apóstolos 13, 14.43-52.
Salmo 100 (99)
2ª Leitura: Apocalipse 7, 9.14-17.
Evangelho: João 10, 27-30. (Eu conheço as minhas ovelhas, elas ouvem a minha voz e me seguem)


- Frases temáticas:
As minhas ovelhas escutam a minha voz, eu as conheço e elas me seguem.
Confiamos no amor do Pai.
A alegria que derrota o sofrimento.
É o Bom Pastor quem nos dá a vida.
O Senhor é o meu pastor.

- Espaço celebrativo:
Símbolos a serem destacados: o Bom Pastor e as ovelhas. Com frases, desenho, ícones, etc. Coloque sua criatividade em ação! Sempre dentro da Liturgia da Igreja.
Preparar o ambiente destacando o Círio pascal, a pia batismal, a Mesa da Palavra e o Altar. Alem disso, se for possível, a imagem do Cristo Bom Pastor.

- Procissão de entrada:
Podem ser levados símbolos da caminhada pastoral da comunidade como: cajado, sandálias e os instrumentos de trabalhos utilizados pelas diversas pastorais.
Ou o ícone do Bom Pastor.

- Acolhida:
Fazer uma acolhida calorosa da assembléia apresentando os novos participantes ou visitantes.
No Evangelho desse domingo Jesus nos é apresentados com traços de Pastor, dar destaque a essa figura por meio de um ícone ou ao menos por palavras.

- Liturgia da Palavra:
Fazer uma acolhida especial da bíblia.
Ao invés do comentário pode-se cantar um refrão adequado às leituras, em especial ao Evangelho, ou à Palavra de Deus em geral.
Após as leituras, salmo e homilia guardar um breve momento de silêncio para interiorizar a Palavra.
A Profissão de fé poder se feita voltada para a Pia batismal.

- Ritos finais:
Convidar a comunidade a fazer um gesto concreto como vivencia da celebração de hoje, que pode ser a visita a um doente, preso, família necessitada, entre outros. Mostrando-lhes o amor do Bom pastor e levando a eles uma pequena mensagem ou presente concreto, como: flor, livros, alimento, roupa, etc.
Benção final própria do Tempo Pascal.



- Observações finais:
Adaptar essas dicas à realidade da comunidade.
Tomar o cuidado para não sobrecarregar a celebração de símbolos.
O símbolo deve falar por si mesmo, não fazer longas explicações sobre os símbolos.



Referência:
PEREIRA, José Carlos. Liturgia: sugestões para dinamizar as celebrações. Petrópolis: Vozes, 2009.

Outras publicações recomendadas:
CNBB Guia litúrgico pastoral. Brasília: CNBB.
CNBB Roteiros homiléticos. Brasília: CNBB.
Deus conosco: Reflexões e sugestões litúrgicas. Aparecida: Santuário.

sexta-feira, 19 de março de 2010

Teologia e Filosofia: A Fé e a Razão.

Para Agostinho de Hipona (Santo Agostinho) a filosofia procura a sabedoria e a verdadeira felicidade, superando a região do vicio e do erro, até chegar à terra da virtude e da verdade.
Para alguns filósofos, como Nietsche, um dos “mestres das suspeitas”, a sabedoria, a verdade e a verdadeira felicidade podem ser alcançadas sem a ajuda de Deus; por isso eles procuram provar que Deus não existe, ou seja, provar, pelos ditames da razão, que nós podemos viver sem Ele.
Na encíclica Fides et Ratio João Paulo II afirma que a fé e a razão constituem como que as duas asas pelas quais o espírito humano se eleva para a contemplação da verdade. Ou seja, “é necessário articular fé e razão evitando sempre os extremos do integralismo fideísta e do reducionismo racionalista” (Fides et Ratio, nº 45).
A fé quer provar que está certa, ao mesmo tempo em que a razão quer provar que está certa. O que as duas talvez não percebam é que ambas estão certas. Não se pode dizer que a fé está errada, pois depende das pessoas acreditarem ou não, mas também não se pode dizer que a razão está errada, visto que ela possui provas reais de seus acertos.
A verdade é que sem fé não há razão e sem razão a fé se torna um cabresto, não permitindo que as coisas sejam vistas de uma forma clara. Uma fé desequilibrada nos leva ao engano, o que definitivamente não é o que Deus pretende em relação a nós.
Sem cair num racionalismo teológico, percebemos que hoje é imprescindível termos uma fé racionalizada, ou seja, aquela fé que não é estúpida o bastante para ser enganada. Porém, não podemos deixar que as descobertas científicas e as maravilhas desvendadas pela razão abalem a nossa fé em Deus.
A fé cristã não é contraditória à ciência, pois para poder entender-se a si mesma, a fé supõe uma filosofia que, por sua vez, produz uma teologia. Ou seja, a teologia nada mais é do que a racionalização da fé. A Igreja não impõe um sistema filosófico determinado, mas considera necessário um sistema de pensamento respeitoso da realidade sobre o homem, o mundo e sobre Deus, que é a realidade suprema.
Há ainda muitos outros pressupostos para ser discutido sobre esse assunto, contudo podemos finalizar por aqui chegando à conclusão que a Fé sem razão é fanatismo e a Razão sem fé é ateísmo.

quinta-feira, 11 de março de 2010

Páscoa: Passagem para uma vida nova.

Jesus instituiu a NOVA PÁSCOA na Ultima Ceia segundo Mateus 26, 17-20

A palavra “Páscoa” significa “passagem”. Segundo Êxodo 12, 1-28 o anjo exterminador “passou” diante das casas dos hebreus, isto é, não entrou pelas portas pintadas com o sangue de um cordeiro. Anualmente os hebreus celebram essa memória com a refeição sacrificial, ou seja, quando um cordeiro ou um cabrito inteiro é assado e comido pelos membros duma mesma família com ervas amargas e pães ázimos (sem fermento).
A festa da Páscoa passou a ser uma festa cristã após a última ceia de Jesus com os apóstolos (Cf. Mateus 26, 17-20), essa ceia é a refeição ritual da festividade da Páscoa judaica. Pórem, ao celebrar essa Páscoa, Jesus institui a NOVA PÁSCOA, a Páscoa da libertação total do mal, do pecado e da morte numa aliança de amor de Deus com a humanidade.
Para nós cristãos a Páscoa simboliza a morte vicária (substitutiva) de Cristo, ou seja, Jesus morreu em nosso lugar para nossa redenção. Pela Páscoa também celebramos a ressurreição de Jesus, ou seja, sua vitória sobre a morte. Por isso ela é a festa mais bela e mais importante da Igreja Católica, pois é a festa da vida nova: a vida em Cristo ressuscitado.
Como comemoração da passagem de Cristo desta vida terrena para a vida da glória, a Páscoa deve ser para nós o nosso definitivo êxodo do mundo do pecado e da escravidão para uma vida de justiça e de amor, isto é, de libertação da escravidão do mal para a vida de filhos de Deus.
Portanto, nesta Páscoa somos todos chamados a viver uma vida nova em Cristo Jesus. Essa renovação devemos buscar continuamente até realizarmos um dia a nossa passagem (páscoa) definitiva desta vida para a outra vida, a eterna.

FELIZ PÁSCOA A TODOS! :-)

quarta-feira, 10 de março de 2010

Culpar Igreja por pedofilia não é correto




- O Vaticano disse que a pedofilia é corrente em vários setores da sociedade e que acusar apenas a Igreja Católica dessa prática é deturpar a realidade.
 O porta-voz vaticano, Federico Lombardi, afirmou que, "certamente", a Igreja está disposta a participar das iniciativas dos Estados para fazer frente a esses casos e impedir que eles voltem a se repetir.
 Além de destacar que a Igreja Católica assume sua "responsabilidade", Lombardi reiterou a importância de a proteção à infância e à adolescência ser reforçada na Igreja e na sociedade.
 Em uma nota sobre os casos de abuso contra menores cometidos por padres na Alemanha, na Áustria e na Holanda, que se unem aos que já vieram à tona na Irlanda e nos Estados Unidos, o porta-voz ressaltou que as autoridades eclesiásticas dessas nações enfrentam todos eles "com rapidez e decisão" e já deram prova de "transparência".
 Lombardi acrescentou que as conferências episcopais dos três países envolvidos nos recentes escândalos pediram às vítimas "que falem", apesar de os casos terem ocorrido há vários anos.
 "(As autoridades eclesiáticas) enfrentaram o problema de frente, já que o ponto de partida é reconhecer o que ocorreu e a preocupação com as vítimas e as consequências dos atos cometidos. Foram aplicadas as diretrizes já existentes para estes casos ou novas estratégias de prevenção. Tudo para que, no futuro, fatos similares não voltem a se repetir", afirmou.
 "Certamente que os erros cometidos nas instituições e por autoridades eclesiásticas são particularmente reprováveis, dada a responsabilidade educativa e moral da Igreja. Mas todas as pessoas objetivas e informadas sabem que o tema é muito mais amplo e concentrar as acusações só contra a Igreja leva à deturpação" do quadro geral, declarou Lombardi.
 O porta-voz disse que, segundo os dados oferecidos pelas autoridades austríacas, no mesmo período em que foram registrados 17 casos de abusos sexuais cometidos por membros da Igreja, houve 510 casos de pedofilia em outros setores da sociedade.
 "Seria bom que também se preocupassem com desses casos", afirmou o religioso.
 Sobre a ideia da ministra de Família e Juventude da Alemanha, Kristina Schroeder, de realizar uma mesa-redonda sobre o tema, Lombardi disse que a Igreja "com certeza" está disposta a participar "e a se comprometer" com o debate, e que, devido à sua "dolorosa experiência", sua contribuição pode ser muito útil.

Orientações litúrgico-pastorais de Dom Sérgio para o Tríduo Pascal.

-       Na Missa do Crisma, dia 31 de março, quarta-feira, às 19h30 na Igreja Catedral, os Párocos devem estar acompanhados com representantes Leigos das respectivas comunidades. Todos os Presbíteros devem estar presentes para a renovação dos Compromissos Sacerdotais.
-       Na Quinta Feira Santa, no final da celebração, não há procissão solene com o Santíssimo Sacramento na Custódia ou no OstensórioA Reserva Eucarística (que servirá para a Comunhão dos fiéis na Solene Ação Litúrgica na Sexta Feira Santa) deve ser transportada numa grande âmbula (antigamente chamada urna),coberta pelo véu umeralaté o local (capela) devidamente ornado para a reposição. O Santíssimo Sacramento não fica exposto para adoração solene, como é costume em muitas comunidades, na 1ª sexta feira do mês ou outras ocasiões.
-       A cor litúrgica para a Solene Ação Litúrgica na Sexta Feira Santa, às 15h, é a vermelha, ressaltando a realeza e o martírio de Jesus. Para a Via Sacra, procissão com a imagem do Senhor Morto ou outras celebrações, a cor é a roxa.
-       Preparar o espaço litúrgico para a Solene Vigília Pascal, “mãe de todas as vigílias”. O Círio Pascal ornamentado deve permanecer junto ao Ambão, e ser aceso em todas as celebrações do Tempo Pascal, apagado solenemente na Missa vespertina do Domingo de Pentecostes, levado para junto da Pia Batismal e ser aceso nas celebrações do Batismo e Crisma.
-       No tempo da Quaresma e da Páscoa, para a bênção final, aproveitar as Orações sobre o povo e as Bênçãos próprias do tempo litúrgico (Cf. Missal Romano, p. 531 e pp.521-523).



DOM SÉRGIO APARECIDO COLOMBO
Bispo Diocesano
"Como aquele que serve"

Orientações litúrgico-pastorais de Dom Sérgio para Quaresma

-       No tempo da Quaresma não se ornamenta o altar com flores.
-       A cor litúrgica é a roxa. Pode ser usada a cor rósea no Domingo Laetare – quarto Domingo da Quaresma, “próximo ao grande dia”.
-       Quarta Feira de Cinzas e Sexta Feira Santa são dias de JEJUM e ABSTINÊNCIA. (Cf. as orientações no Diretório para a Liturgia). É preciso sempre lembrar ao povo, o verdadeiro sentido desses exercícios quaresmais, unidos à oração e ao silêncio. Assumidos e exercidos livremente, alavancam a nossa preparação para a Páscoa. Retomar a importância do gesto da imposição das cinzas, feitas com ramos de oliveira, outras plantas e palmas, bentas no Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor, como sinal do desejo sincero de conversão. As cinzas que sobraram podem fazer parte da procissão das ofertas e no final da celebração, levadas para as pessoas que não puderam participar. Articular a Quaresma e a Campanha da Fraternidade com o temaEconomia e Vida, e o lemaVocês não podem servir a Deus e ao Dinheiro (Mt 6,24). A verdadeira conversão implica em justiça e solidariedade na relação entre as pessoas e nas circunstancias concretas da vida, hoje tão ameaçada. Toda Quaresma, é caminho Pascal.
-       Na Quaresma, omitem-se o canto do Glória e o Aleluia.
-       A organização do espaço litúrgico e todas as celebrações devem apontar para o mistério da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus. É nesse contexto que devemos situar a Quaresma. Sobriedade e despojamento são fundamentais. A Cruz, o Altar, o Ambão, a Cadeira Presidencial a Pia Batismal devem ganhar destaque. O cartaz da CF, sinalizando o tema e o lema de 2009 deve estar em lugar visível. A cada Domingo, a Cruz poderá ser enriquecida com símbolos ou gestos ligados aos Textos Bíblicos ou ao tema da CF. Moderar a altura dos instrumentos. Eles  têm a finalidade de sustentar o canto. O uso das baterias tem feito muito barulho e prestado um desserviço à liturgia. Não usá-las, sobretudo, no tempo da quaresma seria salutar.  Durante a Quaresma, valorizar o Ato Penitencial, usando a criatividade (ajoelhar-se, inclinar-se, aspersão do povo...). Embora não tenha a força de sacramento, o mesmo propicia a experiência da misericórdia de Deus, apelo à conversão e disposição interior para participação na celebração eucarística.

-       Onde houver o costume de entronizar a Palavra de Deus, lembro que a mesma (no Lecionário) deve ser levada na procissão de entrada com a Cruz e as velas. É fundamental a preparação dos leitores, para que a Palavra de Deus seja proclamada, acolhida e compreendida por todos, não simplesmente lida, e às vezes, muito mal. Um breve silêncio entre as leituras e após a homilia permite que o diálogo amoroso entre Deus e o seu povo atinja mais profundamente cada pessoa. É preciso investir na formação dos leitores.
-       Aproveitar a Quaresma para a preparação próxima aos sacramentos da iniciação cristã: BatismoConfirmação e Eucaristia. Que membros da Comunidade, que fizeram as etapas, possam recebê-los na noite da Páscoa. Utilizar o itinerário proposto pelo Rito da Iniciação Cristã dos Adultos – RICA.
-       O segredo da preparação da homilia e da celebração está no trabalho e no esforço da equipe litúrgica, num clima orante, na gratuidade, congregada pelo amor à liturgia e à comunidade, desafiada a preparar celebrações vivas, participadas, criativas, piedosas, alegres e cheias de Deus.

-       A Homilia na Celebração Eucarística seja proferida pelo Padre, articulando a proposta da Palavra de Deus de cada Domingo, com a CF.

-       A Oração da CF pode ser feita no lugar das Preces dos Fiéis ou após a oração pós -comunhão.

-       Cantos, refrões, louvações, expressem o mistério celebrado no tempo litúrgico.Dar importância ao canto do Salmo que, como parte constitutiva da Liturgia da Palavra deve ser recitado ou cantado do Ambão ou Mesa da Palavra.

-       Atenção: Consultar o Hinário Litúrgico da CNBB, volume II e o CD da Quaresma e CF de 2010. Todo o povo deve cantar a Liturgiae não apenas um grupo de privilegiados. Na Quaresma é oportuno usar as orações eucarísticas da Reconciliação, mais indicadas para esse tempo, não esquecendo os prefácios próprios que são de uma densidade pascal muito grande. Toda a Comunidade Eclesial deve ser esclarecida e motivada, desde o começo da Quaresma, para ogesto concreto da Campanha da Fraternidade. São muitos os modos de penitência, partilha e solidariedade, que podem colaborar para que a Igreja em   todo o Brasil continue concretizando  projetos  de  ação evangelizadora e  social,  sobretudo  nas  regiões  mais  carentes.  Este ano a CF reflete sobre a urgência de um modelo econômico que esteja a serviço da vida e do bem comum. É a dimensão comunitária e social da Quaresma. Todos devem receber o envelope no final da Quaresma e devolvê-lo no Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor, dia 28 de março com a oferta, fruto da penitência quaresmal. Nenhuma Paróquia ou Comunidade pode omitir-seAtenção: a contribuição que muitas  de  nossas  Paróquias  recebem da ADVENIAT é fruto da oferta de muitos cristãos generosos  e  simples  trabalhadores, mas  comprometidos com a Igreja e seus projetos sociais.         
-       Disponibilizar horários para ouvir os fiéis em confissão. É meu desejo que haja o       mutirão para as confissões nas Paróquias das Foranias.     

-       12.  Incentivar a Quaresma e a CF em Família. No subsídio - CF em Família,                encontra-se a Via Sacra, um dos exercícios espirituais privilegiados para esse           tempo.

-       A CF precisa acontecer também fora dos ambientes eclesiais. É preciso empenho para que a mesma aconteça junto às Escolas, Ambientes de Trabalho, nos Meios de Comunicação Social, Centros de Poder e de Decisão, Grupos da Sociedade e, onde for possível, junto a irmãos de outras Igrejas Cristãs, etc., sobretudo este ano, por ser Ecumênica.

-       O lançamento da CF pode ser feito na semana anterior à Quarta Feira de Cinzas,  
-       com a presença da Comunidade, Autoridades, Membros de outras Igrejas Cristãs, MCS, etc. Nesta oportunidade, apresentar  os  Objetivos  da  CF  e todo material catequético - litúrgico.


-       Façamos da Quaresma, uma verdadeira participação no mistério pascal de Cristo. Sofremos com Ele para participar de sua glória e sentir, na vida, a alegria de sua Ressurreição (cf. Rm 8,17).      


DOM SÉRGIO APARECIDO COLOMBO
Bispo Diocesano