O Tempo Comum se caracteriza como um tempo de crescimento e cultivo do Mistério de Cristo no período de 33 ou 34 domingos, estruturado em duas partes: semanas que ocorrem depois do Batismo de Jesus até a Quarta-Feira de Cinzas e da Segunda-Feira depois da solenidade de Pentecostes, até o inicio do Advento. Neste ano, caminhamos com Jesus, iluminados pelo evangelista Lucas, que nos apresenta os pequenos e pobres, como lugar preferido do encontro com Jesus. Em cada um dos acontecimentos presentes em seu evangelho, “Deus vai revelando o mistério de Jesus e nós vamos sendo convidados a aderir mais profundamente, mais apaixonadamente à sua pessoa e à sua causa. Nos acontecimentos cotidianos da vida e da caminhada de Jesus, vamos percebendo o Mistério maior que está presente também em nossa vida, tanto nos acontecimentos extraordinários como também naqueles que nos parecem banais e rotineiros. Em todos eles, é Deus que está presente, é Deus que nos chama, nos fala, nos toca, nos convida ao seguimento de Jesus, nos envia como testemunhas das realidades em que vivemos... Cada domingo é assim uma visita de Deus para nos renovar, para libertar o seu povo, para nos unir mais a ele e entre nós” (Uma só coisa é necessária – Lc 10, 42 – Roteiros Homiléticos do Tempo Comum, Ano C – junho/Agosto de 2010, p.9).
Lembramos que alguns aspectos do Mistério de Cristo, da vida de Maria e dos Santos ocorrem nos domingos do tempo comum: Santíssima Trindade, Nascimento de João Batista (quando coincide com o domingo), São Pedro e São Paulo Apóstolos, Assunção de Nossa Senhora, e como tais requerem solenidade.
A vivência do tempo comum no torne autênticos discípulos missionários de Jesus Cristo, servindo à causa do Reino, como Jesus, amando e servindo nossos irmãos, atraindo-os para Ele. Deixemo-nos conduzir pelo Espírito.
Orientações Litúrgico/Pastorais.
01. O domingo é a páscoa semanal e por isso, muitos elementos da Festa da Páscoa podem ser retomados durante o ano: uso do Círio Pascal, Aspersão no Ato Penitencial, uso do Incenso...
02. Relembramos que o Glória não é um hino trinitário, mas cristológico. Não pode ser substituído por outro cântico. Quando a Comunidade não conhece uma melodia adequada para o mesmo, deve ser recitado.
03. A HOMILIA não pode ser um discurso moralista e cansativo, mas momento de educação da fé, introdução à mistagogia com uma teologia fundada na prática de Jesus.
04. A Comunidade reunida em cada domingo precisa CANTAR O MISTÉRIO CELEBRADO no tempo. Como já lembrou o Papa Bento XVI, não vale qualquer cântico. O Hinário Litúrgico da CNBB, fascículo 3, oferece rico repertório. Os cânticos estão disponibilizados em CDs, pela Editora Paulus, para cada domingo. Vamos consultá-los.
05. A Dignidade da Palavra de Deus exige a proclamação do Ambão – mesa da Palavra, do Lecionário próprio do tempo. É uma ofensa proclamá-la de folhetos, papéis ou outros descartáveis. A Bíblia não é o Livro da liturgia da Palavra. Lembro que o Salmo, parte integrante da Liturgia da Palavra precisa ser proclamado do Ambão. Insisto para que as Paróquias e Comunidades preparem equipes de leitores e salmistas e assim, todos os que estão na Assembléia encantem-se com a proclamação da Palavra. Data show jamais substitua a mesa e a proclamação da palavra.
06. Valorizar mais as Orações Eucarísticas com prefácio próprio.
07. A aclamação memorial (Misterium Fidei) não comporta cantos devocionais. Usar uma das três fórmulas propostas pelo Missal Romano.
08. Valorizar a FRAÇÃO DO PÃO. A mesma não pode ser feita durante os cumprimentos no abraço da paz.
09. O cântico da Comunhão deve retomar o evangelho do domingo, o que garante a unidade das duas mesas: Palavra e Eucaristia.
10. ZELAR PELO ESPAÇO CELEBRATIVO. Ele deve revelar o mistério. Altar, Cruz, Ambão, Cadeira Presidencial, Livros Litúrgicos, Velas, Flores, Lugar da assembléia, Lugar dos Ministros e Acólitos, devem manifestar simplicidade, nobreza e a beleza do mistério, favorecendo a participação de todos.
11. As situações locais e acontecimentos da vida do povo pedem espaço na Assembléia Litúrgica. Objetos que lembrem situações concretas podem ter um lugar no espaço celebrativo e devem fazer parte da procissão de entrada. Ex. bandeira da paz, instrumento lembrando o dia do trabalhador, fotos lembrando os mártires, os apóstolos, cajado lembrando o pastor...
12. Os meses temáticos: vocacional, da Bíblia, missionário devem ser celebrados na dinâmica do ano litúrgico.
13. Cuidar para que os avisos finais sejam passados com clareza e objetividade. Muitas vezes não dizem nada, não convencem.
14. O subsídio da CNBB, Uma só coisa é necessária – Lc 10, 42, Roteiros Homiléticos do Tempo Comum, Ano C – junho/agosto de 2010, apresenta os passos para a preparação das celebrações litúrgicas. Cf. p. 13-15.
Fraternalmente,
Dom Sérgio Aparecido Colombo
Bispo Diocesano
“Como aquele que serve”
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