segunda-feira, 19 de março de 2012

O sacrifício espiritual


Do Tratado sobre a oração, de Tertuliano, presbítero - (Cap.28-29: CCL 1,273-274) -  (Séc. III)

A oração é o sacrifício espiritual que aboliu os antigos sacrifícios. Que me importa a abundância de vossos sacrifícios? – diz o Senhor. Estou farto de holocaustos de carneiros e de gordura de animais cevados; do sangue de touros, de cordeiros e de bodes, não me agrado. Quem vos pediu estas coisas? (Is 1,11).

O Evangelho nos ensina o que pede o Senhor: Está chegando a hora, diz ele, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e verdade. Deus é espírito (Jo 4,23.24), e por isso procura tais adoradores.

Nós somos verdadeiros adoradores e verdadeiros sacerdotes, quando, orando em espírito, oferecemos o sacrifício espiritual da oração, como oferenda digna e agradável a Deus, aquela que ele mesmo pediu e preparou.

Esta oferenda, apresentada de coração sincero, alimentada pela fé, preparada pela verdade, íntegra e inocente, casta e sem mancha, coroada pelo amor, é a que devemos levar ao altar de Deus, acompanhada pelo solene cortejo das boas obras, entre salmos e hinos; ela nos alcançará de Deus tudo o que pedimos.

Que poderia Deus negar à oração que procede do espírito e da verdade, se foi ele mesmo que assim exigiu? Todos nós lemos, ouvimos e acreditamos como são grandes os testemunhos da sua eficácia!

Nos tempos passados, a oração livrava do fogo, das feras e da fome; e no entanto ainda não havia recebido de Cristo toda a sua eficácia.

Quanto maior não será, portanto, a eficácia da oração cristã! Talvez não faça descer sobre as chamas o orvalho do Anjo, não feche a boca dos leões, não leve a refeição aos camponeses famintos, não impeça milagrosamente o sofrimento; mas vem em auxílio dos que suportam a dor com paciência, aumenta a graça aos que sofrem com fortaleza, para que vejam com os olhos da fé a recompensa do Senhor, reservada aos que sofrem pelo nome de Deus.

Outrora a oração fazia vir as pragas, derrotava os exércitos inimigos, impedia a chuva necessária. Agora, porém, a oração autêntica afasta a ira de Deus, vela pelo bem dos inimigos e roga pelos perseguidores. Será para admirar que faça cair do céu as águas, se conseguiu que de lá descessem as línguas de fogo? Só a oração vence a Deus. Mas Cristo não quis que ela servisse para fazer mal algum; quis antes que toda a eficácia que lhe deu fosse apenas para servir o bem.

Conseqüentemente, ela não tem outra finalidade senão tirar do caminho da morte as almas dos defuntos, robustecer os fracos, curar os enfermos, libertar os possessos, abrir as portas das prisões, romper os grilhões dos inocentes. Ela perdoa os pecados, afasta as tentações, faz cessar as perseguições, reconforta os de ânimo abatido, enche de alegria os generosos, conduz os peregrinos, acalma as tempestades, detém os ladrões, dá alimento aos pobres, ensina os ricos, levanta os que caíram, sustenta os que vacilam, confirma os que estão de pé.

Oram todos os anjos, ora toda criatura. Oram à sua maneira os animais domésticos e as feras, que dobramos joelhos. Saindo de seus estábulos ou de suas tocas, levantam os olhos para o céu e não abrem a boca em vão, fazendo vibrar o ar com seus gritos. Mesmo as aves quando levantam vôo, elevam-se para o céu e, em lugar de mãos, estendem as asas em forma de cruz, dizendo algo semelhante a uma prece.

Que dizer ainda a respeito da oração? O próprio Senhor também orou; a ele honra e poder pelos séculos dos séculos.

O que a oração pede, o jejum o alcança e a misericórdia o recebe


Dos Sermões de São Pedro Crisólogo, bispo - (Sermo 43: PL 52,320.322) - (Séc.IV)

Há três coisas, meus irmãos, três coisas que mantêm a fé, dão firmeza à devoção e perseverança à virtude. São elas a oração, o jejum e a misericórdia. O que a oração pede, o jejum alcança e a misericórdia recebe. Oração, misericórdia, jejum: três coisas que são uma só e se vivificam reciprocamente.

O jejum é a alma da oração e a misericórdia dá vida ao jejum. Ninguém queira separar estas três coisas, pois são inseparáveis. Quem pratica somente uma delas ou não pratica todas simultaneamente, é como se nada fizesse. Por conseguinte, quem ora também jejue; e quem jejua, pratique a misericórdia. Quem deseja ser atendido nas suas orações, atenda as súplicas de quem lhe pede; pois aquele que não fecha seus ouvidos às súplicas alheias, abre os ouvidos de Deus às suas próprias súplicas.

Quem jejua, pense no sentido do jejum; seja sensível à fome dos outros quem deseja que Deus seja sensível à sua; seja misericordioso quem espera alcançar misericórdia; quem pede compaixão, também se compadeça; quem quer ser ajudado, ajude os outros. Muito mal suplica quem nega aos outros aquilo que pede para si.

Homem, sê para ti mesmo a medida da misericórdia; deste modo alcançarás misericórdia como quiseres, quanto quiseres e com a rapidez que quiseres; basta que te compadeças dos outros com generosidade e presteza.

Peçamos, portanto, destas três virtudes – oração,jejum, misericórdia – uma única força mediadora junto de Deus em nosso favor; sejam para nós uma única defesa, uma única oração sob três formas distintas.

Reconquistemos pelo jejum o que perdemos por não saber apreciá-lo; imolemos nossas almas pelo jejum, pois nada melhor podemos oferecer a Deus como ensina o Profeta: Sacrifício agradável a Deus é um espírito penitente; Deus não despreza um coração arrependido e humilhado (cf. Sl 50,19).

Homem, oferece a Deus a tua alma, oferece a oblação do jejum, para que seja uma oferenda pura, um sacrifício santo, uma vítima viva que ao mesmo tempo permanece em ti e é oferecida a Deus. Quem não dá isto a Deus não tem desculpa, porque todos podem se oferecer a si mesmos.

Mas, para que esta oferta seja aceita por Deus, a misericórdia deve acompanhá-la; o jejum só dá frutos se for regado pela misericórdia, pois a aridez da misericórdia faz secar o jejum. O que a chuva é para a terra, é a misericórdia para o jejum. Por mais que cultive o coração, purifique o corpo, extirpe os maus costumes e semeie as virtudes, o que jejua não colherá frutos se não abrir as torrentes da misericórdia.

Tu que jejuas, não esqueças que fica em jejum o teu campo se jejua a tua misericórdia; pelo contrário, a liberalidade da tua misericórdia encherá de bens os teus celeiros. Portanto, ó homem, para que não venhas a perder por ter guardado para ti, distribui aos outros para que venhas a recolher; dá a ti mesmo, dando aos pobres, porque o que deixares de dar aos outros, também tu não o possuirás.

A Homilia

 
            Homilia significa conversa familiar e trata-se de um discurso religioso que explica e atualiza a Palavra de Deus em beneficio da comunidade celebrante. Ela é o elemento essencial da celebração judaica e das religiões dela derivadas.
            Há também outras maneiras de celebração da Palavra como a cantata luterana e as composições de J. S. Bach, G. F. Haendel e J. Brahms que são verdadeiras homilias musicais. Com o Vaticano II houve uma verdadeira explosão de cânticos bíblicos. Há também as realizações da estatuaria e dos vitrais, que transformaram as catedrais da Idade Média numa bíblia ilustrada. A Palavra não deve ficar prisioneira das leituras e da homilia, existem outras possibilidades de sua difusão na celebração, como a saudação, as introduções às leituras e ao Pai Nosso, a fórmula de despedida, etc. estas são como que um eco da Palavra de Deus.
            A homilia é a tradução da Palavra de Deus para proveito da comunidade celebrante e o exemplo bíblico mais típico disso é a leitura solene da Lei que Esdras fez aos exilados recém chegados da Babilônia. Com todo o povo reunido na praça “Esdras leu distintamente no livro da Lei de Deus, e explicava a leitura de maneira que se pudesse compreender” (Ne 8, 8). A tradição remonta à comunidade de Neemias a origem do Targum, palavra hebraica que significa tradução. O Targum não é uma réplica da bíblia hebraica, pois se trata de uma tradução interpretativa, temos aqui o começo da homilia.
            O exemplo mais perfeito de homilia como tradução da Palavra é a homilia de Jesus na sinagoga de Nazaré. “Hoje se cumpriu este oráculo que acabais de ouvir” (Lc 4, 21), este “hoje” de Jesus é o centro de toda a homilia, pois a sua finalidade será sempre traduzir a Palavra de Deus mostrando sua atualidade.
            O caminho da tradução da Palavra à sua atualização comporta algumas passagens obrigatórias como a busca do sentido literal, que consiste na procura do significado exato do texto; a busca do sentido cristológico, onde, à luz da ressurreição, somos chamados a descobrir em cada página da Lei, dos Profetas e dos Salmos a face de Jesus (Cf. Lc 24, 44) e, por último, a busca da atualização, que procura encarnar a Palavra de Deus na vida da comunidade, de fato, a homilia começa precisamente quando compreendemos que essa Palavra se cumpriu hoje para nós. Essa estrutura tripartida é fundamental, entretanto, conforme a comunidade ou o texto bíblico será necessário insistir ora no sentido literal, ora no cristológico, ora na atualização.
            Cada vez que a Palavra é proclamada, é preciso atualizá-la. Convém, portanto fazer homilia em cada missa, porém não é necessário que ela seja longa ou fale de todos os textos bíblicos. A homilia não é simplesmente um discurso humano sobre Deus, mas Palavra de Deus ao nível da comunidade que celebra. Oxalá que nossas palavras na homilia se apresentem como uma palavra de Jesus.
            Na bíblia há os mais diversos gêneros literários, o mais antigo é o mito, mas há o histórico documentário, épico e temático, o gênero lírico, didático, jurídico, apocalíptico e o epistolar. Com freqüência eles se misturam enriquecendo-se assim mutuamente. A homilia pode adotar todos os gêneros literários da Palavra que ela atualiza, só lhe é pedido que ela desemboque no que Deus diz hoje à comunidade.
            A homilia que expõe os mistérios da fé a partir do texto sagrado está reservada ao padre e ao diácono. Porém é toda a Igreja – e não somente o sacerdócio ou a hierarquia – que celebra a Palavra e que participa da função profética de cristo, pois Ele confiou a Escritura e sua compreensão à Igreja inteira. Os leigos não se conformam mais em serem destituídos de seu carisma profético. Na verdade a homilia é dever de cada um, pois cada um pode dizer: “Fala, Senhor, que teu servo escuta”.
É preciso, para compreender a Palavra de Deus, a mesma graça que foi necessária para proferi-la e para redigi-la. Nesse sentido deve-se afirmar a necessidade da oração ao Espírito para compreender bem as palavras e poder explicá-las corretamente à comunidade. Por outro lado aquele que escuta a homilia também deveria preparar-se para isso a fim de recebê-la segundo o mesmo Espírito. A homilia vive na oração como o pássaro voa no céu.
Por fim, a dignidade do pregador se baseia sobre a da homilia, ou seja, se esta é Palavra de Deus, o pregador é profeta. Neste ministério convém ser humilde, pois o pregador anuncia a salvação do mundo, mas carrega o peso da sua própria miséria.

Referência:
Deiss, Lucien. A Palavra de Deus Celebrada – Teologia da celebração da Palavra de Deus. Petrópolis: Vozes, 1996. p. 75-108.

quinta-feira, 8 de março de 2012

LITURGIA: fonte de vida, oração e catequese

A liturgia fonte de vida, de oração e de catequese (CIC 1071-1075)
DEPARTAMENTO DAS CELEBRAÇÕES LITÚRGICAS DO SUMO PONTÍFICE
Os números 1071-1075 do Catecismo da Igreja Católica (CIC) falam da sagrada liturgia como fonte de vida, e da sua relação com a oração e a catequese. A liturgia é fonte de vida, principalmente porque é "obra de Cristo" (CIC, 1071). Segundo, porque "é também uma ação da sua Igreja" (ibid.). Mas entre esses dois aspectos, qual é o mais importante? E, também, o que significa neste contexto a palavra "vida"?
Responde o Concílio Vaticano II: "Da Liturgia, pois, em especial da Eucaristia, corre sobre nós, como de sua fonte, a graça, e por meio dela conseguem os homens com total eficácia a santificação em Cristo e a glorificação de Deus, a que se ordenam, como a seu fim, todas as outras obras da Igreja."(Sacrosanctum Concilium [SC], 10). Compreende-se assim que, quando se diz que a liturgia é fonte de vida, se quer dizer que dela jorra a graça. Com isso, já se respondeu à primeira pergunta: a liturgia é fonte de vida principalmente porque é obra de Cristo, Autor da graça.
Um princípio clássico do catolicismo, no entanto, diz que a graça não tira a natureza, mas a supõe e a aperfeiçoa (cf. S. Tomás de Aquino, Summa Theologiae, I, 1, 8 ad 2, etc.).Por isso, também o homem coopera com o culto litúrgico, que é ação sacerdotal do "Cristo todo inteiro", ou seja da Cabeça, que é Jesus, e dos membros, que são os batizados. Assim, a liturgia é fonte de vida também enquanto ação da Igreja. Justo em quanto obra de Cristo e da Igreja, a liturgia é "ação sagrada por excelência" (SC 7), doa aos fiéis a vida de Cristo e requer a sua participação consciente, ativa e frutuosa (cf. SC, 11). Aqui se compreende também a ligação da sagrada liturgia com a vida de fé: podemos dizer “da Vida à vida”. A graça que nos é dada por Cristo na liturgia exige uma participação vital: "A Sagrada liturgia não esgota toda a ação da Igreja" (SC, 9), na verdade, " Deve ser precedida pela evangelização, pela fé e pela conversão, e só então pode produzir os seus frutos na vida dos fiéis "(CIC, 1072).
Não é por acaso que, no momento de recolher os escritos litúrgicos de J. Ratzinger em um único volume, intitulado Teologia da Liturgia, se pensou expressar uma das intuições fundamentais do autor acrescentando o subtítulo: A fundação sacramental da existência cristã. É uma tradução em termos teológicos do que Jesus disse no Evangelho com as palavras: "Sem mim, nada podeis fazer" (Jo 15.5). Na liturgia nós recebemos o dom daquela vida divina de Cristo, sem a qual não podemos fazer nada de válido para a salvação. Assim, a vida do cristão não é senão uma continuação, ou o fruto da graça que é recebida no culto divino, especialmente na Eucaristia.
Em segundo lugar, a liturgia tem uma relação estreita com a oração. Mais uma vez, o foco de entendimento dessa relação é o Senhor: " A liturgia é também participação na oração de Cristo, dirigida ao Pai no Espírito Santo. Nela, toda a oração cristã encontra a sua fonte e o seu termo" (CIC, 1073). A liturgia é, portanto, também, uma fonte de oração. A partir dela, aprendemos a rezar no modo correto. Uma vez que a liturgia é a oração sacerdotal de Jesus, o que podemos aprender dela para a nossa oração pessoal? Em que consistia a oração do Senhor? "Para compreender a Jesus são fundamentais as referências recorrentes ao fato de que ele se retirava “à montanha" e lá orava por noites inteiras, “sozinho" com o Pai. [...] Esta "oração" de Jesus é a conversa do Filho com o Pai em que estão envolvidos a consciência e a vontade humanas, a alma humana de Jesus, de modo que a "oração" do homem possa tornar-se participação na comunhão do Filho com o Pai" (J. Ratzinger/Benedetto XVI, Gesù di Nazaret, I, Rizzoli, Milano 2007, pp. 27-28 [tradução nossa]).
Em Jesus, a oração "pessoal" não é distinta da sua oração sacerdotal: de acordo com a Carta aos Hebreus, a oração que Jesus suportou durante a Paixão "constitui a atuação do sumo sacerdócio de Jesus. Precisamente no seu grito, choro e oração Jesus faz o que é próprio do sumo sacerdote: Ele eleva ao alto o trabalho do ser humano junto à Deus. Leva o homem diante de Deus” (ibid., II, LEV, Città del Vaticano 2010, p. 184).
Em uma palavra, a oração de Jesus é uma oração de colóquio, uma oração dirigida na presença de Deus. Jesus nos ensina este tipo de oração: "É necessário ter sempre viva esta relação e reconduzir-vos continuamente aos acontecimentos cotidianos. Vamos rezar mais e melhor quanto mais nas profundezas da nossa alma haja a orientação em direção a Deus "(ibid., I, p. 159). A liturgia, portanto, nos ensina a orar porque nos reorienta constantemente a Deus: "Corações ao alto – O nosso coração está em Deus”. A oração é estar dirigido ao Senhor – e isto é também o sentido profundo da participação ativa na liturgia.
Finalmente, a oração é "lugar privilegiado da catequese [...] em quanto procede do visível para o invisível" (CIC, 1074-1075). Isto implica que os textos, os sinais, os ritos, os gestos, e os elementos ornamentais da liturgia devem ser tais, que transmitam realmente o Mistério que significam e que possam assim serem utilmente explicados dentro da catequese mistagógica.
Fonte: Santa Sé

quarta-feira, 7 de março de 2012

Roteiro para o tríduo pascal



ROTEIRO PARA O TRIDUO PASCAL

QUINTA-FEIRA SANTA


Ø  Liturgia:

F Cor litúrgica: Branco
F Canta-se o Glória
F Ritos: Iniciais, da Palavra, do lava-pés, Comunhão e Final.
F Não se reza o Creio

Ø  Providenciar antes da Missa:

F Objetos litúrgicos: Cruz processional, dois castiçais com vela, turíbulo com carvão, naveta com incenso, véu umeral, objetos do ofertório.
F Funções: Equipe de canto, Animador (comentarista), I leitor, Salmista, II leitor, Preces, Cruciferário (pessoa que entra com a cruz processional), Ceroferários (pessoas que entram com as velas), Librífero (pessoa que segura o missal), Turiferário (pessoa que traz o turíbulo), Naveturário (pessoa que traz a naveta), Ministros extraordinários da comunhão, Coroinhas.
F Preparar um local onde se deve manter o turíbulo aceso. Uma churrasqueira com brasa acesa.
F Preparar o local e as escalas para adoração do Santíssimo Sacramento após a celebração.
F 12 pessoas para o lava-pés.
F Separar os lugares das pessoas do lava-pés.
F Bacia, jarra com água, toalhas, sabonete e avental para o rito do lava-pés.
F Em sinal de gratidão preparar uma pequena lembrança para aqueles que irão participar do rito do lava-pés.
F Obs.: Se não houver acólito perguntar ao padre a forma correta de se incensar no momento da consagração.

  
Ø  Ritos iniciais:

F Procissão de entrada: (nessa ordem) Turiferário, Naveturário, Cruciferário, Ceriferários, coroinhas, leitores, ministros, padre.
F Após a procissão de entrada o padre irá incensar o altar.
F O Cruciferário deixa a cruz processional no presbitério com ela virada de frente para o povo.
F O Turiferário e o Naveturário se dirigem ao local fora da igreja onde deveram manter a brasa sempre acesa.

Ø  Liturgia da palavra

F Na proclamação do Evangelho o Padre irá incensar o Lecionário, o Turiferário e o Naveturário devem estar ao seu lado durante toda a proclamação da leitura.
F Na proclamação do Evangelho os Ceroferários devem ficar ao lado do ambão onde será proclamado o Evangelho.
F Terminada a homilia começa o Rito do lava-pés: um ministro deve auxiliar o padre a vestir o avental, um coroinha deve segurar a bacia e um outro coroinha a toalha.
F Terminado o rito entregar as lembranças (se houver) aos participantes.

Ø  Liturgia Eucarística

F Após o ofertório o padre irá incensar as oferendas.
F Durante a consagração o Turiferário e o Naveturário devem se colocar a frente do altar e incensar (3x3) quando o padre levantar o cálice e novamente quando ele levantar a hóstia consagrada.

F Terminada a comunhão devem-se preparar as âmbulas para serem levadas ao local da adoração.
F Um ministro retira a toalha da mesa do altar e dos ambões.
F Todos se retiram em procissão conforme na entrada.
F O turiferário e o naveturário acompanham o padre, pois ele irá incensar o local da adoração ao Santíssimo.

 Possivelmente nem tudo foi lembrado, o que foi esquecido certamente será lembrado pela equipe de liturgia.


ROTEIRO PARA O TRIDUO PASCAL

SEXTA-FEIRA SANTA

Ø  Liturgia:
F Cor litúrgica: Vermelho
F Ritos: Da palavra, Oração universal, Adoração da cruz e Comunhão.

Ø  Providenciar antes da Celebração:
F Objetos litúrgicos: Dois castiçais com vela, Cruz para adoração coberta com um pano vermelho (o pano deve estar amarrado de forma que seja possível desamarrar um braço de cada vez). Toalha e corporal.
F Funções: Equipe de canto, Animador (comentarista), I leitor, Salmista, II leitor, Narrador e leitor para o evangelho, Leitor da oração universal, Ministros extraordinários da comunhão, Coroinhas.
F Não se deve colocar nenhuma toalha no altar, no ambão e nem na credencia. Não há flores na igreja.
F Um tapete em frente ao altar para o padre se prostrar.
F Um pano limpo para limpar a cruz no momento da adoração.
F Cestos para a coleta para os lugares santos.
  
Ø  Procissão de entrada
F Não há canto de entrada nem ritos iniciais, o padre entra com os ministros e coroinhas em silencio. O padre irá deitar no chão enquanto os outros apenas ajoelham por alguns instantes.

Ø  Oração universal
F Um ministro diz a introdução (ou poderá ser cantada pelo coral) e o padre faz a oração.
  
Ø  Adoração da cruz.
F A cruz coberta com o pano vermelho deve estar próximo à entrada da igreja.
F Os dois Ceroferários devem acompanhar essa procissão e ficar ao lado da cruz durante todo o momento da adoração.
F Um ministro deve ficar próximo da cruz com um pano para limpa-la.
F Dois coroinhas seguram os cestos ao lado da cruz para a coleta para o lugares santos.

Ø  Comunhão
F Após a adoração um ministro deve colocar a toalha na mesa do altar para a comunhão juntamente com o corporal.
F Outros ministros devem buscar as âmbulas com as hóstias consagradas momentos antes de terminar a adoração a Santa Cruz.
F Terminada a comunhão retira-se a toalha do altar.
Ø  Todos se retiram em silêncio, não há canto final.
  
Possivelmente nem tudo foi lembrado, o que foi esquecido certamente será lembrado pela equipe de liturgia.


ROTEIRO PARA O TRIDUO PASCAL

SÁBADO SANTO


Ø  Liturgia
F  Cor litúrgica: Branco
F  Ritos: Celebração da luz (benção do fogo), Liturgia da palavra, Liturgia batismal (Rito da água), Comunhão e Finais.
F  Contêm: Proclamação da Páscoa (canto do exulte), Ladainha e Renovação das Promessas do Batismo.

Ø  Providenciar antes da Missa
F Objetos litúrgicos: turíbulo com carvão, naveta com incenso, objetos do ofertório, Círio pascal com os cravos, suporte para o Círio, pia batismal, Sineta, Aspersório com caldeirinha,
F Funções: Equipe de canto, Animador (comentarista), I, II, III leitores, IV Leitor da Carta aos Romanos, I, II, III, Salmista, Librífero (pessoa que segura o missal), Turiferário (pessoa que traz o turíbulo), Naveturário (pessoa que traz a naveta), Ministros extraordinários da comunhão, Coroinhas.
F A igreja deve estar bem ornamentada com flores, cartazes, bexigas, etc.
F Preparar um local onde se deve manter o turíbulo aceso. Uma churrasqueira com brasa acesa.
F Fogueira
F Já furar no Círio pascal os locais onde serão colocados os cravos.
F Numa mesa próximo a fogueira deve estar o Círio pascal com os cravos ao lado.
F Um microfone com uma caixa de som próximo à fogueira.
F Apagar as luzes da igreja.
F Reservar os lugares dos leitores nos primeiros bancos.
F Preparar a pia batismal ou um recipiente com água num suporte ao lado do Círio pascal.

Ø  Celebração da luz
F Inicia-se com o comentário inicial.
F O Librífero deve estar o tempo todo ao lado do padre.
F Um ministro segura o Círio pascal enquanto o padre coloca os cravos no Círio
F Um outro ministro ou coroinha segura o microfone.
F Depois de colocado os cravos no Círio o povo entra na igreja que deve estar com as luzes apagadas.
F Conforme o padre for entrando na igreja as pessoas vão acendendo as velas no Círio.
F Quando todos estiverem na igreja, acendem-se as luzes, mantêm-se as velas acesas e canta-se (o padre ou o coral) a proclamação da páscoa.
F Terminado o canto apagam-se as velas. O Círio permanece aceso durante toda a celebração, a vela da mesa do altar fica apagada.

Ø  Liturgia da palavra
F Após as leituras canta-se o Hino de louvor, toca-se o sino do altar e da torre durante todo o canto.
F Acende-se a vela da mesa do altar.
F Na proclamação do Evangelho o Padre irá incensar o Lecionário, o Turiferário e o Naveturário devem estar ao seu lado durante toda a proclamação da leitura.
F Na proclamação do Evangelho os Ceroferários devem ficar ao lado do ambão onde será proclamado o Evangelho.

Ø  Liturgia batismal
F Após a Ladainha o padre irá benzer a água batismal, o librífero deve estar ao seu lado.
F Um ministro segura o microfone.
F Após a benção da água faz-se a Renovação da promessas batismais, alguns ministros acendem suas velas no Círio pascal e acende as velas do povo. Desligam-se os ventiladores.
F Após o Creio apagam-se as velas e o padre asperge o povo com água benta, a mesma da pia batismal.

Ø  Liturgia eucarística.
F Após o ofertório o padre irá incensar as oferendas.
F Durante a consagração o Turiferário e o Naveturário devem se colocar a frente do altar e incensar (3x3) quando o padre levantar o cálice e novamente quando ele levantar a hóstia consagrada.
F Segue-se a Missa como de costume.

 Possivelmente nem tudo foi lembrado, o que foi esquecido certamente será lembrado pela equipe de liturgia.

Os exercicios da Quaresma: Jejum, Esmola e Oração

Na Quaresma, os cristãos se preparam para celebrar a Páscoa, que está no centro de todas as celebrações da Igreja e da fé cristã; com a Páscoa, comemoramos o Mistério Pascal da paixão, morte e ressurreição gloriosa de Jesus Cristo e nossa participação nesse Mistério de Cristo e da Igreja.

Durante a Quaresma somos convidados a rever nossa vida cristã, a fazer uma avaliação sobre como andamos no seguimento de Cristo e no progresso da virtudes cristãs; no final da Quaresma, na noite da Páscoa, faremos a renovação das promessas do nosso Batismo, que sã os compromissos de nossa vida cristã. Devemos, pois, preparar-nos para renovar nossa adesão a Cristo, como seus discípulos missionários e amigos.

A Igreja nos indica os seguintes três exercícios quaresmais:

a) o jejum - e neste conceito estão incluídas todas as formas de penitência, as escolhas e as necessárias renúncias e sacrifícios para correspondermos aos caminhos de Deus. Não existe vida cristã autêntica, sem seguir os Mandamentos de Deus e sem obedecer ao Evangelho de Cristo; e isso requer uma disciplina na vida e também sacrifícios e “cruzes”. O exercício do jejum deve ser um auxílio para a nossa conversão a Deus.



b) A esmola: com este conceito, entendemos toda forma de caridade e de solidariedade fraterna. Somos reconhecidos como cristãos através do amor a Deus e ao próximo; mas a tentação do egoísmo e do fechamento diante das necessidades do próximo é grande! A Quaresma nos estimula na prática das obras de misericórdia; sobre elas deveremos, um dia, responder diante de Deus: “eu tive fome... tive sede... estava sem roupa, sem casa, na prisão, doente...” (cf Mt 25). A Campanha da Fraternidade, cada ano, nos propõe um aspecto da vivência da caridade e da solidariedade fraterna. Neste ano, é a questão da saúde pública.



c) A oração é o 3º exercício quaresmal e este conceito envolve nossa comunhão e familiaridade com Deus, nas quis devemos crescer e nos aprofundar ao longo da vida. Não existe vida cristã, sem comunhão com Deus e esta se traduz na escuta atenta e assídua da Palavra de Deus, na oração pessoal e comunitária e na vivência da “amizade com Deus”. O cristão não é um estranho a Deus, mas um filho de Deus; bom filho não esquece do pai nem fica longe, sem ligar para ele...

Este é um tempo abençoado, um “tempo favorável”. Comecemos logo os exercícios da Quaresma e nos exercitemos neles cada dia, respondendo ao convite de Jesus, ouvido na Quarta Feira de Cinzas: “Convertei-vos e crede no Evangelho”. Rezemos mais intensamente; acolhamos a Palavra de Deus com atenção; façamos obras de penitência, cujo fruto será a conversão mais profunda a Deus e a alegria pascal.

Publicado no "Povo de Deus", folheto litúrgico da Arquidiocese , no 1º domingo da quaresma

São Paulo, 26.02.2012



Fonte CNBB-Sul1

sábado, 18 de fevereiro de 2012

O Tempo da Quaresma e a Campanha da Fraternidade



 O que quer dizer quaresma?
        A palavra quaresma vem do latim quadragésima e é utilizada para designar o período de quarenta dias que antecedem a festa ápice do cristianismo: a ressurreição de Jesus cristo, comemorada no famoso domingo de páscoa. Esta prática data desde o século iv.
        Na quaresma, que começa na quarta-feira de cinzas e termina na quinta-feira (até a missa da ceia do senhor, exclusive - diretório da liturgia - CNBB) da semana santa, os católicos realizam a preparação para a páscoa. O período é reservado para a reflexão, a conversão espiritual. Ou seja, o católico deve se aproximar de deus visando o crescimento espiritual. Os fiéis são convidados a fazerem uma comparação entre suas vidas e a mensagem cristã expressa nos evangelhos. Esta comparação significa um recomeço, um renascimento para as questões espirituais e de crescimento pessoal. O cristão deve intensificar a prática dos princípios essenciais de sua fé com o objetivo de ser uma pessoa melhor e proporcionar o bem para os demais.
        Essencialmente, o período é um retiro espiritual voltado à reflexão, onde os cristãos se recolhem em oração e penitência para preparar o espírito para a acolhida do cristo vivo, ressuscitado no domingo de páscoa. Assim, retomando questões espirituais, simbolicamente o cristão está renascendo, como cristo. Todas as religiões têm períodos voltados à reflexão, eles fazem parte da disciplina religiosa. Cada doutrina religiosa tem seu calendário específico para seguir. A cor litúrgica deste tempo é o roxo, que significa luto e penitência.
        Cerca de duzentos anos após o nascimento de cristo, os cristãos começaram a preparar a festa da páscoa com três dias de oração, meditação e jejum. Por volta do ano 350 d. C., a igreja aumentou o tempo de preparação para quarenta dias. Assim surgiu a quaresma.

 Qual o significado destes 40 dias?
        Na bíblia são relatadas as passagens dos quarenta dias do dilúvio, dos quarenta anos de peregrinação do povo judeu pelo deserto, dos quarenta dias de Moisés e de Elias na montanha, dos quarenta dias que Jesus passou no deserto antes de começar sua vida pública, dos 400 anos que durou a estada dos judeus no Egito, entre outras. Esses períodos vêm sempre antes de fatos importantes e se relacionam com a necessidade de ir criando um clima adequado e dirigindo o coração para algo que vai acontecer.

 O que os cristãos devem fazer no tempo de quaresma?
        A igreja católica propõe, por meio do evangelho proclamado na quarta-feira de cinzas, três grandes linhas de ação: a oração, a penitência e a caridade. Não somente durante a quaresma, mas em todos os dias de sua vida, o cristão deve buscar o reino de deus, ou seja, lutar para que exista justiça, a paz e o amor em toda a humanidade. Os cristãos devem então recolher-se para a reflexão para se aproximar de deus. Esta busca inclui a oração, a penitência e a caridade, esta última como uma conseqüência da penitência.

 Porque jejuar na quaresma?
       A igreja propõe o jejum principalmente como forma de sacrifício, mas também como uma maneira de educar-se, de ir percebendo que, o que o ser humano mais necessita é de deus. Desta forma se justifica as demais abstinências, elas têm a mesma função.
        Oficialmente, o jejum deve ser feito pelos cristãos batizados, na quarta-feira de cinzas e na sexta-feira santa. Pela lei da igreja, o jejum é obrigatório nesses dois dias para pessoas entre 18 e 60 anos.
        O jejum, assim como todas as penitências, é visto pela igreja como uma forma de educação no sentido de se privar de algo e reverte-lo em serviços de amor, em práticas de caridade. Os sacrifícios, que podem ser escolhidos livremente, por exemplo: um jovem deixa de mascar chicletes por um mês, e o valor que gastaria nos doces é usado para o bem de alguém necessitado.

 O que é a campanha da fraternidade?
        O percurso da quaresma é acompanhado pela realização da campanha da fraternidade – a maior campanha da solidariedade do mundo cristão. Cada ano é contemplado um tema urgente e necessário.
        A campanha da fraternidade é uma atividade ampla de evangelização que ajuda os cristãos e as pessoas de boa vontade a concretizarem, na prática, a transformação da sociedade a partir de um problema específico, que exige a participação de todos na sua solução. Ela tornou-se tão especial por provocar a renovação da vida da igreja e ao mesmo tempo resolver problemas reais.
        Seus objetivos permanentes são: despertar o espírito comunitário e cristão no povo de deus, comprometendo, em particular, os cristãos na busca do bem comum; educar para a vida em fraternidade, a partir da justiça e do amor: exigência central do evangelho. Renovar a consciência da responsabilidade de todos na promoção humana, em vista de uma sociedade justa e solidária.
        Os temas escolhidos são sempre aspectos da realidade sócio-econômico-política do país, marcada pela injustiça, pela exclusão, por índices sempre mais altos de miséria. Os problemas que a campanha visa ajudar a resolver, se encontram com a fraternidade ferida, e a fé, tem o compromisso de restabelecê-la. A partir do início dos encontros nacionais sobre a CF, em 1971, a escolha de seus temas vem tendo sempre mais ampla participação dos 16 regionais da CNBB que recolhem sugestões das dioceses e estas das paróquias e comunidades.

 Como começou a campanha da fraternidade?
        Em 1961, três padres responsáveis pela Cáritas brasileira idealizaram uma campanha para arrecadar fundos para as atividades assistenciais e promocionais da instituição e torná-la autônoma financeiramente. A atividade foi chamada campanha da fraternidade e realizada pela primeira vez na quaresma de 1962, em natal-rn, com adesão de outras três dioceses e apoio financeiro dos bispos norte-americanos. No ano seguinte, 16 dioceses do nordeste realizaram a campanha. Não teve êxito financeiro, mas foi o embrião de um projeto anual dos organismos nacionais da CNBB e das igrejas particulares no Brasil, realizado à luz e na perspectiva das diretrizes gerais da ação pastoral (evangelizadora) da igreja em nosso país.

 Qual é a relação entre campanha da fraternidade e a quaresma?
        A campanha da fraternidade é um instrumento para desenvolver o espírito quaresmal de conversão e renovação interior a partir da realização da ação comunitária, que para os católicos, é a verdadeira penitência que deus quer em preparação da páscoa. Ela ajuda na tarefa de colocar em prática a caridade e ajuda ao próximo. É um modo criativo de concretizar o exercício pastoral de conjunto, visando a transformação das injustiças sociais.
        Desta forma, a campanha da fraternidade é maneira que a Igreja no Brasil celebra a quaresma em preparação à páscoa. Ela dá ao tempo quaresmal uma dimensão histórica, humana, encarnada e principalmente comprometida com as questões específicas de nosso povo, como atividade essencial ligada à páscoa do senhor.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

A catequese nos dias de hoje

Está havendo grande esforço de uma catequese voltada para as exigências da cultura moderna. O grande objetivo é formar discípulos missionários dentro do processo de iniciação à vida cristã, de inspiração catecumenal e centrado na prática concreta das primeiras comunidades cristã.

A Igreja procura, mesmo que de forma lenta e prudente, acompanhar os passos e as mudanças da história. Não estamos mais no tempo da cristandade e nem de uma catequese focada na preocupação doutrinal e no estilo de perguntas e respostas.
           
O principal objetivo da catequese é formar e conscientizar o catequizando, de todas as idades, para o sentido da vida da graça. É a experiência de um encontro profundo com Jesus Cristo, com uma Pessoa concreta, que atinge a vida das pessoas na comunidade cristã.
           
Os batizados nem sempre são evangelizados. Por isto, a Igreja está preocupada com uma catequese de adultos. Muitos não são ainda, mesmo que batizados, introduzidos na vida cristã e são cristãos só de nome e sem compromisso de fé.

A catequese, nas dimensões de hoje, precisa ser mais envolvente, que chegue à família e toda a comunidade. Isto significa que não conseguimos atingir os verdadeiros objetivos catequéticos se a família e a comunidade não forem também catequizadoras.

Necessitamos de uma catequese mais profética e assentada numa espiritualidade madura e libertadora. Que anuncie a Pessoa de Jesus Cristo com base na Palavra de Deus e no testemunho verdadeiro de prática cristã na sociedade e na Igreja.

No processo metodológico, como anuncia o Documento de Aparecida, é preciso "abandonar as ultrapassadas estruturas que já não favorecem a transmissão da fé". Na verdade, é urgente buscar uma "conversão pastoral e renovação missionária..." (n. 375).

Urge a Igreja fazer uma profunda revisão de sua ação catequética. Há ainda muita estrutura arcaica, sem frutos e conservadorista, necessitando de passar por um processo de conversão. Temos que nos libertar do clima e das influências da cristandade.
           
Pensar numa Igreja e numa catequese voltadas para a sociedade, para as necessidades das realidades práticas e temporais das pessoas. Catequese que saia da sacristia, que enfrente os desafios de uma cultura capitalista, consumista e totalmente secularizada.

Sejamos agentes desta nova catequese, conscientes de nossa missão cristã, principalmente vocacionados para o trabalho catequético em nossas comunidades concretas. Temos que absorver a "mudança de época" com o coração comprometido.

Dom Paulo Mendes Peixoto
Bispo de São José do Rio Preto (SP)
e membro da Comissão Episcopal para a Animação Bíblico-Catequética.