sábado, 18 de fevereiro de 2012

O Tempo da Quaresma e a Campanha da Fraternidade



 O que quer dizer quaresma?
        A palavra quaresma vem do latim quadragésima e é utilizada para designar o período de quarenta dias que antecedem a festa ápice do cristianismo: a ressurreição de Jesus cristo, comemorada no famoso domingo de páscoa. Esta prática data desde o século iv.
        Na quaresma, que começa na quarta-feira de cinzas e termina na quinta-feira (até a missa da ceia do senhor, exclusive - diretório da liturgia - CNBB) da semana santa, os católicos realizam a preparação para a páscoa. O período é reservado para a reflexão, a conversão espiritual. Ou seja, o católico deve se aproximar de deus visando o crescimento espiritual. Os fiéis são convidados a fazerem uma comparação entre suas vidas e a mensagem cristã expressa nos evangelhos. Esta comparação significa um recomeço, um renascimento para as questões espirituais e de crescimento pessoal. O cristão deve intensificar a prática dos princípios essenciais de sua fé com o objetivo de ser uma pessoa melhor e proporcionar o bem para os demais.
        Essencialmente, o período é um retiro espiritual voltado à reflexão, onde os cristãos se recolhem em oração e penitência para preparar o espírito para a acolhida do cristo vivo, ressuscitado no domingo de páscoa. Assim, retomando questões espirituais, simbolicamente o cristão está renascendo, como cristo. Todas as religiões têm períodos voltados à reflexão, eles fazem parte da disciplina religiosa. Cada doutrina religiosa tem seu calendário específico para seguir. A cor litúrgica deste tempo é o roxo, que significa luto e penitência.
        Cerca de duzentos anos após o nascimento de cristo, os cristãos começaram a preparar a festa da páscoa com três dias de oração, meditação e jejum. Por volta do ano 350 d. C., a igreja aumentou o tempo de preparação para quarenta dias. Assim surgiu a quaresma.

 Qual o significado destes 40 dias?
        Na bíblia são relatadas as passagens dos quarenta dias do dilúvio, dos quarenta anos de peregrinação do povo judeu pelo deserto, dos quarenta dias de Moisés e de Elias na montanha, dos quarenta dias que Jesus passou no deserto antes de começar sua vida pública, dos 400 anos que durou a estada dos judeus no Egito, entre outras. Esses períodos vêm sempre antes de fatos importantes e se relacionam com a necessidade de ir criando um clima adequado e dirigindo o coração para algo que vai acontecer.

 O que os cristãos devem fazer no tempo de quaresma?
        A igreja católica propõe, por meio do evangelho proclamado na quarta-feira de cinzas, três grandes linhas de ação: a oração, a penitência e a caridade. Não somente durante a quaresma, mas em todos os dias de sua vida, o cristão deve buscar o reino de deus, ou seja, lutar para que exista justiça, a paz e o amor em toda a humanidade. Os cristãos devem então recolher-se para a reflexão para se aproximar de deus. Esta busca inclui a oração, a penitência e a caridade, esta última como uma conseqüência da penitência.

 Porque jejuar na quaresma?
       A igreja propõe o jejum principalmente como forma de sacrifício, mas também como uma maneira de educar-se, de ir percebendo que, o que o ser humano mais necessita é de deus. Desta forma se justifica as demais abstinências, elas têm a mesma função.
        Oficialmente, o jejum deve ser feito pelos cristãos batizados, na quarta-feira de cinzas e na sexta-feira santa. Pela lei da igreja, o jejum é obrigatório nesses dois dias para pessoas entre 18 e 60 anos.
        O jejum, assim como todas as penitências, é visto pela igreja como uma forma de educação no sentido de se privar de algo e reverte-lo em serviços de amor, em práticas de caridade. Os sacrifícios, que podem ser escolhidos livremente, por exemplo: um jovem deixa de mascar chicletes por um mês, e o valor que gastaria nos doces é usado para o bem de alguém necessitado.

 O que é a campanha da fraternidade?
        O percurso da quaresma é acompanhado pela realização da campanha da fraternidade – a maior campanha da solidariedade do mundo cristão. Cada ano é contemplado um tema urgente e necessário.
        A campanha da fraternidade é uma atividade ampla de evangelização que ajuda os cristãos e as pessoas de boa vontade a concretizarem, na prática, a transformação da sociedade a partir de um problema específico, que exige a participação de todos na sua solução. Ela tornou-se tão especial por provocar a renovação da vida da igreja e ao mesmo tempo resolver problemas reais.
        Seus objetivos permanentes são: despertar o espírito comunitário e cristão no povo de deus, comprometendo, em particular, os cristãos na busca do bem comum; educar para a vida em fraternidade, a partir da justiça e do amor: exigência central do evangelho. Renovar a consciência da responsabilidade de todos na promoção humana, em vista de uma sociedade justa e solidária.
        Os temas escolhidos são sempre aspectos da realidade sócio-econômico-política do país, marcada pela injustiça, pela exclusão, por índices sempre mais altos de miséria. Os problemas que a campanha visa ajudar a resolver, se encontram com a fraternidade ferida, e a fé, tem o compromisso de restabelecê-la. A partir do início dos encontros nacionais sobre a CF, em 1971, a escolha de seus temas vem tendo sempre mais ampla participação dos 16 regionais da CNBB que recolhem sugestões das dioceses e estas das paróquias e comunidades.

 Como começou a campanha da fraternidade?
        Em 1961, três padres responsáveis pela Cáritas brasileira idealizaram uma campanha para arrecadar fundos para as atividades assistenciais e promocionais da instituição e torná-la autônoma financeiramente. A atividade foi chamada campanha da fraternidade e realizada pela primeira vez na quaresma de 1962, em natal-rn, com adesão de outras três dioceses e apoio financeiro dos bispos norte-americanos. No ano seguinte, 16 dioceses do nordeste realizaram a campanha. Não teve êxito financeiro, mas foi o embrião de um projeto anual dos organismos nacionais da CNBB e das igrejas particulares no Brasil, realizado à luz e na perspectiva das diretrizes gerais da ação pastoral (evangelizadora) da igreja em nosso país.

 Qual é a relação entre campanha da fraternidade e a quaresma?
        A campanha da fraternidade é um instrumento para desenvolver o espírito quaresmal de conversão e renovação interior a partir da realização da ação comunitária, que para os católicos, é a verdadeira penitência que deus quer em preparação da páscoa. Ela ajuda na tarefa de colocar em prática a caridade e ajuda ao próximo. É um modo criativo de concretizar o exercício pastoral de conjunto, visando a transformação das injustiças sociais.
        Desta forma, a campanha da fraternidade é maneira que a Igreja no Brasil celebra a quaresma em preparação à páscoa. Ela dá ao tempo quaresmal uma dimensão histórica, humana, encarnada e principalmente comprometida com as questões específicas de nosso povo, como atividade essencial ligada à páscoa do senhor.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

A catequese nos dias de hoje

Está havendo grande esforço de uma catequese voltada para as exigências da cultura moderna. O grande objetivo é formar discípulos missionários dentro do processo de iniciação à vida cristã, de inspiração catecumenal e centrado na prática concreta das primeiras comunidades cristã.

A Igreja procura, mesmo que de forma lenta e prudente, acompanhar os passos e as mudanças da história. Não estamos mais no tempo da cristandade e nem de uma catequese focada na preocupação doutrinal e no estilo de perguntas e respostas.
           
O principal objetivo da catequese é formar e conscientizar o catequizando, de todas as idades, para o sentido da vida da graça. É a experiência de um encontro profundo com Jesus Cristo, com uma Pessoa concreta, que atinge a vida das pessoas na comunidade cristã.
           
Os batizados nem sempre são evangelizados. Por isto, a Igreja está preocupada com uma catequese de adultos. Muitos não são ainda, mesmo que batizados, introduzidos na vida cristã e são cristãos só de nome e sem compromisso de fé.

A catequese, nas dimensões de hoje, precisa ser mais envolvente, que chegue à família e toda a comunidade. Isto significa que não conseguimos atingir os verdadeiros objetivos catequéticos se a família e a comunidade não forem também catequizadoras.

Necessitamos de uma catequese mais profética e assentada numa espiritualidade madura e libertadora. Que anuncie a Pessoa de Jesus Cristo com base na Palavra de Deus e no testemunho verdadeiro de prática cristã na sociedade e na Igreja.

No processo metodológico, como anuncia o Documento de Aparecida, é preciso "abandonar as ultrapassadas estruturas que já não favorecem a transmissão da fé". Na verdade, é urgente buscar uma "conversão pastoral e renovação missionária..." (n. 375).

Urge a Igreja fazer uma profunda revisão de sua ação catequética. Há ainda muita estrutura arcaica, sem frutos e conservadorista, necessitando de passar por um processo de conversão. Temos que nos libertar do clima e das influências da cristandade.
           
Pensar numa Igreja e numa catequese voltadas para a sociedade, para as necessidades das realidades práticas e temporais das pessoas. Catequese que saia da sacristia, que enfrente os desafios de uma cultura capitalista, consumista e totalmente secularizada.

Sejamos agentes desta nova catequese, conscientes de nossa missão cristã, principalmente vocacionados para o trabalho catequético em nossas comunidades concretas. Temos que absorver a "mudança de época" com o coração comprometido.

Dom Paulo Mendes Peixoto
Bispo de São José do Rio Preto (SP)
e membro da Comissão Episcopal para a Animação Bíblico-Catequética.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Mensagem do Papa para o Dia Mundial de Oração pelas Vocações 2012



«As vocações, dom do amor de Deus»
Mensagem do Papa Bento XVI para a 49º Dia Mundial de Oração pelas Vocações


Amados irmãos e irmãs!

O XLIX Dia Mundial de Oração pelas Vocaçõesque será celebrado no IV domingo de Páscoa – 29 de Abril de 2012 –, convida-nos a refletir sobre o tema «As vocações, dom do amor de Deus».
A fonte de todo o dom perfeito é Deus, e Deus é Amor – Deus caritas est –; «quem permanece no amor permanece em Deus, e Deus nele» (1 Jo 4, 16). A Sagrada Escritura narra a história deste vínculo primordial de Deus com a humanidade, que antecede a própria criação. Ao escrever aos cristãos da cidade de Éfeso, São Paulo eleva um hino de gratidão e louvor ao Pai pela infinita benevolência com que predispõe, ao longo dos séculos, o cumprimento do seu desígnio universal de salvação, que é um desígnio de amor. No Filho Jesus, Ele «escolheu-nos – afirma o Apóstolo – antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis em caridade na sua presença» (Ef 1, 4). Fomos amados por Deus, ainda «antes» de começarmos a existir! Movido exclusivamente pelo seu amor incondicional, «criou-nos do nada» (cf. 2 Mac 7, 28) para nos conduzir à plena comunhão consigo.
À vista da obra realizada por Deus na sua providência, o salmista exclama maravilhado: «Quando contemplo os céus, obra das vossas mãos, a Lua e as estrelas que Vós criastes, que é o homem para Vos lembrardes dele, o filho do homem para com ele Vos preocupardes?» (Sal 8, 4-5). Assim, a verdade profunda da nossa existência está contida neste mistério admirável: cada criatura, e particularmente cada pessoa humana, é fruto de um pensamento e de um ato de amor de Deus, amor imenso, fiel e eterno (cf. Jer 31, 3). É a descoberta deste fato que muda, verdadeira e profundamente, a nossa vida. 

Numa conhecida página das Confissões, Santo Agostinho exprime, com grande intensidade, a sua descoberta de Deus, beleza suprema e supremo amor, um Deus que sempre estivera com ele e ao qual, finalmente, abria a mente e o coração para ser transformado: «Tarde Vos amei, ó beleza tão antiga e tão nova, tarde Vos amei! Vós estáveis dentro de mim, mas eu estava fora, e fora de mim Vos procurava; com o meu espírito deformado, precipitava-me sobre as coisas formosas que criastes. Estáveis comigo e eu não estava convosco. Retinha-me longe de Vós aquilo que não existiria, se não existisse em Vós. Chamastes-me, clamastes e rompestes a minha surdez. Brilhastes, resplandecestes e dissipastes a minha cegueira. Exalastes sobre mim o vosso perfume: aspirei-o profundamente, e agora suspiro por Vós. Saboreei-Vos e agora tenho fome e sede de Vós. Tocastes-me e agora desejo ardentemente a vossa paz» (Confissões, X, 27-38). O santo de Hipona procura, através destas imagens, descrever o mistério inefável do encontro com Deus, com o seu amor que transforma a existência inteira.
Trata-se de um amor sem reservas que nos precede, sustenta e chama ao longo do caminho da vida e que tem a sua raiz na gratuidade absoluta de Deus. O meu antecessor, o Beato João Paulo II, afirmava – referindo-se ao ministério sacerdotal – que cada «gesto ministerial, enquanto leva a amar e a servir a Igreja, impele a amadurecer cada vez mais no amor e no serviço a Jesus Cristo Cabeça, Pastor e Esposo da Igreja, um amor que se configura sempre como resposta ao amor prévio, livre e gratuito de Deus em Cristo» (Exort. ap. Pastores dabo vobis, 25). De fato, cada vocação específica nasce da iniciativa de Deus, é dom do amor de Deus! É Ele que realiza o «primeiro passo», e não o faz por uma particular bondade que teria vislumbrado em nós, mas em virtude da presença do seu próprio amor «derramado nos nossos corações pelo Espírito Santo» (Rm 5, 5).
Em todo o tempo, na origem do chamamento divino está a iniciativa do amor infinito de Deus, que se manifesta plenamente em Jesus Cristo. «Com efeito – como escrevi na minha primeira Encíclica, Deus caritas est – existe uma múltipla visibilidade de Deus. Na história de amor que a Bíblia nos narra, Ele vem ao nosso encontro, procura conquistar-nos – até à Última Ceia, até ao Coração trespassado na cruz, até às aparições do Ressuscitado e às grandes obras pelas quais Ele, através da ação dos Apóstolos, guiou o caminho da Igreja nascente. Também na sucessiva história da Igreja, o Senhor não esteve ausente: incessantemente vem ao nosso encontro, através de pessoas nas quais Ele Se revela; através da sua Palavra, nos Sacramentos, especialmente na Eucaristia» (n.º 17).
O amor de Deus permanece para sempre; é fiel a si mesmo, à «promessa que jurou manter por mil gerações» (Sal 105, 8). Por isso é preciso anunciar de novo, especialmente às novas gerações, a beleza persuasiva deste amor divino, que precede e acompanha: este amor é a mola secreta, a causa que não falha, mesmo nas circunstâncias mais difíceis.
Amados irmãos e irmãs, é a este amor que devemos abrir a nossa vida; cada dia, Jesus Cristo chama-nos à perfeição do amor do Pai (cf. Mt 5, 48). Na realidade, a medida alta da vida cristã consiste em amar «como» Deus; trata-se de um amor que, no dom total de si, se manifesta fiel e fecundo. À prioresa do mosteiro de Segóvia, que fizera saber a São João da Cruz a pena que sentia pela dramática situação de suspensão em que ele então se encontrava, este santo responde convidando-a a agir como Deus: «A única coisa que deve pensar é que tudo é predisposto por Deus; e onde não há amor, semeie amor e recolherá amor» (Epistolário, 26).
Neste terreno de um coração em oblação, na abertura ao amor de Deus e como fruto deste amor, nascem e crescem todas as vocações. E é bebendo nesta fonte durante a oração, através duma familiaridade assídua com a Palavra e os Sacramentos, nomeadamente a Eucaristia, que é possível viver o amor ao próximo, em cujo rosto se aprende a vislumbrar o de Cristo Senhor (cf. Mt 25, 31-46). Para exprimir a ligação indivisível entre estes «dois amores» – o amor a Deus e o amor ao próximo – que brotam da mesma fonte divina e para ela se orientam, o Papa São Gregório Magno usa o exemplo da plantinha: «No terreno do nosso coração, [Deus] plantou primeiro a raiz do amor a Ele e depois, como ramagem, desenvolveu-se o amor fraterno» (Moralia in Job, VII, 24, 28: PL 75, 780D).
Estas duas expressões do único amor divino devem ser vividas, com particular vigor e pureza de coração, por aqueles que decidiram empreender um caminho de discernimento vocacional em ordem ao ministério sacerdotal e à vida consagrada; aquelas constituem o seu elemento qualificante. De fato, o amor a Deus, do qual os presbíteros e os religiosos se tornam imagens visíveis – embora sempre imperfeitas –, é a causa da resposta à vocação de especial consagração ao Senhor através da ordenação presbiteral ou da profissão dos conselhos evangélicos. O vigor da resposta de São Pedro ao divino Mestre – «Tu sabes que Te amo» (Jo 21, 15) – é o segredo duma existência doada e vivida em plenitude e, por isso, repleta de profunda alegria.
A outra expressão concreta do amor – o amor ao próximo, sobretudo às pessoas mais necessitadas e atribuladas – é o impulso decisivo que faz do sacerdote e da pessoa consagrada um gerador de comunhão entre as pessoas e um semeador de esperança. A relação dos consagrados, especialmente do sacerdote, com a comunidade cristã é vital e torna-se parte fundamental também do seu horizonte afetivo. A este propósito, o Santo Cura d’Ars gostava de repetir: «O padre não é padre para si mesmo; é-o para vós» [Le curé d’Ars. Sa pensée – Son cœur ( ed. Foi Vivante - 1966), p. 100].
Venerados Irmãos no episcopado, amados presbíteros, diáconos, consagrados e consagradas, catequistas, agentes pastorais e todos vós que estais empenhados no campo da educação das novas gerações, exorto-vos, com viva solicitude, a uma escuta atenta de quantos, no âmbito das comunidades paroquiais, associações e movimentos, sentem manifestar-se os sinais duma vocação para o sacerdócio ou para uma especial consagração.É importante que se criem, na Igreja, as condições favoráveis para poderem desabrochar muitos «sins», respostas generosas ao amoroso chamamento de Deus.
É tarefa da pastoral vocacional oferecer os pontos de orientação para um percurso frutuoso. Elemento central há de ser o amor à Palavra de Deus, cultivando uma familiaridade crescente com a Sagrada Escritura e uma oração pessoal e comunitária devota e constante, para ser capaz de escutar o chamamento divino no meio de tantas vozes que inundam a vida diária. Mas o «centro vital» de todo o caminho vocacional seja, sobretudo, a Eucaristia: é aqui no sacrifício de Cristo, expressão perfeita de amor, que o amor de Deus nos toca; e é aqui que aprendemos incessantemente a viver a «medida alta» do amor de Deus. Palavra, oração e Eucaristia constituem o tesouro precioso para se compreender a beleza duma vida totalmente gasta pelo Reino.
Desejo que as Igrejas locais, nas suas várias componentes, se tornem «lugar» de vigilante discernimento e de verificação vocacional profunda, oferecendo aos jovens e às jovens um acompanhamento espiritual sábio e vigoroso. Deste modo, a própria comunidade cristã torna-se manifestação do amor de Deus, que guarda em si mesma cada vocação. Tal dinâmica, que corresponde às exigências do mandamento novo de Jesus, pode encontrar uma expressiva e singular realização nas famílias cristãs, cujo amor é expressão do amor de Cristo, que Se entregou a Si mesmo pela sua Igreja (cf. Ef 5, 25).

Nas famílias, «comunidades de vida e de amor» 
(Gaudium et spes, 48), as novas gerações podem fazer uma experiência maravilhosa do amor de oblação. De fato, as famílias são não apenas o lugar privilegiado da formação humana e cristã, mas podem constituir também «o primeiro e o melhor seminário da vocação à vida consagrada pelo Reino de Deus» (Exort. ap. Familiaris consortio, 53), fazendo descobrir, mesmo no âmbito da família, a beleza e a importância do sacerdócio e da vida consagrada. Que os Pastores e todos os fiéis leigos colaborem entre si para que, na Igreja, se multipliquem estas «casas e escolas de comunhão» a exemplo da Sagrada Família de Nazaré, reflexo harmonioso na terra da vida da Santíssima Trindade.
Com estes votos, concedo de todo o coração a Bênção Apostólica a vós, veneráveis Irmãos no episcopado, aos sacerdotes, aos diáconos, aos religiosos, às religiosas e a todos os fiéis leigos, especialmente aos jovens e às jovens que, de coração dócil, se põem à escuta da voz de Deus, prontos a acolhê-la com uma adesão generosa e fiel.
Vaticano, 18 de Outubro de 2011.

sábado, 11 de fevereiro de 2012

Quem somos nós?



Nossa família é feita de todas as raças.
Nós somos jovens e velhos, ricos e pobres, homens e mulheres, pecadores e santos.
Nossa família se difundiu pelos séculos e pelo mundo. 
Com a graça de Deus, nós abrimos hospitais para cuidar dos doentes.
Fundamos orfanatos e ajudamos os pobres.
Nós somos a maior organização caritativa no planeta, trazendo alívio e conforto para aqueles que precisam.
Nós educamos mais crianças do que qualquer outra instituição educativa ou religiosa.
Nós desenvolvemos o método científico e as leis de evidência.
Nós fundamos o sistema universitário.
Nós defendemos a dignidade de toda vida humana e preservamos o casamento e a família.
Cidades receberam os nomes de nossos venerados santos, que percorreram o caminho da santidade antes de nós.
Guiados pelo Espírito Santo, nós compilamos a Bíblia.
Nós somos transformados pela Sagrada Escritura e pela Sagrada Tradição, que nos têm guiado firmemente por dois mil anos.
Nós somos a Igreja Católica.
Com mais de um bilhão na nossa família compartilhando dos sacramentos e da plenitude da fé cristã.
Por séculos nós temos rezado por você e por todo o mundo, a cada hora, a cada dia, sempre que celebramos a Missa.
O próprio Jesus lançou as fundações de nossa fé quando disse a Pedro, o primeiro papa:
"Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja".
Por mais de dois mil anos, nós tivemos uma linha ininterrupta de pastores guiando a Igreja Católica com amor e verdade, num mundo confuso e doloroso para se viver.
E nesse mundo cheio de caos, dificuldades e dor, é reconfortante saber que algumas coisas permanecem coerentes, verdadeiras e fortes: nossa fé católica e o eterno amor que Deus tem por toda a criação.
Se você esteve fora da Igreja Católica, nós convidamos você a um novo olhar.
Nossa família é unida em Jesus Cristo, nosso Senhor e Salvador.


Orientações litúrgico-pastorais de Dom Sérgio Aparecido Colombo para o Ciclo Pascal.


- QUARESMA
No tempo da Quaresma não se ornamenta o altar com flores.
A cor litúrgica é a roxa. Pode ser usada a cor rósea no Domingo Laetare – Quarto Domingo da Quaresma, “próximo ao grande dia”.
Quarta Feira de CINZAS e Sexta Feira Santa são dias de JEJUM e ABSTINÊNCIA. (cf. as orientações no Diretório para a Liturgia). É preciso lembrar ao povo, o verdadeiro sentido desses exercícios quaresmais unidos à oração e ao silêncio. Assumidos e exercidos livremente, alavancam a preparação para a Páscoa. Retomar a importância do gesto da imposição das cinzas, preparadas com ramos de oliveira, outras plantas e palmas, bentos no Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor, como sinal do desejo sincero de conversão. As cinzas que sobraram podem fazer parte da procissão das ofertas e, no final da celebração, levadas para as pessoas que não puderam participar.
Articular a Quaresma e a Campanha de Fraternidade com o tema: Fraternidade e Saúde Pública, e o lema: “Que a saúde se difunda sobre a terra” (cf. Eclo 38,8). 
Na Quaresma, omitem-se o canto do Glória e o Aleluia.
A organização do espaço celebrativo, assim como todas as celebrações devem apontar para o mistério da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus. É neste contexto que situamos a Quaresma. Sobriedade e despojamento são fundamentais. A Cruz, o Altar, o Ambão, a Cadeira Presidencial e a Pia Batismal devem ganhar destaque. O cartaz da CF, sinalizando o tema e o lema de 2012, deve estar em lugar visível. A cada Domingo, a Cruz poderá ser enriquecida com símbolos ou gestos ligados aos Textos Bíblicos ou à CF.
Pode-se conservar o costume de cobrir as cruzes e imagens da Igreja. As cruzes permanecerão veladas até o fim da celebração da Paixão do Senhor, na Sexta Feira Santa. As imagens, até o início da Vigília Pascal. (cf. Missal Romano: sábado da 4ª. Semana da Quaresma).
Moderar a altura dos instrumentos. Eles têm a finalidade de sustentar o canto. O uso da bateria tem feito muito barulho e prestado muitas vezes um desserviço à Liturgia. Não usá-la no tempo da Quaresma seria salutar. A liturgia, mormente a Eucaristia, não é show, espetáculo, mas a celebração do Mistério de Cristo no tempo.
Durante a Quaresma, valorizar o Ato Penitencial, usando a criatividade nos gestos (ajoelhar-se, inclinar-se, aspersão do povo…). Embora não tenha a força de sacramento, o mesmo propicia a experiência da misericórdia de Deus, apelo à conversão e disposição interior para a participação na celebração eucarística. A Quaresma é sempre caminho pascal.
Onde houver o costume de entronizar a Palavra de Deus, lembro que a mesma (no Lecionário) deve ser conduzida na procissão de entrada com a Cruz e as velas. Insisto: É fundamental a preparação dos leitores, para que a Palavra de Deus seja proclamada, acolhida com alegria e compreendida por todos os que estão na assembléia, não simplesmente lida, e às vezes, muito mal. “… os leitores sejam verdadeiramente idôneos e preparados com empenho. Tal preparação não deve ser apenas bíblica e litúrgica, mas também técnica. A formação litúrgica deve comunicar aos leitores uma certa facilidade em perceber o sentido e a estrutura da liturgia da Palavra e os motivos da relação entre liturgia da Palavra e a liturgia eucarística…” (VD, n.o 58). Um breve silêncio após as leituras e após a homilia permite que o diálogo amoroso entre Deus e o seu povo atinja mais profundamente cada pessoa presente à assembléia litúrgica.
O segredo da preparação da celebração e da homilia está no trabalho e no esforço da equipe litúrgica, num clima orante, na gratuidade, congregada pelo amor à liturgia e à comunidade desafiada a preparar celebrações vivas, participadas, criativas, piedosas, alegres e cheias de Deus. A homilia seja proferida pelo Padre ou Diácono, em se tratando da celebração da Eucaristia, articulando a proposta da Palavra de Deus de cada Domingo, com a CF.
A oração da CF pode ser feita no lugar das preces dos fiéis ou após a oração pós-comunhão.
Cantos, refrões, louvações, expressem o mistério celebrado no tempo litúrgico. Valorizar o Salmo Responsorial, parte constitutiva da liturgia da Palavra. O mesmo pode ser recitado ou cantado, do Ambão ou Mesa da Palavra. Atenção: Consultar o Hinário-Litúrgico da CNBB, volume II, o CD próprio da Quaresma e o CD da CF 2012. Todo povo deve cantar a Liturgia, e não apenas um grupo de privilegiados.
 Na Quaresma é oportuno usar as Orações Eucarísticas da Reconciliação, mais indicadas para esse tempo.
Toda a Comunidade Eclesial deve ser esclarecida e motivada, desde o começo da Quaresma, para o gesto concreto da CF. É a dimensão comunitária e social da Quaresma. Todos devem receber o envelope no final da Quaresma e devolvê-lo no Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor, dia 01 de abril, com a oferta, fruto da penitência quaresmal e não simplesmente uma esmola. Nenhuma Paróquia ou Comunidade pode omitir-se. Lembramos ainda a importância da coleta para os Lugares Santos, realizada na Sexta-Feira Santa.
O tempo da Quaresma é o tempo privilegiado para a preparação próxima para os Sacramentos da Iniciação Cristã: Batismo, Confirmação e Eucaristia. Que os membros da Comunidade que fizeram a preparação, segundo o Rito da Iniciação Cristã de Adultos – RICA, possam recebê-los na Vigília Pascal.
Disponibilizar horários para ouvir os fiéis em confissão. É meu desejo que haja mutirão para as confissões nas Paróquias das Foranias.
Incentivar a Quaresma e a CF em FAMÍLIA com o exercício quaresmal privilegiado para este tempo: a Via Sacra da Fraternidade.
A CF precisa acontecer fora dos ambientes eclesiais. É preciso empenho para que a mesma aconteça junto às Escolas, Ambientes de Trabalho, nos Meios de Comunicação Social, Centros de Poder e de Decisão, Grupos da Sociedade, espaços relacionados à Saúde pública e, onde for possível, junto a irmãos de outras Igrejas Cristãs.
O lançamento da CF pode ser feito na semana anterior à Quarta-Feira de Cinzas, com a presença da Comunidade, Autoridades, Membros de outras Igrejas Cristãs, MCS, etc. Nesta oportunidade, apresentar os objetivos da CF e todo material catequético-litúrgico.     

- SEMANA SANTA E TRIDUO PASCAL.
“A Igreja celebra todos os anos os grandes mistérios da redenção humana, desde a missa vespertina da quinta-feira da ‘Ceia do Senhor’ até às vésperas do Domingo da ressurreição. Este espaço de tempo é justamente chamado ‘tríduo do crucificado, do sepultado e do ressuscitado e também tríduo pascal, porque com a sua celebração se torna presente e cumpre o mistério da Páscoa, isto é, a passagem do Senhor deste mundo ao Pai. Com a celebração deste mistério a Igreja, por meio dos sinais litúrgicos e sacramentais, associa-se em íntima comunhão com Cristo seu esposo” (Paschalis Sollemnitatis, no 38).
A Bênção e a Procissão dos Ramos são inseparáveis. Onde não houver procissão e Celebração Eucarística, não pode haver Benção dos Ramos (cf. Diretório Litúrgico – anotações para Domingo de Ramos na Paixão do Senhor).
Na MISSA do CRISMA, dia 04 de abril, quarta-feira, às 19h30, na Sé Catedral, os Párocos devem estar acompanhados com representantes leigos das respectivas Paróquias, lembrando o caráter REAL, PROFÉTICO e SACERDOTAL de todo o Povo de Deus. Na mesma celebração os Presbíteros renovam os seus compromissos sacerdotais e pastorais.
Na Quinta-Feira Santa, no final da celebração, não há procissão solene com o Santíssimo Sacramento na Custódia ou Ostensório. O Tabernáculo deve estar vazio no início da celebração e serem consagradas partículas para a própria celebração e para a comunhão na Sexta-Feira Santa. A reserva eucarística (que servirá para a comunhão dos fiéis na Solene Ação Litúrgica na celebração da Paixão do Senhor) deve ser transportada numa âmbula maior coberta pelo véu umeral usado pelo sacerdote na transladação, até o local (capela, salão…) devidamente ornado, para a reposição. Onde houver a URNA, usada antigamente, a reposição da âmbula com as espécies consagradas, seja efetuada na mesma. No lugar da urna, pode ser usado um sacrário maior. Onde não for possível nem urna e nem sacrário maior, a âmbula com a reserva eucarística permaneça coberta com um véu (conopéu) como é costume em nossas paróquias. Neste dia também não há exposição solene do SSmo. Sacramento.
A cor usada na Solene Ação Litúrgica na Sexta-Feira Santa, às 15h, é a vermelha, ressaltando a realeza e o martírio de Jesus.
Valorizar a procissão da Sexta-Feira, com a imagem do Senhor morto e da Virgem das Dores. A referida procissão está no coração do povo cristão católico e constitui-se numa oportunidade singular para evangelização sobre o significado do sofrimento, da morte e da vitória de Jesus. Com Ele caminhamos, com Ele morreremos e com Ele ressuscitaremos. Onde não for possível a procissão, organize-se uma Via Sacra ou uma celebração penitencial. Para a procissão, Via Sacra ou outra celebração, a cor é a roxa.
Preparar o espaço celebrativo para a Solene Vigília Pascal – “mãe de todas as vigílias”. O Círio Pascal ornamentado deve permanecer junto ao Ambão e ser aceso em todas as celebrações do Tempo Pascal, apagado solenemente na missa vespertina do Domingo de Pentecostes, levado para junto da Pia Batismal e ser aceso para as celebrações do Batismo e da Crisma.
No tempo da Quaresma e da Páscoa, para a Benção final, utilizar as orações sobre o povo e as Bênçãos  próprias do tempo litúrgico (cf. Missal Romano p. 531 e pp. 521-523).

“A cruz de nosso Senhor Jesus Cristo deve ser a nossa glória: nele está nossa vida e ressurreição; foi ele que nos salvou e libertou” (cf. Gl 6,14).

Dom Sérgio Aparecido Colombo
Bispo Diocesano
“Como aquele que serve”

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Sugestões litúrgicas para a Quaresma 2012


TEMPO DA QUARESMA – ANO B – 2012
Quarta-feira de Cinzas (22 Fevereiro 2012) – Jejum e Abstinência
1ª Leitura: Joel 2, 12-18: Rasgai o vosso coração e não as vossas vestes.
Salmo 50: Piedade, ó Senhor, tende piedade, pois pecamos contra vós.
2ª Leitura: II Coríntios 5, 20-6,2: Reconciliai-vos com Deus. Eis o tempo favorável.
Evangelho: Mateus 6, 1-6.16-18: Teu Pai, que vê o que está oculto, te dará a recompensa.

- Frases Temáticas
O Jejum que salva.
Ó Deus, criai em mim um coração puro!
Deus vê o nosso interior.

- Espaço Celebrativo
A cor litúrgica para o dia de hoje é o Roxo.
O espaço da celebração permanece despojado, sem flores e sem ornamentos.
Valorizar os momentos de silencio e interioridade após cada leitura, depois da homilia e após a comunhão.
As músicas são próprias para esse Tempo do Advento.

- Procissão de entrada
Um jovem entra com o Cartaz da Campanha da Fraternidade e/ou outros elementos relacionados à Campanha. Depois fixar o cartaz num local bem visível. Não é aconselhável fixar o cartaz no altar ou na estante da Palavra.
Colocar a cruz em lugar de destaque, onde ela possa permanecer bem visível durante a Quaresma.

- Ato Penitencial
Substituído pelo Rito de Imposição das Cinzas.

Não se canta o Hino de Louvor.
- Liturgia da Palavra
Não se canta Aleluia.
As leituras trazem um tom bastante exortativo. Seria muito proveitoso que os leitores se imbuíssem deste espírito para expressarem isso de forma bastante eloqüente e clara para a assembléia.

- Rito de Imposição das Cinzas
Após a homilia, o ministro reza a oração própria. Asperge as cinzas com água benta. A seguir os fiéis se aproximam para receber as cinzas. O ministro impõe as cinzas sobre a cabeça do fiel e diz a cada um: “Convertei-vos e crede no Evangelho”. Durante esse Rito o coro entoa cantos penitenciais. As cinzas que sobrarem sejam guardadas para depois serem levadas aos doentes e pessoas que não puderam participar da celebração. As cinzas também podem ser distribuídas ao final da celebração. A benção e imposição das cinzas podem ser realizadas também numa Celebração da Palavra ou mesmo no próximo fim de semana.

- Ofertório
Levar, junto com o pão e o vinho, três cartazes com os dizeres: “Oração”, “Jejum”, “Caridade”.

- Ritos finais
Rezar com o povo a Oração da Campanha da Fraternidade.


I Domingo da Quaresma (25-26 Fevereiro 2012)
1ª Leitura: Genesis 9, 8-15: Aliança de Deus com Noé.
Salmo 24: Verdade e amor são os caminhos do Senhor.
2ª Leitura: I Pedro 3, 18-22: O Batismo salva.
Evangelho: Marcos 1, 12-15: Jesus tentado no deserto.

- Frases Temáticas
Convertei-vos e crede no Evangelho.
Uma autentica conversão.
Renascidos das águas da Aliança.
O Reino está próximo: Convertei-vos.

- Espaço Celebrativo
A cor litúrgica para o dia de hoje é o Roxo.
O espaço da celebração permanece despojado, sem flores e sem ornamentos. Devemos fazer uma verdadeira “faxina” de tudo o que é supérfluo, como cartazes, adornos, faixas, imagens. Em alguns lugares tem-se o costume de cobrir as imagens com panos roxos. Isso se faz necessário, pois devemos valorizar e destacar o essencial do mistério de Cristo, ou seja, o altar, a estante da Palavra, a cadeira presidencial, a pia batismal, etc.
Nesta celebração a cruz deve receber um maior destaque.

- Ritos Iniciais
Onde for possível a comunidade pode se reunir fora da igreja ao redor de uma grande cruz. Quem preside faz a saudação inicial e, como Ato Penitencial, convida a assembléia a entrar em procissão para a igreja, expressando, neste gesto simbólico, a caminhada quaresmal.

Outra sugestão: Colocar a cruz em lugar de destaque e realizar o Rito de Aspersão da comunidade no Ato Penitencial. O Abraço da Paz pode ser realizado logo em seguida.

- Liturgia da Palavra
É importante que a homilia faça a ligação dos textos bíblicos com a realidade da comunidade, levando em conta a proposta da Campanha da Fraternidade.

- Preces
Poderá ser feita em forma de ladainha, apresentando as tentações de hoje.
Concluir com a Oração da Campanha da Fraternidade.

- Comunhão
Viver com especial fervor e devoção o Rito da comunhão com um cântico que retome o conteúdo do Evangelho.

- Ritos finais
Relembrar a comunidade sobre a importância dos exercícios quaresmais de jejum, oração e caridade.
A Benção final seja a fórmula solene oferecida pelo missal.

  
II Domingo da Quaresma (03-04 Março 2012)
1ª Leitura: Genesis 22, 1-2.9a.10-13.15-18: Abraão e o sacrifício de Isaac.
Salmo 115: Andarei na presença de Deus, junto a Ele na terra dos vivos.
2ª Leitura: Romanos 8, 31-34: Deus não poupou seu próprio Filho.
Evangelho: Marcos 9, 2-10: Transfiguração de Jesus.

- Frases Temáticas
Um Pai que sacrifica o Filho.
Este é o meu Filho amado, escutai o que Ele diz.
Deus não quer a morte, mas a vida.
Fidelidade à Aliança.

- Espaço Celebrativo
A cor litúrgica para o dia de hoje é o Roxo.
O espaço da celebração deve permanecer despojado.

- Acolhida
Lembrando Abraão e Sara, nossos pais na fé, valorizar a participação das pessoas idosas na celebração.

- Procissão de entrada
Cruz processional e logo atrás o cartaz da Campanha da Fraternidade. Jarras com água para serem despejadas numa vasilha maior.

- Ato Penitencial
Abençoar a água trazida na procissão de entrada e realizar o Rito da aspersão. Convidar a assembléia a ficar de joelhos enquanto o ministro asperge.

- Liturgia da Palavra
Em lugar do comentário antes das leituras o coral pode cantar suavemente um mantra ou refrão meditativo que ajude a criar um ambiente de escuta e atenção a Palavra que vai ser proclamada.

A primeira leitura, assim como o Evangelho, pode ser dialogada.

- Profissão de Fé
Motivar a assembléia para que a Profissão de fé deixe de ser a repetição decorada de uma fórmula e se torne expressão comunitária do compromisso de fé, feito a partir da Palavra ouvida, entendida e aceita. Convidar a assembléia a estender a mão em direção a bíblia durante a oração.

- Liturgia Eucarística
O centro da celebração é a Ação de graças, expressa pela Oração Eucarística que deve receber, por isso, um maior destaque: valorize-se o canto, os gestos, a voz, etc. convidar a assembléia a voltar sua atenção para a mesa do altar, principalmente, no momento do Relato da Instituição.

Referência:
PEREIRA, José Carlos. Liturgia: sugestões para dinamizar as celebrações. Petrópolis: Vozes, 2009.



III Domingo da Quaresma (10-11 Março 2012)
1ª Leitura: Êxodo 20, 1-17: A lei dada a Moisés: Os Dez Mandamentos.
Salmo 18: Senhor, tens palavras de vida eterna.
2ª Leitura: I Coríntios 1, 22-25: Cristo crucificado: sabedoria de Deus, escândalo para os homens.
Evangelho: João 2, 13-25: Destruí esse templo e em três dias eu o levantarei.

- Frases Temáticas
A lei, sinal da Aliança.
Deus é fiel aos pactos, já o homem, nem sempre.
A lei do Senhor é perfeita.
A lei do Senhor é fonte de vida.
A loucura de Deus é mais sabia do que a dos homens.

- Espaço Celebrativo
A cor litúrgica para o dia de hoje é o Roxo.
Não se canta o Glória nem o Aleluia, e também não se usam flores para enfeitar o local da celebração.

- Procissão de entrada
Entrada solene da cruz que deve ser colocada em lugar de destaque, como nos domingos anteriores.

- Ato penitencial
Pode ser substituído pelo Rito da aspersão da comunidade, acompanhado de um canto apropriado.

- Liturgia da Palavra
Na primeira leitura cada mandamento pode ser repetido pela comunidade.
Fazer um breve momento de silencio após o salmo e as leituras para melhor interiorizá-los.
- Preces
Concluir as Preces com a Oração da Campanha da Fraternidade.

- Ritos finais
Cuidar para que os avisos finais sejam transmitidos com clareza e objetividade. Que eles sejam dados com ênfase e não apenas lidos.
Cuidar para que os Ritos finais levem a assembléia a ser enviada em missão, vivendo e testemunhando no dia-a-dia o que acaba de celebrar. Um bom comentário, ou mensagem final, pode ser preparado com essa finalidade.

- Observações finais
Adaptar essas dicas à realidade da comunidade.
Tomar o cuidado para não sobrecarregar a celebração de símbolos.
O símbolo deve falar por si mesmo, não fazer longas explicações sobre os símbolos.

Referência:
PEREIRA, José Carlos. Liturgia: sugestões para dinamizar as celebrações. Petrópolis: Vozes, 2009.


IV Domingo da Quaresma – da alegria (17-18 Março 2012)
1ª Leitura: II Crônicas 36, 14-16.19-23: A ira e a misericórdia de Deus: Exílio e Libertação.
Salmo 136: Que se prenda a minha língua ao céu da boca, se de ti, Jerusalém, eu me esquecer!
2ª Leitura: Efésios 2, 4-10: Uma vez mortos para o pecado, pela graça fomos salvos.
Evangelho: João 3, 14-21: Jesus e Nicodemos.

- Frases Temáticas
Deus é fiel à Aliança.
Deus é fiel, não abandona seu povo.
Deus enviou seu Filho para que o mundo seja salvo.
O prazer de Deus é salvar.

- Espaço Celebrativo
A cor litúrgica para o dia de hoje é o Rosa ou lilás.
Não se canta o Glória nem o Aleluia.
Hoje se usam flores de cor rosa para enfeitar o local da celebração.
Substituindo o roxo usa-se o rosa nas tolhas e vestes litúrgicas.

- Procissão de entrada
Entrada solene da cruz que deve ser colocada em lugar de destaque, como nos domingos anteriores.

- Ato penitencial
Pode ser substituído pelo Rito da aspersão da comunidade, acompanhado de um canto apropriado.

- Liturgia da Palavra
Na liturgia da Palavra, assumimos a atitude de escuta e nos colocamos atentamente com o “ouvido do coração” para ouvir e acolher a Palavra do Senhor. Um refrão meditativo pode substituir o comentário antes das leituras, pois ajuda a sensibilizar o coração.

- Profissão de Fé
Convidar a assembléia a estender a mão em direção a cruz durante a oração.

- Ofertório
Convidar, com antecedência, a assembléia a ofertar rosas nesta celebração. Ao final elas serão abençoadas e distribuídas entre os participantes, em sinal de paz e de alegria.

- Ritos finais
Abençoar e distribuir as rosas ofertadas no ofertório.
Convidar algumas pessoas para falar sobre o que já foi feito na comunidade sobre a Campanha da Fraternidade.
A equipe de liturgia pode propor um gesto concreto dessa Campanha.

- Lembrete: segunda-feira, 19 de março, dia de São José, esposo de Maria.



V Domingo da Quaresma (24-25 Março 2012)
1ª Leitura: Jeremias 31, 31-34: A aliança que concluirei com a casa de Israel.
Salmo 50: Criai em mim um coração que seja puro.
2ª Leitura: Hebreus 5, 7-9: O Filho aprendeu o que significa a obediência.
Evangelho: João 12, 20-33: Chegou a hora em que o Filho do Homem vai ser glorificado.

- Frases Temáticas
Se o grão de trigo cair na terra e morrer, produzirá muito fruto.
Queremos ver Jesus.
Quem me vê, vê o Pai.
A fidelidade do Filho.

- Espaço Celebrativo
A cor litúrgica para o dia de hoje é o Roxo.
Não se canta o Glória nem o Aleluia, e também não se usam flores para enfeitar o local da celebração.
Sugestão de ilustração: uma plantação de trigo carregada de espigas cheias de grãos.
Poderão também ser colocadas em lugar visível, como na entrada da igreja, fotos de mártires ou de pessoas que morreram dando a vida por uma causa.

- Procissão de entrada
Entrada solene da cruz, com um pano roxo sobre ela, que deve ser colocada em lugar de destaque, juntamente com o Cartaz da Campanha da Fraternidade.

- Liturgia da Palavra
Um refrão meditativo pode substituir o comentário antes das leituras, pois ajuda a sensibilizar o coração.
O Evangelho pode ser dialogado.

- Preces
Concluir as Preces com a Oração da Campanha da Fraternidade.

- Liturgia Eucarística
Oração Eucarística sobre a Reconciliação II.
Acentuar os momentos de silêncio, principalmente, após a comunhão.

- Comunhão
Com um cântico que retome o conteúdo do Evangelho.

- Ritos finais
Lembrar os fiéis sobre a Coleta da Campanha da Fraternidade para o próximo final de semana.
Lembrá-los de trazer ramos e informar o local e o horário para a benção dos ramos.
Referência:
PEREIRA, José Carlos. Liturgia: sugestões para dinamizar as celebrações. Petrópolis: Vozes, 2009.