quinta-feira, 28 de julho de 2011

Agosto, mês das vocações


Quando ouvimos a palavra vocação, logo a entendemos num sentido bastante vago e geral, como sendo uma inclinação, um talento, uma qualidade que determina uma pessoa para uma determinada profissão, por exemplo, vocação de pedreiro, de mãe, de médico. 

Vocação, em sentido mais preciso, é um chamamento, uma convocação endereçada à minha pessoa, a partir da pessoa de Jesus Cristo, convocando-me a uma ligação toda própria e única com Ele, a segui-lo, (cf. Mc 2,14).

Vocação, portanto, significa que anterior a nós há um chamado, uma escolha pessoal que vem de Jesus Cristo, a quem seguimos com total empenho.

Agosto é desde 1981 o mês vocacional. Neste mês somos chamados a refletir sobre esta questão vital para a nossa Igreja: o chamado e a resposta.

O mês vocacional quer nos chamar à reflexão para a importância da nossa vocação, descobrindo nosso papel e nosso compromisso com a Igreja e a sociedade. Reflexão que deve nos levar à ação, vivenciando no dia-a-dia o chamado que o Pai nos faz.

A cada domingo, dedicamos nossas orações e nossa atenção a uma das vocações:

No primeiro domingo é o dia das vocações sacerdotais. Atualmente também se comemora o dia das vocações diaconais, ou melhor dizendo: dia das vocações aos ministérios ordenados. Essa comemoração se deve ao fato de no dia 4 de agosto celebrarmos o dia de São João Maria Vianney, o cura d’Ars, patrono dos párocos, padres, sacerdotes, e, no dia 10 de agosto, o dia de S. Lourenço, diácono e mártir, patrono dos diáconos.

No segundo domingo de agosto, por imitação do segundo domingo de maio, temos o Dia dos Pais. Sabemos que no Brasil esse dia é comemorado porque antigamente no dia 16 de agosto comemorava-se o dia de São Joaquim, pai de N. Senhora, e por isso adotou-se esse dia e depois o domingo para essa comemoração. Passar a comemorar nesse dia a vocação matrimonial foi apenas um pequeno passo. Começar a fazer no Brasil a Semana Nacional da Família foi outro importante passo, embora a liturgia reserve um domingo após o Natal para o Dia da Sagrada Família, que é também uma comemoração para aprofundar a vida da família cristã.

No terceiro domingo do mês recordamos a vocação à vida consagrada: religiosos, religiosas, consagradas e consagrados nos vários institutos e comunidade de vida apostólica e hoje também nas novas comunidades. Essa recordação é feita porque no dia 15 celebramos o Dia da Assunção de Maria aos céus, solenidade que aqui no Brasil é transferida para o domingo seguinte. Maria, como mulher modelo de consagração a Deus dá o tom da comemoração do dia da vocação à vida consagrada.

O quarto domingo de agosto é o Dia do Catequista, daí a comemoração do dia da vocação do cristão leigo na Igreja, tanto na sua presença ao interno da Igreja como também em seu testemunho nos vários ambientes de trabalho e vida. O dia do cristão leigo voltará a ser comemorado no último domingo do ano litúrgico, domingo de Cristo Rei.

Aproveitemos bem este mês vocacional.
Rezemos e reflitamos bastante sobre o que Deus quer de nós e qual tem sido a qualidade de nossa resposta.
E de uma maneira especial, peçamos ao Senhor da messe e Pastor do rebanho que continue a inspirar muitos jovens a serem sensíveis ao Chamado e generosos na Resposta.
Vale a pena oferecer a própria vida por Cristo, a serviço de Seu Reino de Amor e de Paz!
Que a celebração do mês vocacional nos traga as bênçãos do Pai para vivermos a nossa vocação sacerdotal, familiar, religiosa ou leiga.


Primeiro Domingo de Agosto: Vocação Sacerdotal

Mais uma vez estamos vivendo o Mês Vocacional. Trata-se de um momento de grande graça para a Igreja do Brasil. Queremos nos unir numa única prece ao Senhor da Messe, para que envie muitas e santas vocações para nossas comunidades. “Andando pelas cidades e vilas, Jesus ficou tomado de compaixão, porque via a grande multidão cansada e abatida como ovelhas sem pastor. E disse: pedi ao Senhor da messe que envie muitos operários para a messe” (Mt 9,36-37).

Lembramos neste dia o Padre Diocesano, aquele que é o colaborador imediato do Bispo da Diocese. A origem desta data é a festa de São João Maria Vianney, padroeiro dos padres, celebrada no dia 04 de agosto.

Vejamos quem é o Padre:

É alguém escolhido por Deus, dentro de uma comunidade, no seio de  uma família, para ser o continuador da obra salvadora de Jesus. Ele assume a missão de construir a comunidade.

Por graça e vocação, o padre age em nome de Jesus: ele perdoa os pecados, ele reconcilia seus irmãos com Deus e entre si; ele trás a bênção de Deus para todos.

O padre é aquele que celebra a vida de Deus na vida da comunidade. Na Celebração Eucarística, ele trás Jesus para as comunidades. A Eucaristia é a razão primeira do sacerdócio. O padre alimenta seus fiéis por esse sacramento, pela sua pregação e pelo seu testemunho de vida.

Padre é o modelo por excelência de Jesus Cristo, o bom Pastor. Por esse motivo ele deve ser como o Cristo  Pastor. O Padre deve ser o pastor atencioso  de seu rebanho. Deve guiar por bons caminhos, orientando nas dificuldades e prevenindo quando necessário. Deve defender seus irmãos dos lobos modernos que devoram os menos esclarecidos e dos ladrões que atacam, que confundem e dispersam o único rebanho do Senhor.

Padre é o homem de Deus que deve estar no meio do povo:  nas Paróquias,  nas Pastorais, nos Seminários, nos Hospitais, nas Escolas e Faculdades, nos Meios de Comunicação Social, nas Comunidades Inseridas e entre os mais pobres e marginalizados... É um sinal de que o Reino de Deus existe entre nós.

Onde nascem as vocações?

Na família que reza unida;
Nos grupos de catequese, de adolescentes, de coroinhas ou acólitos;
Nos grupos de jovens, grupos missionários, grupos de vivência da fé;
Nas paróquias e comunidades eclesiais, onde o Padre deve ser o maior incentivador das vocações...

Eis a nossa mensagem para que tenhamos mais padres:

Vamos rezar sempre pelas vocações;
Façamos de tudo para incentivar os jovens e adolescentes para que sigam essa vocação;
Vamos falar bem  da vocação sacerdotal na família, na escola, na catequese, nos grupos de adolescentes, de jovens...
Vamos implantar  em nossa comunidade o trabalho vocacional, instituindo um casal ou uma equipe que se interesse pelas vocações, que promova, incentive e oriente os adolescentes e jovens a participarem dos encontros vocacionais;

Façamos de tudo para criar na comunidade um clima favorável ao o surgimento
das vocações. Este é um trabalho conjunto exercido pelo Pároco, pelos jovens, pelos catequistas, pelas famílias e demais movimentos.
Todos somos responsáveis para que tenhamos mais sacerdotes.

O Papa  João Paulo II, nos ensinou: “Descei no meio dos jovens e chamai, não tenhais medo de chamar”. Devemos chamar sempre. Que tal fazermos algo concreto pelas vocações em nossa comunidade? O que poderemos fazer?
Parabéns aos nossos padres!

Oração pelos sacerdotes
Senhor Jesus Cristo que, para testemunhar-nos o vosso amor infinito, instituístes o sacerdócio católico, a fim de permanecerdes entre nós, pelo ministério dos padres, enviai-nos santos sacerdotes.
Nós vos pedimos por aqueles que estão conosco, à frente da nossa comunidade, especialmente pro pároco da nossa paróquia.
Pedimos pelos padres missionários que andam pelo mundo, enfrentando cansaço, perigos e dificuldades, para anunciar a Palavra da Salvação.
Pedimos pelos que se dedicam ao serviço da caridade, cuidando das crianças, dos doentes, dos idosos e de todos os que sofrem e estão desamparados.
Pedimos por todos aqueles que estão a serviço do vosso Reino de justiça, de amor e de paz, seja ensinando, abençoando ou administrando os sacramentos da salvação.
Amparai e confortai, Senhor, aqueles que estão cansados e desanimados, que sofrem injustiças e perseguições pelo vosso nome ou que se sentem angustiados diante dos problemas.
Fazei que todos sintam a presença do vosso amor e a força da vossa Providência. Amém.


Segundo Domingo de Agosto: Vocação Familiar

No segundo final de semana de agosto lembramos o dia dos pais. “Sede fecundos, crescei e multiplicai-vos, enchei e dominai a terra” (Gn 1, 28). Ser Pai, ser Mãe, constituir família, assumir o sacramento do matrimônio como um grande dom.

Devemos dar uma atenção toda especial á família, pois é o lugar de nascimento de todas as vocações. “A Família é uma imagem de Deus que em seu mistério mais íntimo não é solidão, e sim família”. (João Paulo II).

Mais que célula-base da sociedade, a família é a maior expressão do carinho de Deus – Pai para com a humanidade. A família é o mais belo projeto de Deus-Pai Criador. Pai e Mãe são colaboradores de Deus na transmissão e no serviço à vida. Continua ação educativa, os filhos colherão a dimensão vocacional de toda a existência, dentro do plano de Deus.

Por sua natureza e vocação a família deve ser promotora do desenvolvimento e protagonista de uma autêntica política familiar. Ser santuário da vida, já que o direito à vida é a base de todos os direitos humanos. Ser Igreja doméstica que acolhe, vive, celebra e anuncia a palavra de Deus. Ser o santuário onde se edifica a santidade e a partir de onde a Igreja obtém as demais vocações e o mundo pode ser santificado.

A  Família é o lugar privilegiado para a realização pessoal do ser humano, sua missão, como a de Cristo é viver, crescer e aperfeiçoar-se. Exercitando, todo o dia, o que Ele nos ensinou “AMAR – DOAR – PARTILHAR – SERVIR”. É na família que é possível expressar as mais variadas formas de amar.

Amor conjugal: é na entrega mútua no relacionamento fecundo e construtivo que esposa e esposo desenvolvem sua potencialidade e se realizam plenamente como pessoa.

Amor paternal e maternal: agradecidos a Deus pela continuidade do seu amor que se encarna no dom dos filhos, os pais retribuem esta dádiva amando, protegendo e educando seus filhos para se integrarem na comunidade.

Amor filial: é como se fosse uma ação de graças, isto é, devolver aos pais a graça da vida que um dia lhe deram Os filhos desenvolvem um amor aos pais como gratidão por tudo que lhes concederam.

Amor fraternal: é o amor entre os irmãos e a experiência do amor ablativo e caritativo, sair do seu convívio familiar, perceber que há um círculo maior de pessoas e começar a compreender que somos todos irmãos. E ai que se desenvolve a sensibilidade aos problemas do mundo.

Parabéns neste dia a todos os pais que assumiram na vocação familiar esta importante missão de continuar com amor a obra criadora de Deus.

Oração pelas famílias
Senhor, abençoa nossas famílias! Abençoa essa fonte geradora de cidadãos conscientes e livres.
Abençoa os lares, para que em todos eles reinem a compreensão e a harmonia.
Abençoa os pais, para que sejam amor, força e sustento para todos.
Abençoa as mães, para que sejam luz, vida e ternura.
Abençoa os filhos, a fim de que possam crescer honestos e responsáveis.
Abençoa, Senhor, as famílias berço das vocações matrimoniais, sacerdotais e religiosas.
Abençoa, Senhor, as famílias que sabem partilhar seus bens: casa, alimento, educação e saúde.
Abençoa, Senhor nosso Pai, todos nós, para que sejamos irmãos, sem distinção de raça, cor, religião e costumes.
Enfim, que a Sagrada Família, Jesus, Maria e José, seja a nossa companheira de caminhada nesta terra, para que um dia nos encontremos, todos juntos, na casa que o Pai do céu nos preparou e, que lá, como aqui, “Todos sejam um”. Amém!


Terceiro Domingo de Agosto: Vocação Religiosa

Na festa litúrgica da Assunção de Maria, modelo daqueles que dizem sim, celebramos o dia do Religioso e da Religiosa. São homens e mulheres que foram chamados por Deus para seguir Jesus Cristo numa dedicação total.

Esta vocação é assumida na Igreja por pessoas que, imitando Jesus Cristo, se consagram a Deus através dos votos de pobreza, castidade e obediência. Estão ligados às muitas Congregações Religiosas, Ordens, Institutos e Sociedades de Vida-Apostólica. São Padres, Irmãos e Irmãs que testemunham com a própria vida o amor a Deus pela humanidade. São sinais visíveis de Jesus Cristo no meio do nosso povo.

O Senhor da messe continua fazendo sua proposta bonita  seus filhos e a suas filhas. É uma proposta de querer viver a aliança do Batismo na radicalidade. A aliança é amar a Deus. Como? Radicalmente. A vida religiosa é a radicalização, a intensificação mais séria, feita por alguns homens e mulheres carismáticos, da experiência religiosa que se encontra à disposição de todos as mulheres e de todos os homens.

Assim os religiosos possuem um carisma especial do Pai de sentirem mais de perto e profundamente as realidades divinas e necessidade de abertura religiosa aos outros. Fazem disso o núcleo central e orientador de suas vidas. Nisso vêem o sentido pleno da existência, das tarefas concretas que irão realizar no mundo humano.

Vivendo numa comunidade fraterna, para demonstrar a profunda dependência de Deus, não possuem nada em nome pessoal; vivem a castidade, entregando sua vida para construção do reino e estão plenamente disponíveis à ação divina e às necessidades da Igreja.

Vamos conhecer melhor a vida religiosa:

A vocação religiosa é um dom para a Igreja e um sinal para o mundo. É o compromisso com o povo e com o mundo. É um sinal profético no meio da sociedade;

Os religiosos consagram-se a Deus para servi-lo e para servir os irmãos;

Outra característica importante na vida religiosa é o carisma. O carisma é um dom, uma graça, um presente, está relacionado diretamente com o ser da pessoa, é a ação de Deus na vida da pessoa. Esse dom, dado pelo Espírito Santo, torna a pessoa apta para uma determinada missão. O religioso ingressa numa determinada Família Religiosa conforme o carisma que possui. De acordo com o carisma da instituição, os religiosos assumem uma missão específica;

Os religiosos vivem como sinal do Cristo libertador, numa total disponibilidade a Deus, à Igreja e aos irmãos;
Para serem testemunhas de desprendimento, procuram viver a total partilha dos bens;

Numa sociedade profundamente competitiva, erotizada e apelativa, os religiosos
vivem o amor sem exclusividades. É a consagração de seu ser, de sua castidade; à causa do Reino;

Exercem uma missão decorrente de seu carisma e vivem numa comunidade fraterna;

Neste dias dos religiosos, queremos externar a nossa gratidão a tantos homens e mulheres, que com muita generosidade estão sendo sinais visíveis de Jesus Cristo no meio das nossas comunidades. Deus lhe dê a graça da perseverança e um fecundo apostolado e juntos rezemos para que Ele continue chamando muito jovens para essa importante vocação.

Oração
Jesus, Divino Mestre, que chamaste os apóstolos a vos seguirem, continuai a passar pelos caminhos, pelas nossas famílias e escola; e continuai a repetir o convite a muitos dos nossos jovens. Daí coragem às pessoas convidadas, forças para que vos sejam fiéis, como apóstolos, leigos, sacerdotes, religiosas e religiosos, para o bem do povo de Deus e da humanidade. Amém.


Quarto Domingo de Agosto: Vocação Leiga

No quarto  final de semana de agosto, nós nos lembramos de todos aqueles que têm a missão de anunciar Jesus Cristo às nossas crianças, adolescentes e jovens, os dedicados  catequistas e os demais ministérios leigos. 

Dentro da comunidade cristã vemos um número enorme  de pessoas que oferecem seus dons assumindo serviços específicos: são os catequistas, os ministros extraordinários da Comunhão Eucarística, os membros das equipes de liturgia, os cantores, os dirigentes de comunidades e de grupos de reflexão, as mensageiras de Nossa Senhora, os coroinhas e tantas outras lideranças e agentes de pastoral.

O ministério da catequese deriva do compromisso cristão assumido no batismo e na crisma. Pessoas de nossas comunidades se sentem chamadas por Deus para partilhar sua fé e sua experiência com Jesus Cristo. 

No Brasil temos mais de 800 mil  catequistas espalhados por quase 100 mil comunidades. É um verdadeiro exército de evangelizadores que tem como missão anunciar Jesus Cristo e as verdades da fé àqueles que estão  iniciando sua caminhada de Igreja: nossas crianças, adolescentes,  jovens e àqueles que não tiveram a oportunidade de crescer na fé.

É uma missão fantástica: abrir o coração de nossos iniciantes às maravilhas de Jesus Cristo, proporcionando um encontro pessoal com o Senhor e o compromisso decorrente de sua fé.

O catequista tem como missão, formar o homem novo e a mulher nova. Novos no Espírito e moldados à luz do Evangelho. É chamado a testemunhar Jesus Cristo na comunidade e, de maneira particular, entre os catequizandos.  

Ser catequista é ser semeador de novas vocações.  O catequista  é  chamado a comunicar a pessoa de Jesus, a fazer o Evangelho chegar ao coração e na vida das crianças, adolescentes, jovens e adultos. O Evangelho deve chegar a todos de maneira que possa converter o coração de cada um. Deve despertar para o seguimento de Jesus Cristo e para o compromisso na Igreja e na comunidade.

Todos os batizados são evangelizadores. São chamados por Deus para testemunhar nossa fé no nosso dia a dia: na família, gerando, educando na fé nossos filhos, construindo a igreja doméstica; na  comunidade,  assumindo um ministério específico – animador, catequista, ministro da comunhão, acólito ou coroinha, mensageiro de Maria, animador litúrgico, dirigente de grupo de jovens, de reflexão, de vivência...; 

Na sociedade, assumindo uma profissão e vivendo como cristão na escola, na empresa, no comércio, na economia, no mundo da política, e nas organizações sociais como associações, sindicatos, agremiações, grupos de voluntários... São muitas as maneiras de testemunhar a nossa fé nas estruturas da sociedade.

É preciso que os leigos reflitam  sobre sua identidade e sua missão na Igreja. “Leigo” é toda pessoa que pertence ao povo cristão, mas não à hierarquia eclesiástica. 

O leigo participa verdadeiramente do sacerdócio comum de todos os fiéis e, por isso, tanto o homem como a mulher, é apóstolo, é missionário, é protagonista. Pelo Batismo e pela Crisma, os leigos são consagrados para a Missão de construir o Reino: eles têm vez e voz na Igreja, são co-responsáveis na evangelização do mundo de hoje, devem atuar na política, nos meios de comunicação, no campo da educação, da cultura, do trabalho... como protagonistas do Reino.

Vejamos algumas características da vocação laical:

Exercendo um ministério na comunidade ou na sociedade, os leigos estão inseridos no meio do mundo como fermento na massa, sal que dá sabor e luz que ilumina os difíceis caminhos.

Com sua disponibilidade para doar-se, os leigos descobrem e valorizam os sinais do Reino de Deus presentes  no meio da sociedade e combatem as tantas forças do anti-reino, ou seja, forças que promovem a injustiça e a morte.

Antes de exercer um ministério, o leigo deve ter uma vivência de fé e um encontro pessoal com o Senhor. Sua missão é ser sinal visível de Jesus Cristo na família, no trabalho, na política, na economia, na escola, nos Meios de Comunicação Social, nos órgãos públicos, nos sindicatos e associações e em  outros espaços  da sociedade.

Os cristãos leigos vivem o seguimento de Jesus Cristo no seu dia a dia, estão no meio da humanidade, solidários com ela.  Vivem a mensagem do evangelho em todos os momentos e todos os lugares. Parabéns a todos aqueles que exercem um serviço na comunidade! Rezemos sempre pelas vocações!

Oração do catequista
Senhor, obrigado, por me teres chamado ao ministério da catequese em minha comunidade e em Tua Igreja. Ofereço-Te, Senhor, o que sou, tenho, faço e sonho, no desejo de zelar pela educação permanente da fé, da esperança e do amor, do Teu Povo Eleito.
Ajuda-me, Senhor, a viver em comunidade o meu ministério, a ser fiel às fontes da catequese: Bíblia, Magistério e Tradição. Abençoe, Senhor, a todos os catequistas, a todos os catequizandos, aos nossos pastores e as nossas famílias; aos que sofrem perseguição por causa de seu profetismo; aos que mais precisam do carinho e da missão de Tua Igreja.
Senhor, esta prece Te fazemos com amor filial, em união com Maria, por Cristo, na unidade do Espírito Santo. Amém.

terça-feira, 5 de julho de 2011

A devoção ao Sagrado Coração de Jesus

A devoção ao Sagrado Coração de Jesus tem a sua origem na Sagrada Escritura. Nela o coração de Jesus é mostrado como símbolo infinito amor de Deus por nós. No Calvário o soldado abriu o lado de Cristo com a lança (Jo 19, 34). Jesus é a Encarnação viva do Amor de Deus, e seu Coração é o símbolo desse Amor. Diz a Liturgia que “aberto o seu Coração divino, foi derramado sobre nós torrentes de graças e de misericórdia”.
Este Sagrado Coração é a imagem do amor de Jesus por cada um de nós. Cristo é uma fornalha ardente de amor que aplaca e chama: “Vinde a Mim,...  porque sou manso e humilde de coração” (Mt 11, 28-29). É o convite a que cada um de nós retribua a Jesus este amor, vivendo segundo a sua vontade e trabalhando com a Igreja pela salvação das almas. 
Muitos Santos veneraram o Coração de Jesus. Santo Agostinho disse: “Vosso Coração, Jesus, foi ferido, para que na ferida visível contemplássemos a ferida invisível de vosso grande amor”.

- Santa Margarida Maria Alacoque
Jesus revelou o desejo da Festa ao seu Sagrado Coração à religiosa francesa Santa Margarida Maria Alacoque. Ela nasceu em 22 de agosto de 1647, na Borgonha, França e desde a infância enfrentou sérias dificuldades. Seu pai morreu e, logo em seguida, Margarida adoeceu. Sofreu com uma doença desconhecida, vivendo algum tempo na cama. Médicos e remédios não conseguiram curá-la.
Margarida, então, fez uma promessa para Nossa Senhora de que se fosse curada, dedicaria sua vida ao serviço de Deus. Logo depois ela ficou curada. Convencida de que passara por uma intervenção divina, aos vinte e quatro anos foi para Paray-le-Monial, e entrou para a Ordem da Visitação, fundada por São Francisco de Sales, sessenta anos antes.
Em 1673, na festividade de São João Evangelista, irmã Margarida Maria estava rezando diante do Santíssimo Sacramento. Jesus, então, se manifestou a ela de forma visível. Tal cena iria se repetir durante dois anos, sempre na primeira sexta-feira de cada mês.
Ao falar dessas visões, passou por incompreensões e julgamentos precipitados. Mas o padre jesuíta Cláudio de la Colombiére foi indicado para fazer seu acompanhamento espiritual. Ele era muito respeitado no tratamento de experiências místicas. Com discrição o zeloso padre conseguiu penetrar nesse mistério, até referendar as palavras de Margarida Maria.
Ao final de dois anos, na manifestação de 1675, Jesus se apresentou com o peito aberto e, apontando para o coração disse: “Eis este coração que tanto tem amado os homens... Não recebo da maior parte senão ingratidões, desprezos, ultrajes, sacrilégios, indiferenças... Eis que te peço que a primeira sexta-feira depois da oitava do Santíssimo Sacramento (Corpus Christi) seja dedicada a uma festa especial para honrar o meu coração, comungando e dando-lhe a devida reparação por meio de um ato de desagravo, para reparar as indignidades que recebeu durante o tempo em que esteve exposto sobre os altares; e prometo-te que o meu Coração se dilatará para derramar com abundância o Divino Amor sobre os que tributam esta divina honra”.
Margarida teve o consolo de ver que, aos poucos foi se consolidando a devoção ao Sagrado Coração de Jesus. Morreu suavemente, no dia 17 de outubro de 1690, quando estava com 43 anos de idade. Foi canonizada em 1920, pelo papa Bento XV. A data da sua festa foi antecipada em um dia, 16 de outubro, para não coincidir com a de santo Inácio de Antioquia.

- Propagação do Culto ao Sagrado Coração de Jesus
Como conseqüência das aparições de Nosso Senhor a Santa Margarida Maria, o culto ao Sagrado Coração teve um incremento notável e adquiriu a sua feição hoje conhecida. Nenhuma outra comunicação divina, fora as da Sagrada Escritura, receberam tantas aprovações e estímulos da parte do Magistério da Igreja como esta.
São João Eudes, grande propagador desta devoção no século XVII, escreveu o primeiro ofício litúrgico em honra do Coração de Jesus, cuja festa se celebrou pela primeira vez na França, em 20 de outubro de 1672. O Papa Clemente XIII aprovou a Missa em honra do Coração de Jesus e Pio X, dia 23 de agosto de 1856, estendeu a Festa para toda a Igreja a ser celebrada na sexta-feira da semana subseqüente à festa de Corpus Christi. Em 1899 o papa Leão XIII consagrou o mundo ao Sagrado Coração de Jesus (o Equador já tinha se consagrado em 1874).
O Papa Pio XII afirmou que tudo o que S. Margarida declarou “estava de acordo com a nossa fé católica”. Este foi um grande sinal a mais da misericórdia e da graça para as necessidades da Igreja. Entre os documentos mestres da devoção ao Sagrado Coração de Jesus encontramos a encíclica de Pio XII, Haurietis aquas, de 15 de Maio de 1956.
Pio XII salienta que é o próprio Jesus que toma a iniciativa de nos apresentar o Seu Coração como fonte de restauração e de paz: “Vinde a mim, todos vós, que estais cansados e oprimidos, que Eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração e encontrareis descanso para o vosso espírito. Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve”. (Mt. 11, 28-30).
Pio XII disse ainda: “Nada proíbe que adoremos o Coração Sacratíssimo de Jesus Cristo, enquanto é participante e símbolo natural e sumamente expressivo daquele amor inexaurível em que, ainda hoje, o Divino Redentor arde para com os homens”.
Paulo VI disse certa vez que essa devoção é garantia de crescimento na vida cristã e garantia da salvação eterna.

- Origem do Apostolado da Oração
O Apostolado da Oração teve origem numa casa de estudo da Companhia de Jesus, em Vals, perto de Le Puy na França. Em 1844, no dia da festa de São Francisco Xavier, o Padre Espiritual do Colégio, Pe. Francisco Xavier Gautrelet, fez uma conferência aos estudantes, em que explicou como podiam eficazmente satisfazer o desejo de colaborar com os que trabalhavam nos vários campos de apostolado para a salvação dos homens.
Podiam fazê-lo, sem interromper o seu trabalho principal, que era o estudo, oferecendo com fim apostólico as suas orações, os seus sacrifícios e trabalhos.
As idéias propostas naquela exortação espiritual deram origem e constituem o fundamento do Apostolado da Oração. Elas foram recebidas com entusiasmo pelos estudantes e divulgadas primeiro nas terras vizinhas do colégio e depois em toda a França.
Para difundir estas idéias, o próprio Pe. Gautrelet sugeriu a criação de uma pequena organização com o nome precisamente de «Apostolado da Oração», que teve a aprovação do Bispo de Le Puy e, em 1849, alcançou as primeiras indulgências do Papa Pio IX.
A divulgação propriamente dita do Apostolado da Oração deve-se principalmente ao sacerdote jesuíta Padre Henrique Ramière, que deve considerar-se o verdadeiro divulgador e organizador do Apostolado da Oração no mundo.
O Pe. Ramière, por meio de numerosos escritos, em que soube harmonicamente unir a simplicidade de expressão e a profundidade de pensamento teológico, propagou o Apostolado da Oração em todas as classes de pessoas e a todos os níveis, e deu à Obra forma definitiva e organização estável.
Em 1861, foi publicado o livro intitulado “O Apostolado da Oração”. No mesmo ano, começou a publicação de uma revista intitulada “Mensageiros do Coração de Jesus”, a qual rapidamente difundiu-se nos anos seguintes em outras nações das mais diversas línguas: Itália, Áustria, Estados Unidos da América, Espanha, Colômbia, Hungria, Inglaterra, Holanda, Bélgica etc.
Quando Pe. Ramière faleceu em 1883 o Apostolado da Oração já tinha 35 mil centros, com mais de 13 milhões de associados nas várias partes do mundo.

- O Apostolado da Oração no Brasil
Em nosso país o primeiro centro do AO foi fundado no dia 30 de junho de 1867, na cidade de Recife/PE, na Igreja Santa Cruz, oficiada pelos padres Jesuítas, que chegaram em Pernambuco no ano de 1865. O Pe. Bento Schembri, SJ foi seu fundador e primeiro Diretor.
Em 1º de outubro de 1871, o Pe. Bartolomeu Taddei, SJ fundou oficialmente o primeiro centro do Apostolado da Oração na cidade Itu/SP, formando, logo, outros centros em nível diocesano e nacional. Por esta razão o Pe. Bartolomeu Taddei é considerado o fundador e o propagador do Apostolado no Brasil.
Nomeado Diretor Nacional, o Pe. Taddei estendeu o Apostolado a todos os estados, de tal forma que o Cardeal Dom Sebastião Leme, arcebispo do Rio de Janeiro, pôde afirmar que “o renascimento espiritual do Brasil é obra do Apostolado da Oração”.
No dia 1º de junho de 1869, o Pe. Taddei conseguiu superar as dificuldades e lançar o primeiro número da revista “Mensageiros do Coração de Jesus” como órgão do Apostolado da Oração.
Além disto, com a colaboração fervorosa do Apostolado, o Pe. Taddei realizou o Primeiro Congresso Católico Brasileiro em 1900, na Bahia, completado com o Congresso de São Paulo e o do Rio de Janeiro.
Intensificando a vida eucarística e o culto ao Sagrado Coração de Jesus, o Apostolado da Oração revitalizou por toda parte a prática da religião, tanto individual, como nos lares por meio da consagração das famílias, através da consagração dos municípios, cidades e estados de todo o Brasil.
A consagração do nosso país foi realizada oficialmente por ocasião do 36º Congresso Eucarístico Internacional, celebrado em 1956 na cidade do Rio de Janeiro.
O Pe. Taddei faleceu no dia 03 de junho de 1913, na cidade de Itu/SP, junto ao Santuário Central do Sagrado Coração de Jesus por ele edificado, deixando em pleno funcionamento 1.390 centros do Apostolado da Oração espalhados por todo o Brasil, com cerca de 3 milhões de associados.

sábado, 2 de julho de 2011

Solenidade de São Pedro e São Paulo

São Pedro nasceu em Betsaida, cidade da Galiléia. Conheceu Jesus através de seu irmão André. Jesus “fixando nele o olhar” (Jo 1,42) o chamou para segui-lo. Pedro é objeto de uma atenção especial por parte de Cristo. Homem corajoso e decidido, que confessa sua fé em Cristo, está disposto a acompanhá-Lo em sua paixão, caminha sobre as águas, quer defender o seu Mestre, mas ao mesmo tempo tão frágil a ponto de trair o seu Mestre, negando conhecê-Lo por três vezes. Mas é sobre esta fragilidade fundamentada na fé que Cristo quer edificar a Sua Igreja.

O olhar carinhoso de Cristo devia ser arrebatador, convincente e encerrava um radicalismo de entrega a Deus atraente. Aquele olhar transformou Pedro, agora chamado Cefas, pedra, Pedro. De simples pescador converte-se num pescador de homens. Foi o vigário de Cristo na terra quando ele, o Senhor, já não estava entre os seus em corpo mortal, ou seja, após a ressurreição, Pedro teve confirmada a missão de apascentar o rebanho de Cristo. Pregou o Evangelho e deu seu último testemunho em Roma, onde foi crucificado sob o Imperador Nero.

Paulo não conhecera Jesus segundo a carne. Foi perseguidor ferrenho dos cristãos, até ser alcançado pelo Senhor ressuscitado na estrada de Damasco. Jesus o fez se apóstolo. Pregou o Evangelho incansavelmente pelas principais cidades do Império Romano e fundou inúmeras igrejas. Combateu ardentemente pela fidelidade à novidade cristã, separando a Igreja da Sinagoga. Por fim, foi preso e decapitado em Roma, sob o Imperador Nero.

O que nos encanta nestes gigantes da fé não é somente o fruto de sua obra, tão fecunda. Encanta-nos igualmente a fidelidade à missão. As palavras de Paulo servem também para Pedro: “Combati o bom combate, completei a corrida, guardei a fé”. Ambos foram perseverantes e generosos na missão que o Senhor lhes confiara: entre provações e lágrimas, eles fielmente plantaram a Igreja de Cristo, como pastores solícitos pelo rebanho, buscando não o próprio interesse, mas o de Jesus Cristo. Não largaram o arado, não olharam para trás, não desanimaram no caminho… Ambos experimentaram também, dia após dia, a presença e o socorro do Senhor. Paulo, como Pedro, pôde dizer: “Agora sei, de fato, que o Senhor enviou o seu anjo para me libertar…”

Ambos viveram profundamente o que pregaram: pregaram o Cristo com a palavra e a vida, tudo dando por Cristo. Pedro disse com acerto: “Senhor, tu sabes tudo; tu sabes que te amo”; Paulo exclamou com verdade: “Para mim, viver é Cristo. Minha vida presente na carne, eu a vivo na fé do Filho de Deus, que me amou e se entregou por mim”. Dois homens, um amor apaixonado: Jesus Cristo! Duas vidas, um só ideal: anunciar Jesus Cristo! Em Jesus eles apostaram tudo; por Jesus, gastaram a própria vida; da loucura da cruz e da esperança da ressurreição de Jesus, eles fizeram seu tesouro e seu critério de vida.

Finalmente, ambos derramaram o Sangue pelo Senhor: “Beberam do cálice do Senhor e se tornaram amigos de Deus”. Eis a maior de todas as honras e de todas as glórias de Pedro e de Paulo: beberam o cálice do Senhor, participando dos seus sofrimentos, unido a ele suas vidas até o martírio em Roma, para serem herdeiros de sua glória. Eis por que eles são modelo para todos os cristãos. Que eles intercedam por nós na glória de Cristo, para que sejamos fiéis como eles foram.