terça-feira, 25 de maio de 2010

Orientações Liturgico-Pastorais de Dom Sérgio para o Tempo Comum 2010

Ano Litúrgico – Tempo Comum.

O Ano Litúrgico celebra o Mistério Pascal de Cristo, compreendido como santificação do tempo em favor de toda a Igreja, “Povo de Deus e Sacramento Universal de Salvação” conforme a Eclesiologia do Vaticano II – Lumen Gentium. É no tempo marcado pelo ritmo das estações (tempo cronológico) que se renova a Nova e Eterna Aliança como tempo de graça e de salvação (tempo Kairológico). É o Mistério de Cristo que a Igreja evoca e celebra no transcorrer de um ano, desde a encarnação, até o seu retorno glorioso. “Dentro da pedagogia do ano litúrgico, a riqueza do conjunto de celebrações, textos bíblicos, sacramentos e sacramentais, a Igreja oferece-nos a possibilidade de vivenciarmos a ‘Páscoa do Cristo na Páscoa da gente e a Páscoa da gente na Páscoa de Cristo’. É importante lembrar que este mistério acontece também na vida das pessoas, homens e mulheres, crianças como nós e que hoje a Igreja proclama Santos e Santas, mas não nasceram assim, foram construindo sua história de santificação pela graça divina e pela participação no projeto do Reino de Deus” (Liturgia em Mutirão II – subsídios para a formação – CNBB, p.67).

O Tempo Comum se caracteriza como um tempo de crescimento e cultivo do Mistério de Cristo no período de 33 ou 34 domingos, estruturado em duas partes: semanas que ocorrem depois do Batismo de Jesus até a Quarta-Feira de Cinzas e da Segunda-Feira depois da solenidade de Pentecostes, até o inicio do Advento. Neste ano, caminhamos com Jesus, iluminados pelo evangelista Lucas, que nos apresenta os pequenos e pobres, como lugar preferido do encontro com Jesus. Em cada um dos acontecimentos presentes em seu evangelho, “Deus vai revelando o mistério de Jesus e nós vamos sendo convidados a aderir mais profundamente, mais apaixonadamente à sua pessoa e à sua causa. Nos acontecimentos cotidianos da vida e da caminhada de Jesus, vamos percebendo o Mistério maior que está presente também em nossa vida, tanto nos acontecimentos extraordinários como também naqueles que nos parecem banais e rotineiros. Em todos eles, é Deus que está presente, é Deus que nos chama, nos fala, nos toca, nos convida ao seguimento de Jesus, nos envia como testemunhas das realidades em que vivemos... Cada domingo é assim uma visita de Deus para nos renovar, para libertar o seu povo, para nos unir mais a ele e entre nós” (Uma só coisa é necessária – Lc 10, 42 – Roteiros Homiléticos do Tempo Comum, Ano C – junho/Agosto de 2010, p.9).

Lembramos que alguns aspectos do Mistério de Cristo, da vida de Maria e dos Santos ocorrem nos domingos do tempo comum: Santíssima Trindade, Nascimento de João Batista (quando coincide com o domingo), São Pedro e São Paulo Apóstolos, Assunção de Nossa Senhora, e como tais requerem solenidade.

A vivência do tempo comum no torne autênticos discípulos missionários de Jesus Cristo, servindo à causa do Reino, como Jesus, amando e servindo nossos irmãos, atraindo-os para Ele. Deixemo-nos conduzir pelo Espírito.


Orientações Litúrgico/Pastorais.



01. O domingo é a páscoa semanal e por isso, muitos elementos da Festa da Páscoa podem ser retomados durante o ano: uso do Círio Pascal, Aspersão no Ato Penitencial, uso do Incenso...

02. Relembramos que o Glória não é um hino trinitário, mas cristológico. Não pode ser substituído por outro cântico. Quando a Comunidade não conhece uma melodia adequada para o mesmo, deve ser recitado.

03. A HOMILIA não pode ser um discurso moralista e cansativo, mas momento de educação da fé, introdução à mistagogia com uma teologia fundada na prática de Jesus.

04. A Comunidade reunida em cada domingo precisa CANTAR O MISTÉRIO CELEBRADO no tempo. Como já lembrou o Papa Bento XVI, não vale qualquer cântico. O Hinário Litúrgico da CNBB, fascículo 3, oferece rico repertório. Os cânticos estão disponibilizados em CDs, pela Editora Paulus, para cada domingo. Vamos consultá-los.

05. A Dignidade da Palavra de Deus exige a proclamação do Ambão – mesa da Palavra, do Lecionário próprio do tempo. É uma ofensa proclamá-la de folhetos, papéis ou outros descartáveis. A Bíblia não é o Livro da liturgia da Palavra. Lembro que o Salmo, parte integrante da Liturgia da Palavra precisa ser proclamado do Ambão. Insisto para que as Paróquias e Comunidades preparem equipes de leitores e salmistas e assim, todos os que estão na Assembléia encantem-se com a proclamação da Palavra. Data show jamais substitua a mesa e a proclamação da palavra.

06. Valorizar mais as Orações Eucarísticas com prefácio próprio.

07. A aclamação memorial (Misterium Fidei) não comporta cantos devocionais. Usar uma das três fórmulas propostas pelo Missal Romano.

08. Valorizar a FRAÇÃO DO PÃO. A mesma não pode ser feita durante os cumprimentos no abraço da paz.

09. O cântico da Comunhão deve retomar o evangelho do domingo, o que garante a unidade das duas mesas: Palavra e Eucaristia.

10. ZELAR PELO ESPAÇO CELEBRATIVO. Ele deve revelar o mistério. Altar, Cruz, Ambão, Cadeira Presidencial, Livros Litúrgicos, Velas, Flores, Lugar da assembléia, Lugar dos Ministros e Acólitos, devem manifestar simplicidade, nobreza e a beleza do mistério, favorecendo a participação de todos.

11. As situações locais e acontecimentos da vida do povo pedem espaço na Assembléia Litúrgica. Objetos que lembrem situações concretas podem ter um lugar no espaço celebrativo e devem fazer parte da procissão de entrada. Ex. bandeira da paz, instrumento lembrando o dia do trabalhador, fotos lembrando os mártires, os apóstolos, cajado lembrando o pastor...

12. Os meses temáticos: vocacional, da Bíblia, missionário devem ser celebrados na dinâmica do ano litúrgico.

13. Cuidar para que os avisos finais sejam passados com clareza e objetividade. Muitas vezes não dizem nada, não convencem.

14. O subsídio da CNBB, Uma só coisa é necessária – Lc 10, 42, Roteiros Homiléticos do Tempo Comum, Ano C – junho/agosto de 2010, apresenta os passos para a preparação das celebrações litúrgicas. Cf. p. 13-15.




Fraternalmente,

Dom Sérgio Aparecido Colombo

Bispo Diocesano

“Como aquele que serve”

terça-feira, 18 de maio de 2010

O Bom Pastor dá a vida pelas suas ovelhas, literalmente


Índia: sacerdote morre tentando salvar jovens de afogamento
GOA, segunda-feira, 17 de maio de 2010 (ZENIT.org). - Um sacerdote morreu na praia de Galgibaga, Índia, tentando salvar três jovens do afogamento, na semana passada.
O Pe. Thomas Remedios Fernandes, de 37 anos, vigário da paróquia de Jesus, Maria e José, estava com um grupo da paróquia que comemorava um dia de convivência na praia, segundo informou a agência Cathnewsindia. Não hesitou em lançar-se ao mar revolto para socorrer três jovens que gritavam por socorro.
O presbítero conseguiu salvar os três - uma jovem e dois rapazes de idades entre 17 e 19 anos -, mas enquanto salvava o terceiro, sofreu um ataque cardíaco e não resistiu.
O ato comoveu as mais de 60 pessoas que testemunhavam o resgate.
O sacerdote recebeu assistência no local e foi levado ao hospital, onde os médicos constataram sua morte. Os três jovens resgatados receberam os primeiros-socorros e passam bem.
Na comunidade católica de Goa vive-se a perda do sacerdote com dor, mas também com admiração e esperança.
"Foi um pastor que deu a vida por suas ovelhas - comenta-se. Neste Ano Sacerdotal, é um exemplo e testemunho para todos os sacerdotes."

sexta-feira, 7 de maio de 2010

OS SETE SACRAMENTOS

Fonte: Compêndio do CIC.
- Sacramentos da Iniciação Cristã.
Estabelecem os fundamentos da vida cristã: por eles somos renascidos pelo Batismo, fortalecidos pela Confirmação e nutridos pela Eucaristia.

- BATISMO
Batizar significa imergir na água. Quem é batizado é imerso na morte de Cristo e ressurge com ele como nova criatura. (II Cor. 5, 17).

- Na bíblia:
Alusões ao Batismo no Antigo Testamento: Arca de Noé, que salva por meio da água; passagem do mar vermelho, que liberta o povo da escravidão egípcia; travessia do Jordão, que introduz Israel na terra prometida. A água sempre aparece como sinal de vida ou de morte.
Jesus Cristo foi batizado por João Batista no Jordão.
Na cruz, do seu lado traspassado, brotam sangue e água: símbolos da Eucaristia e do Batismo.
Depois da ressurreição Jesus confia aos apóstolos essa missão: Ide, pois, fazer discípulos entre todas as nações, e batizai-os em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo (Mt 28, 19).

- O rito:
Qualquer pessoa ainda não batizada pode receber o Batismo.
O rito essencial desse sacramento consiste em imergir na água o candidato ou em derramar água sobre sua cabeça, enquanto é invocado o Nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Têm-se o costume de se batizar as pessoas ainda crianças, pois os pais desejam inseri-las o quanto antes no reino da liberdade dos filhos de Deus.
Requer-se de todo batizado a profissão de fé, que no caso do adulto é expressa pessoalmente, ou no caso das crianças pelos pais e pela Igreja. Os padrinhos e toda a comunidade tem responsabilidade no desenvolvimento da fé e da graça batismal do neo-batizado.
Cabe aos ministros ordenados batizar, porém em caso de necessidade qualquer pessoa pode batizar derramando água sobre a cabeça do candidato e pronunciando a fórmula batismal: “Eu te batizo (fulano) em Nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo”. Depois se complementa esse rito na Igreja.

O batismo é necessário a salvação. Porém podem ser salvos aqueles que morreram por causa da fé mesmo sem ter recebido o Batismo (Batismo de sangue) e também aqueles que, mesmo sem conhecer Cristo e a Igreja, procuram sinceramente Deus e se esforçam para cumprir sua vontade (Batismo de desejo). Quanto as crianças mortas sem esse sacramento a Igreja as recomenda a misericórdia de Deus.

- Os efeitos desse sacramento:
Perdoa o pecado original, todos os pecados pessoais as penas devidas ao pecado;
É incorporado a Cristo e a sua Igreja;
É marcado com o selo indelével de Cristo, ou seja, pertence para sempre a Cristo;
Entra em comunhão com todos os irmãos;
Participa do sacerdócio de Cristo;
Recebe as virtudes teologais (Fé, Esperança e Caridade) e os dons do Espírito Santo.


- CONFIRMAÇÃO (Crisma)
Esse sacramento chama-se Crisma, por causa da unção e também Confirmação, porque confirma e consolida a graça batismal.

- Na bíblia e na história da igreja:
No Antigo Testamento os profetas eram movidos pelo Espírito do Senhor.
Toda vida e missão de Jesus se desenvolvem numa total comunhão com o Espírito Santo.
Os apóstolos receberam o Espírito Santo no Pentecostes.
Ao longo dos séculos a Igreja continuou a viver desse mesmo Espírito e comunicou o dom do Espírito Santo aos seus filhos pela imposição das mãos.

- O rito:
O essencial da Confirmação é a unção com o sagrado crisma (óleo com balsamo consagrado pelo bispo) que se faz pela imposição da mão por parte do ministro que pronuncia a as palavras sacramentais: “(fulano) Recebe por esse sinal o dom do Espírito Santo”.
Pode e deve receber a Crisma, uma única vez, todo aquele que já foi batizado.
Para recebê-lo mais eficazmente deve estar em estado de graça (ter se confessado antes).
O ministro originário desse sacramento é o bispo, pois assim se manifesta melhor a ligação do crismado com a Igreja.

- Os efeitos desse sacramento:
Recebe especial efusão do Espírito Santo, como em pentecostes;
Essa efusão imprime na alma um caráter indelével (que não se apaga) e produz um crescimento da graça batismal;
Enraíza mais profundamente na filiação divina;
Une mais solidamente a Cristo e a sua Igreja;
Aumenta na alma os dons do Espírito Santo;
Dá força especial para testemunhar a fé cristã.


- EUCARISTIA
É o próprio sacrifício do Corpo e do Sangue de Cristo.
Ele instituiu para perpetuar pelos séculos, até seu retorno, o sacrifício da cruz; confiando à Igreja o memorial de sua morte e ressurreição.
Jesus instituiu esse sacramento na Quinta-Feira Santa celebrando com seus apóstolos a Última Ceia (I Cor. 11, 23-26; Mt 26, 26-29).

- Os diversos nomes:
A insondável riqueza desse sacramento se exprime com diversos nomes que evocam seus aspectos particulares: Eucaristia, Santa Missa, Ceia do Senhor, Fração do pão, Celebração eucarística, Memorial da paixão, morte e ressurreição do Senhor, Santíssimo Sacramento do altar, Santa ou Sagrada Comunhão, Santo Sacrifício etc.

- Celebração:
A celebração desse sacramento desdobra-se em dois grandes momentos que formam um só ato de culto: A Liturgia da Palavra, com a proclamação e a escuta da Palavra de Deus e a Liturgia Eucarística, que compreende a Oração Eucarística, no qual contém as palavras da consagração e a comunhão.
A celebração da Eucaristia é fonte e ápice de toda a vida crista. Nela se expressa a ação santificante de Deus para conosco e o nosso culto para com ele.
O sacerdote (bispo ou padre) é quem celebra esse sacramento agindo na pessoa de Cristo cabeça e em nome da Igreja.
A Eucaristia é memorial no sentido de que torna presente e atual o sacrifício que Cristo ofereceu ao Pai na cruz, uma vez por todas, em favor da humanidade toda.
Também se torna o sacrifício dos membros do corpo de Cristo. A vida dos fiéis, seu sofrimento, sua oração, seu trabalho estão todos unidos ao sacrifício redentor de Jesus.
A Eucaristia é oferecida por todos os fiéis vivos e falecidos, em reparação dos nossos pecados e em união com a Igreja celeste.
A Igreja obriga (recomenda) que os fiéis participem da Missa inteira todo domingo e nas festas de preceito.
Para se receber a comunhão deve-se estar plenamente incorporado à Igreja católica e estar em estado de graça, ou seja, sem consciência de pecado mortal.

- Transubstanciação:
Sob as espécies eucarísticas do pão e do vinho Cristo todo está presente: Deus e homem, pela transubstanciação, ou seja, mediante as palavras de Cristo que são ditas na oração eucarística acontece a conversão de toda substância do pão no Corpo e toda substância do vinho no Sangue de Cristo.
Jesus Cristo está presente na eucaristia de modo único e incomparável, de modo verdadeiro, real e substancial, isto é, com o seu Corpo e com o seu Sangue, sua Alma e Divindade.
Por isso dedicamos à Eucaristia o culto da Latria, que é a adoração reservada exclusivamente a Deus.
Na fração do pão não se divide Cristo, pois ele esta presente por inteiro até na menor espécie eucarística.

- Os frutos da santa Comunhão:
Aumenta a nossa união com Cristo e com sua Igreja; Conserva e renova a graça recebida no Batismo e na Crisma; Fortalece-nos para a peregrinação nesta vida e nos faz desejar a vida eterna; Faz-nos crescer no amor para com o próximo; Fortifica-nos na caridade; Enche-nos de graça e bênçãos do Céu; Cancela os pecados veniais e preserva-nos de futuros pecados mortais.


- Os sacramentos de cura.
Cristo, médico da alma e do corpo, os instituiu porque a vida nova que nos foi dada nos sacramentos da iniciação pode ser enfraquecida e até perdida por causa do pecado. Por isso Cristo quis que a Igreja continuasse a sua obra de cura e de salvação mediante esses dois sacramentos.

- PENITÊNCIA (Reconciliação)
Também chamado de sacramento do Perdão, da Confissão, da Conversão.
Cristo instituiu esse sacramento para a conversão dos batizados que se afastaram dele pelo pecado, uma vez que o Batismo não eliminou a fraqueza da natureza humana nem a inclinação ao pecado, isto é, a concupiscência.

- Na Bíblia:
Jesus ressuscitado instituiu esse sacramento quando apareceu aos seus apóstolos e lhes disse: “Recebei o Espírito Santo. A quem perdoardes os pecados, serão perdoados; a quem os retiverdes, eles serão retidos” (Jo 20, 22-23).

- Elementos essenciais desse sacramento:
Exame de consciência;
Contrição ou arrependimento, que inclui o propósito de não mais pecar;
Confissão, onde se revela os pecados perante o sacerdote;
A satisfação, que é o cumprimento da penitência dada pelo confessor para reparar, de algum modo, o dano causado pelo pecado.

- Outros dados importantes:
Devem-se confessar todos os pecados graves ainda não confessados.
Os ministros desse sacramento são os bispos e os presbíteros, somente eles exercem o poder de perdoar os pecados em Nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.
Dada a delicadeza e a grandiosidade desse ministério e o devido respeito às pessoas, todo confessor é obrigado, sem exceção e sob penas muito severas, a guardar o sigilo absoluto dos pecados confessados na confissão.

A penitência se demonstra particularmente com o jejum, a oração e a esmola. Essas e muitas outras formas de penitência a Igreja recomenda que sejam praticadas na vida cotidiana do cristão e especialmente na Quaresma.
A penitência interior consiste no “coração contrito” (Sl 50/51) e sugere o desgosto e a repulsa pelos pecados cometidos, o firme propósito de não mais pecar no futuro e a confiança na ajuda misericordiosa de Deus.
As indulgências são a remissão diante de Deus da pena temporal causada pelos pecados. Os fiéis, em determinadas condições, adquire para si ou para os defuntos mediante o ministério da Igreja.

- Os efeitos desse sacramento:
Reconciliação com Deus e absolvição dos pecados confessados;
Remissão da pena eterna merecida por causa dos pecados mortais;
Reconciliação com a Igreja;
Recuperação do estado de graça;
A paz e a serenidade da consciência;
A consolação do Espírito e o crescimento das forças espirituais para o combate cristão. 


- UNÇÃO DOS ENFERMOS
É a oração de intercessão, seguida pela unção, que a Igreja exerce em favor daqueles que estão doentes, como em Tiago 5, 14: “Alguém dentre vós está doente? Mande chamar os presbíteros da Igreja, para que orem sobre ele, ungindo-o com óleo no nome do Senhor”.

- Na Bíblia:
No Antigo Testamento o homem concebe a doença como algo que está misteriosamente ligado ao pecado. Os profetas diziam que ela podia ter um valor redentor para os pecados da pessoa e também dos outros.
No Novo Testamento a compaixão de Jesus para com os doentes e as numerosas curas feitas por ele revelam a chegada do Reino de Deus e, portanto a vitoria sobre o pecado, sobre o sofrimento e sobre a morte.
Com a paixão e morte de Jesus o sofrimento ganha um novo sentido: se unirmos o nosso sofrimento ao dele torna-se meio de purificação e salvação.

- Rito:
Pode receber a Unção o fiel que começa a se encontrar em perigo de morte por doença ou velhice.
O mesmo fiel pode recebê-lo outras vezes quando a doença se agrava ou por ocasião de outra doença.
Se possível, antes da Unção, o fiel pode receber o sacramento da confissão.
Somente os sacerdotes (Padre e Bispo) ministram esse sacramento.
A celebração consiste essencialmente na unção com o óleo dos enfermos, bento pelo bispo, sobre a fronte e sobre as mãos do doente, acompanhada pela oração de intercessão.

- Os efeitos desse sacramento:
Confere uma graça particular, que une mais intimamente o doente à Paixão de Cristo, para o seu bem e de toda a Igreja.
Dá-lhe conforto, paz, coragem e até o perdão dos pecados, se o doente não pode confessar-se.
Permite, se Deus o quiser, a recuperação da saúde física.
Prepara o doente para a passagem à Casa do Pai (Extrema Unção).

- O Viático é a Eucaristia recebida por aqueles que estão por deixar esta vida terrena, como semente de vida eterna.


- Os sacramentos a serviço da comunhão e da missão.
A Ordem e o Matrimônio conferem uma graça especial para uma missão particular na Igreja a serviço da edificação do povo de Deus. Eles contribuem em particular para a comunhão eclesial e para a salvação dos outros.


- ORDEM
É o sacramento graças ao qual a missão confiada por Cristo aos seus apóstolos continua a ser exercida na Igreja até o final dos tempos.
Ordem indica um corpo eclesial de que se passa a fazer parte mediante uma especial consagração (Ordenação), a qual, por um particular dom do Espírito Santo aquele que é ordenado exerce um sagrado poder em nome e com a autoridade de Cristo a serviço do povo de Deus.

- Na Bíblia:
No Antigo Testamento há prefigurações desse sacramento como o serviço dos Levitas (Cf. Nm 1, 47-53), o sacerdócio de Aarão e a instituição dos setentas Anciãos (Cf. Nm 11, 25).
Essas prefigurações encontram seu cumprimento em Cristo Jesus, o qual, com o sacrifício da cruz é o único mediador entre Deus e os homens (Cf. I Tm 2,5) e o Sumo e Eterno sacerdote (Cf. Hb 5,10).
O único sacerdócio de Cristo se torna presente pelo sacerdócio ministerial. Diz Santo Tomás de Aquino: “Somente Cristo é o verdadeiro sacerdote, os outros são seus ministros”.

- In persona Christi Capitis. (Na pessoa de Cristo cabeça):
É o próprio Cristo que age na pessoa do sacerdote quando este está a serviço da Igreja.
O sacerdote age na pessoa de Cristo principalmente quando ele está celebrando os sacramentos
Porém esta presença de Cristo no ministro ordenado não deve ser compreendida como se este estivesse imune de todas as fraquezas humanas. O sacerdote continua sendo humano e é pela sua humanidade que se revela a divindade de Cristo.

- Os três graus do sacramento da ordem:
1º Grau: Diaconato. É ordenado para o serviço da Igreja a respeito do ministério da Palavra, do culto divino, da orientação pastoral e da caridade.
2º Grau: Presbiterado. O presbítero (padre) é consagrado para pregar o Evangelho, apascentar os fiéis e celebrar o culto divino. Exerce seu ministério numa Igreja particular (Paróquia, Diocese) como colaborador e em comunhão com o seu bispo.
3º Grau: Episcopado: o epíscopo (bispo) ao receber a plenitude desse sacramento torna-se um legítimo sucessor dos Apóstolos tendo o oficio pastoral de ensinar, santificar e conduzir a diocese.  
Papa, Cardeal, Núncio, Monsenhor, Pároco, Vigário entre outros, são apenas títulos.

- Celibato:
Apenas os batizados do sexo masculino podem receber o sacramento da Ordem, pois Cristo só escolheu homens para serem Apóstolos (Cf. Marcos 3, 16-19).
Eles devem guardar o celibato “por causa do Reino dos Céus” (Cf. Mateus 19, 12) e para poderem se dedicar integralmente ao seu serviço para a Igreja.


- MATRIMÔNIO (Casamento)
Deus, que é amor e criou o ser humano para o amor, chamou-o a amar. Criando o homem e a mulher Deus os chamou a uma íntima comunhão de vida e de amor entre si por meio do Matrimônio; “Assim eles não são mais dois, mas uma só carne” (Cf. Mc 10,9).
Tem como finalidade a comunhão e o bem dos cônjuges e também a geração e educação dos filhos.

- Na Bíblia:
No Antigo Testamento a aliança nupcial de Deus com Israel prepara e prefigura a Nova Aliança realizada pelo Filho de Deus, Jesus Cristo, com sua esposa, a Igreja.
No Novo Testamento Jesus restabelece a aliança inicialmente querida por Deus. São Paulo mostra a dignidade do Matrimônio comparando-o com o amor de Cristo pela Igreja. “Maridos, amai as vossas mulheres como Cristo amou a Igreja”. (Cf. Ef 5,25).

- Rito:
O matrimônio não é uma obrigação para todos, há aqueles que são chamados a viver o celibato pelo Reino dos Céus.
A celebração desse sacramento é publica, uma vez que estabelece os cônjuges num estado publico de vida na Igreja. É feito na presença do sacerdote (ou da testemunha qualificada pela Igreja) e das outras testemunhas.
O consenso matrimonial é a vontade expressa por um homem e por uma mulher de se doar mutuamente e definitivamente com o objetivo de viver uma aliança de amor fiel e fecundo. O consentimento, na celebração do Matrimônio é indispensável e insubstituível e deve ser feito de maneira consciente e livre.

- Pecados contrários ao Matrimônio.
Assim como o primeiro pecado provocou a ruptura da união entre o Criador e os seres humanos (Cf. Gn 3), a união matrimonial é muitas vezes ameaçada pela discórdia e pela infidelidade;
O adultério e a poligamia contradizem a igual dignidade entre homem e mulher;
A rejeição da fecundidade priva a vida conjugal do dom dos filhos;
O divorcio transgride a indissolubilidade.

- Os efeitos desse sacramento:
Gera entre os cônjuges um vínculo perpétuo e exclusivo;
É o próprio Deus que sela o consenso dos esposos, portanto jamais pode ser dissolvido;
O sacramento confere aos esposos a graça necessária para atingir a santidade na vida conjugal.

- Outras posturas da Igreja:
A Igreja admite a separação física dos esposos quando a coabitação deles se tornou, por motivos graves, praticamente impossível. Porém eles não estão livres para contrair uma nova união. Ao menos que o Matrimônio seja declarado nulo pela autoridade eclesiástica.
Não é reconhecida a união dos divorciados recasados (Cf. Mc 10, 11-12). A Igreja tem uma atitude de atenta solicitude para com eles convidando-os a uma vida de fé, de oração, de obras de caridade, etc, porém não podem receber a comunhão eucarística e nem exercer certas responsabilidades na comunidade.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Dízimo e oferta

Para a comunidade existir e manter seus trabalhos são necessários recursos financeiros. Tais recursos são alcançados na maioria das vezes por festas, bingos, rifas, alugueis, dizimo, oferta e etc. De todas essas formas de captação de recursos apenas o dizimo e a oferta são bíblicas.

Dizimo e oferta são expressões de fé e demonstram compromisso com a comunidade.



- Dizimo

O primeiro passo para ser um dizimista consciente é estar disposto a lutar contra o egoísmo, pois onde há egoísmo não há partilha nem comunhão.

Ser Igreja é fugir do egoísmo e partilhar tudo o que temos e somos.

Dizimo é ato de fé, é prova de amor, é um jeito concreto de viver a partilha.

Alem de ser sinal de compromisso com a comunidade, o dizimo é devolução, pois por meio dele devolvemos um pouco a Deus do muito que Ele nos dá.

São necessárias duas condições básicas para ser dizimista: fé e renda. Todas as pessoas que possuem fé e renda devem assumir o dizimo.

Se analisarmos o significado da palavra, dizimo significa a décima parte, ou seja, 10%. Porém devemos nos orientar de acordo com as palavras de São Paulo: “Cada um dê conforme decidir em seu coração, sem pena ou constrangimento, porque Deus ama quem dá com alegria” II Coríntios 9, 7 dizimo, antes de ser porcentagem ou dinheiro, deve ser proposta de coração, feita de acordo com as minhas possibilidades.

Se nossa renda é mensal, devemos assumir o dizimo mensalmente, pois as despesas da comunidade são mensais.

Não deve ser dizimista para abafar minha consciência, pois alguns pensam que dando o dizimo estão comprando um pedacinho do céu. O dizimo por si só não salva ninguém! Porém o dizimo quando compreendido e vivido conscientemente é um grande caminho de transformação, pois leva o espírito de partilha às pessoas. (Ler: Mateus 23,23)



-Diferença



DIZIMO: é um compromisso que assumo com Deus, atraves da comunidade onde participo. É uma parte daquilo que ganho, que entrego mensalmente na comunidade. O ato de ser dizimista consciente demonstra maturidade cristã e responsabilidade com a comunidade.



OFERTA: é um gesto de partilha que faço independente do dizimo. Na celebração é um pequeno sinal de gratidão pelo muito que Deus nos dá.



- Oferta

Alguns não a entendem como oferta a Deus, mas como esmola para o padre ou para a Igreja. Outros acham que só com uma grande quantidade de dinheiro é possível a participação. (LER: Deuteronômio 16, 10-17).

Não podemos esquecer que para Deus, mais importante que a oferta é o ofertante, ou seja, a pessoa e não o valor da oferta.

A oferta pode ser feita de diversas maneiras, um exemplo é a oferta dos meus dons. Isto é, colocando-se a serviço da comunidade no que ela precisa. Na maioria das comunidades faltam pessoas para ajudar nas diversas pastorais e movimentos. Você pode ofertar um pouco do seu tempo exercendo, conforme seus dons, um trabalho na comunidade.



- Destinação

O dizimo e as ofertas devem manter mensalmente na paróquia e na comunidade as três dimensões abaixo:



DIMENSÃO RELIGIOSA

Tudo que é colocado à nossa disposição no templo faz parte da dimensão religiosa, por exemplo:

Limpeza: produtos e utensílios.

Liturgia: folhetos, livretos de canto, vinho, velas, partículas, flores, etc.

Contas: água, luz, telefone, impostos, etc.

Catequese: livros, revistas, CDs, DVDs, televisão, projetor, Xerox, etc.

Manutenção: casa paroquial, templo, salão, carro, etc.

Funcionários: padre, secretária, diarista, motorista, sacristão entre outros.



DIMENSÃO SOCIAL

Parte da arrecadação deve ser destinada às obras sociais da diocese, paróquia e comunidade.

É preocupação constante da Igreja acolher Jesus na figura do órfão, da viúva, do migrante, do desempregado, dos doentes e dos marginalizados. (Cf. Mateus 25, 31ss).

Serviços: atendimento médico e odontológico, creche, psicólogos, assistentes sociais, etc.

Pastorais sociais: da criança, do idoso, da saúde, operária, grupo de vicentinos, etc.

Formação: escolas para crianças carentes, cursos profissionalizantes, casas de recuperação, etc.

A dimensão social é libertadora e não paternalista, pois não só socorre os pobres nos momentos difíceis, mas capacita-os a viver independente e dignamente, através de um trabalho de promoção humana e de transformação social.



DIMENSÃO MISSIONARIA

Não podemos entender como Igreja apenas a nossa comunidade. Devemos entender a Igreja como um todo, com um caráter universal, por isso uma parte do que é arrecadado na comunidade vai para a diocese é de lá é investido:

Missão: auxílio aos missionários, comunidades missionárias, projetos de missão em andamento, etc.

Outras comunidades: há uma comunhão universal, através de projetos de solidariedade com outras dioceses.

Formação de agentes de pastorais: cursos de capacitação, escola de teologia para leigos, etc.

Formação de novos sacerdotes: seminários.

Pastorais diocesanas: todas as pastorais recebem auxilio da diocese.



- Passagens bíblicas: Antes de ser dinheiro é Palavra de Deus.

Dizimo: Levítico 27, 32; Números 18, 21 e 28; Neemias 10, 38-39; Tobias 1, 6-7; Lucas 11, 42; Hebreus 7, 5.

Oferta: Genesis 4, 3-4; Êxodo 25 1-2; Deuteronômio 16, 10; I Crônicas 29, 5b-6 e 13-17; Provérbios 11, 24-25; Lucas 21, 1-4; Atos 2, 42-47.



“Cada um dê conforme decidir em seu coração, sem pena ou constrangimento,

porque Deus ama quem dá com alegria” II Coríntios 9, 7