- QUARESMA
No tempo da Quaresma não se ornamenta o altar com flores.
A cor litúrgica é a roxa. Pode ser usada a cor rósea no Domingo Laetare – Quarto Domingo da Quaresma, “próximo ao grande dia”.
Quarta Feira de CINZAS e Sexta Feira Santa são dias de JEJUM e ABSTINÊNCIA. (cf. as orientações no Diretório para a Liturgia). É preciso lembrar ao povo, o verdadeiro sentido desses exercícios quaresmais unidos à oração e ao silêncio. Assumidos e exercidos livremente, alavancam a preparação para a Páscoa. Retomar a importância do gesto da imposição das cinzas, preparadas com ramos de oliveira, outras plantas e palmas, bentos no Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor, como sinal do desejo sincero de conversão. As cinzas que sobraram podem fazer parte da procissão das ofertas e, no final da celebração, levadas para as pessoas que não puderam participar.
Articular a Quaresma e a Campanha de Fraternidade com o tema: Fraternidade e Saúde Pública, e o lema: “Que a saúde se difunda sobre a terra” (cf. Eclo 38,8).
Na Quaresma, omitem-se o canto do Glória e o Aleluia.
A organização do espaço celebrativo, assim como todas as celebrações devem apontar para o mistério da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus. É neste contexto que situamos a Quaresma. Sobriedade e despojamento são fundamentais. A Cruz, o Altar, o Ambão, a Cadeira Presidencial e a Pia Batismal devem ganhar destaque. O cartaz da CF, sinalizando o tema e o lema de 2012, deve estar em lugar visível. A cada Domingo, a Cruz poderá ser enriquecida com símbolos ou gestos ligados aos Textos Bíblicos ou à CF.
Pode-se conservar o costume de cobrir as cruzes e imagens da Igreja. As cruzes permanecerão veladas até o fim da celebração da Paixão do Senhor, na Sexta Feira Santa. As imagens, até o início da Vigília Pascal. (cf. Missal Romano: sábado da 4ª. Semana da Quaresma).
Moderar a altura dos instrumentos. Eles têm a finalidade de sustentar o canto. O uso da bateria tem feito muito barulho e prestado muitas vezes um desserviço à Liturgia. Não usá-la no tempo da Quaresma seria salutar. A liturgia, mormente a Eucaristia, não é show, espetáculo, mas a celebração do Mistério de Cristo no tempo.
Durante a Quaresma, valorizar o Ato Penitencial, usando a criatividade nos gestos (ajoelhar-se, inclinar-se, aspersão do povo…). Embora não tenha a força de sacramento, o mesmo propicia a experiência da misericórdia de Deus, apelo à conversão e disposição interior para a participação na celebração eucarística. A Quaresma é sempre caminho pascal.
Onde houver o costume de entronizar a Palavra de Deus, lembro que a mesma (no Lecionário) deve ser conduzida na procissão de entrada com a Cruz e as velas. Insisto: É fundamental a preparação dos leitores, para que a Palavra de Deus seja proclamada, acolhida com alegria e compreendida por todos os que estão na assembléia, não simplesmente lida, e às vezes, muito mal. “… os leitores sejam verdadeiramente idôneos e preparados com empenho. Tal preparação não deve ser apenas bíblica e litúrgica, mas também técnica. A formação litúrgica deve comunicar aos leitores uma certa facilidade em perceber o sentido e a estrutura da liturgia da Palavra e os motivos da relação entre liturgia da Palavra e a liturgia eucarística…” (VD, n.o 58). Um breve silêncio após as leituras e após a homilia permite que o diálogo amoroso entre Deus e o seu povo atinja mais profundamente cada pessoa presente à assembléia litúrgica.
O segredo da preparação da celebração e da homilia está no trabalho e no esforço da equipe litúrgica, num clima orante, na gratuidade, congregada pelo amor à liturgia e à comunidade desafiada a preparar celebrações vivas, participadas, criativas, piedosas, alegres e cheias de Deus. A homilia seja proferida pelo Padre ou Diácono, em se tratando da celebração da Eucaristia, articulando a proposta da Palavra de Deus de cada Domingo, com a CF.
A oração da CF pode ser feita no lugar das preces dos fiéis ou após a oração pós-comunhão.
Cantos, refrões, louvações, expressem o mistério celebrado no tempo litúrgico. Valorizar o Salmo Responsorial, parte constitutiva da liturgia da Palavra. O mesmo pode ser recitado ou cantado, do Ambão ou Mesa da Palavra. Atenção: Consultar o Hinário-Litúrgico da CNBB, volume II, o CD próprio da Quaresma e o CD da CF 2012. Todo povo deve cantar a Liturgia, e não apenas um grupo de privilegiados.
Na Quaresma é oportuno usar as Orações Eucarísticas da Reconciliação, mais indicadas para esse tempo.
Toda a Comunidade Eclesial deve ser esclarecida e motivada, desde o começo da Quaresma, para o gesto concreto da CF. É a dimensão comunitária e social da Quaresma. Todos devem receber o envelope no final da Quaresma e devolvê-lo no Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor, dia 01 de abril, com a oferta, fruto da penitência quaresmal e não simplesmente uma esmola. Nenhuma Paróquia ou Comunidade pode omitir-se. Lembramos ainda a importância da coleta para os Lugares Santos, realizada na Sexta-Feira Santa.
O tempo da Quaresma é o tempo privilegiado para a preparação próxima para os Sacramentos da Iniciação Cristã: Batismo, Confirmação e Eucaristia. Que os membros da Comunidade que fizeram a preparação, segundo o Rito da Iniciação Cristã de Adultos – RICA, possam recebê-los na Vigília Pascal.
Disponibilizar horários para ouvir os fiéis em confissão. É meu desejo que haja mutirão para as confissões nas Paróquias das Foranias.
Incentivar a Quaresma e a CF em FAMÍLIA com o exercício quaresmal privilegiado para este tempo: a Via Sacra da Fraternidade.
A CF precisa acontecer fora dos ambientes eclesiais. É preciso empenho para que a mesma aconteça junto às Escolas, Ambientes de Trabalho, nos Meios de Comunicação Social, Centros de Poder e de Decisão, Grupos da Sociedade, espaços relacionados à Saúde pública e, onde for possível, junto a irmãos de outras Igrejas Cristãs.
O lançamento da CF pode ser feito na semana anterior à Quarta-Feira de Cinzas, com a presença da Comunidade, Autoridades, Membros de outras Igrejas Cristãs, MCS, etc. Nesta oportunidade, apresentar os objetivos da CF e todo material catequético-litúrgico.
- SEMANA SANTA E TRIDUO PASCAL.
“A Igreja celebra todos os anos os grandes mistérios da redenção humana, desde a missa vespertina da quinta-feira da ‘Ceia do Senhor’ até às vésperas do Domingo da ressurreição. Este espaço de tempo é justamente chamado ‘tríduo do crucificado, do sepultado e do ressuscitado e também tríduo pascal, porque com a sua celebração se torna presente e cumpre o mistério da Páscoa, isto é, a passagem do Senhor deste mundo ao Pai. Com a celebração deste mistério a Igreja, por meio dos sinais litúrgicos e sacramentais, associa-se em íntima comunhão com Cristo seu esposo” (Paschalis Sollemnitatis, no 38).
A Bênção e a Procissão dos Ramos são inseparáveis. Onde não houver procissão e Celebração Eucarística, não pode haver Benção dos Ramos (cf. Diretório Litúrgico – anotações para Domingo de Ramos na Paixão do Senhor).
Na MISSA do CRISMA, dia 04 de abril, quarta-feira, às 19h30, na Sé Catedral, os Párocos devem estar acompanhados com representantes leigos das respectivas Paróquias, lembrando o caráter REAL, PROFÉTICO e SACERDOTAL de todo o Povo de Deus. Na mesma celebração os Presbíteros renovam os seus compromissos sacerdotais e pastorais.
Na Quinta-Feira Santa, no final da celebração, não há procissão solene com o Santíssimo Sacramento na Custódia ou Ostensório. O Tabernáculo deve estar vazio no início da celebração e serem consagradas partículas para a própria celebração e para a comunhão na Sexta-Feira Santa. A reserva eucarística (que servirá para a comunhão dos fiéis na Solene Ação Litúrgica na celebração da Paixão do Senhor) deve ser transportada numa âmbula maior coberta pelo véu umeral usado pelo sacerdote na transladação, até o local (capela, salão…) devidamente ornado, para a reposição. Onde houver a URNA, usada antigamente, a reposição da âmbula com as espécies consagradas, seja efetuada na mesma. No lugar da urna, pode ser usado um sacrário maior. Onde não for possível nem urna e nem sacrário maior, a âmbula com a reserva eucarística permaneça coberta com um véu (conopéu) como é costume em nossas paróquias. Neste dia também não há exposição solene do SSmo. Sacramento.
A cor usada na Solene Ação Litúrgica na Sexta-Feira Santa, às 15h, é a vermelha, ressaltando a realeza e o martírio de Jesus.
Valorizar a procissão da Sexta-Feira, com a imagem do Senhor morto e da Virgem das Dores. A referida procissão está no coração do povo cristão católico e constitui-se numa oportunidade singular para evangelização sobre o significado do sofrimento, da morte e da vitória de Jesus. Com Ele caminhamos, com Ele morreremos e com Ele ressuscitaremos. Onde não for possível a procissão, organize-se uma Via Sacra ou uma celebração penitencial. Para a procissão, Via Sacra ou outra celebração, a cor é a roxa.
Preparar o espaço celebrativo para a Solene Vigília Pascal – “mãe de todas as vigílias”. O Círio Pascal ornamentado deve permanecer junto ao Ambão e ser aceso em todas as celebrações do Tempo Pascal, apagado solenemente na missa vespertina do Domingo de Pentecostes, levado para junto da Pia Batismal e ser aceso para as celebrações do Batismo e da Crisma.
No tempo da Quaresma e da Páscoa, para a Benção final, utilizar as orações sobre o povo e as Bênçãos próprias do tempo litúrgico (cf. Missal Romano p. 531 e pp. 521-523).
“A cruz de nosso Senhor Jesus Cristo deve ser a nossa glória: nele está nossa vida e ressurreição; foi ele que nos salvou e libertou” (cf. Gl 6,14).
Dom Sérgio Aparecido Colombo
Bispo Diocesano
“Como aquele que serve”
Fonte: Diocese de Bragança.org
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