- Tempo do ADVENTO
O Advento é um dos tempos do Ano Litúrgico e pertence ao ciclo do Natal. A liturgia do Advento caracteriza-se como período de preparação, como se pode deduzir da própria palavra advento que se origina do verbo latino advenire, que quer dizer chegar.
A palavra Advento quer dizer chegada, vinda. Originalmente, a palavra advento era usada pelos antigos romanos para anunciar a visita do seu soberano às províncias fora de Roma. Isto significava para o povo um tempo de preparação, para que quando o rei chegasse, tudo estivesse em ordem. Mais tarde, os cristãos começaram a designar “advento” as semanas que antecedem e preparam a festa do nascimento de Jesus.
O primeiro “advento cristão” refere-se aos milhares de anos de espera do povo eleito pelo Messias prometido. Este tempo foi concluído com o nascimento e ascensão de Jesus aos céus, a humanidade vive um segundo advento, na expectativa da vinda definitiva de Cristo, no final dos tempos.
As quatro semanas que nos separam do Natal recordam-nos esta realidade: nossa vida é um grande advento que prepara o nosso encontro definitivo com Deus.
Advento é tempo de espera d’Aquele que há de vir. Pelo Advento nos preparamos para celebrar o Senhor que veio, que vem e que virá; sua liturgia conduz a celebrar as duas vindas de Cristo: Natal e Parusia. Na primeira, celebra-se a manifestação de Deus experimentada há mais de dois mil anos com o nascimento de Jesus, e na segunda, a sua desejada manifestação no final dos tempos, quando Cristo vier em sua glória. Um dos muitos símbolos do Natal é a coroa do Advento que, por meio de seu formato circular e de suas cores, silenciosamente expressa a esperança e convida à alegre vigilância.
- A coroa do Advento.
A coroa teve sua origem no século XIX, na Alemanha, nas regiões evangélicas, situadas ao norte do país. Nós, católicos, adotamos o costume da coroa do Advento no início do século XX. Na confecção da coroa eram usados ramos de pinheiro e cipreste, únicas árvores cujos ramos não perdem suas folhas no outono e estão sempre verdes, mesmo no inverno. Os ramos verdes são sinais da vida que teimosamente resiste; são sinais da esperança. Em algumas comunidades, os fiéis envolvem a coroa com uma fita vermelha que lembra o amor de Deus que nos envolve e nos foi manifestado pelo nascimento de Jesus. Até a figura geométrica da coroa, o círculo, tem um bonito simbolismo. Sendo uma figura sem começo e fim, representa a perfeição, a harmonia, a eternidade.
Na coroa, também são colocadas quatro velas referentes a cada domingo que antecede o Natal. A luz vai aumentando à medida em que se aproxima o Natal, festa da luz que é Cristo, quando a luz da salvação brilha para toda humanidade. Quanto às cores das quatro velas, quase em todas as partes do mundo é usada a cor vermelha. No Brasil, até pouco tempo atrás, costumava-se usar velas nas cores roxa ou lilás, e uma vela cor de rosa referente ao terceiro domingo do Advento, quando se celebra o Domingo de Gaudete (Domingo da Alegria), cuja cor litúrgica é rosa. Porém, atualmente, tem-se propagado o costume de velas coloridas, cada uma de uma cor, visto que nosso país é marcado pelas culturas indígena e afro, onde o colorido lembra festa, dança e alegria.
- Campanha para evangelização.
No Advento, a CNBB lança cada ano a “Campanha para a Evangelização” a fim de despertar mais vivamente a consciência do cristão para essa missão de Igreja. Abrem-se à evangelização numerosos campos geográficos desde os grandes centros urbanos até os rincões do interior do país e do estrangeiro. Além dos lugares, há enorme variedade de pessoas a serem evangelizadas. Os preferidos de Deus são os pobres, aqueles que vivem à margem da sociedade. Os governos e as empresas de espírito capitalista apenas se interessam por eles. A Igreja, pelo contrário, compulsando o coração de Deus, dedica-lhes precedência em todos os sentidos.
A Campanha para a Evangelização acorda-nos para a vocação missionária. A consciência atual já superou a idéia de que a evangelização se restringe unicamente à tarefa dos missionários. Homens e mulheres que nos povoaram o imaginário religioso, deixando o próprio país para ir levar a outras regiões o evangelho de Jesus, especialmente a países de maioria não cristã ou lá onde faltava clero. Esse estereótipo de missionário evangelizador vem sendo modificado por nova visão de Igreja em que todos evangelizam. Existem inúmeras modalidades para realizar a missão, desde a primeira e fundamental dos pais em relação aos filhos até aquela dos que abandonam a própria casa ou país para ir anunciar o evangelho em outras regiões.
Com o tema “Ele se fez pobre para nos enriquecer”, a Campanha para a Evangelização deste ano pode ser uma excelente oportunidade pastoral para alimentar, em nosso povo, o espírito de partilha fraterna e generosa solidariedade e para incentivar a superação da mentalidade individualista e subjetivista da religião.
Utilizando o material que está sendo distribuído pelos Centros Regionais de Pastoral, as celebrações dominicais do Advento poderão ser dinamizadas de modo a envolver todos os membros de nossas paróquias e comunidades na Coleta da Campanha para a Evangelização, a ser realizada nos dias 12 e 13 de dezembro de 2009, terceiro Domingo do Advento.
Lembramos que o gesto concreto dessa Coleta, além do percentual destinado à CNBB nacional (35%) e ao Regional Leste II (20%), ajuda a própria Arquidiocese nos trabalhos pastorais e evangelizadores, através do Fundo diocesano para a Evangelização, que aplica integralmente os 45% dos recursos da Campanha nas várias atividades desenvolvidas ao longo do ano em nossa Igreja Particular. Através dessa prestação de contas, pode-se constatar como é importante a doação de todos para que a nossa Igreja continue evangelizando mais e melhor.
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