Não é uma nova pastoral a ser implantada na comunidade.
Trata-se de uma mentalidade, um espírito que norteia a ação evangelizadora da Igreja.
Nasceu na trilha de renovação eclesial efetuada pelo Concílio Vaticano II, a partir da compreensão de que a Igreja é uma rede de comunidades de irmãos e irmãs, cuja ação pastoral se dá de forma global, orgânica e articulada.
Devemos entendê-la como um esforço de aglutinação e articulação de metas e princípios de ação.
À Pastoral de Conjunto cabe a tarefa de promover a unidade na Igreja e estabelecer o alicerce da estrutura pastoral calcada numa espiritualidade de comunhão.
O objetivo da Pastoral de Conjunto não é padronizar as pastorais nem desfigurar a variedade dos dons, carismas e serviços presentes na comunidade. A busca da unidade não abafa a criatividade nem a ação do Espírito Santo. Cada grupo ou movimento eclesial pode e deve continuar com sua espiritualidade e objetivos específicos.
Com a Pastoral de conjunto:
Desmontam-se os esquemas internos de competição e concorrência pastorais;
Renunciam-se as interpretações pessoais, do subjetivismo e do espontaneismo e
Abandonam-se o espírito de “grupismo”.
O estabelecimento de metas comuns na evangelização, aplicadas com criatividade, senso de comunhão e pertença à Igreja concretiza o ideal da “unidade na diversidade”.
Mas só planejamento e organização não são suficientes. Cumprir o que se planeja é um bom começo, mas não é tudo. Nem tudo que planejamos e colocamos no papel produz os frutos esperados. O Espírito Santo nos reserva surpresas e é bom que estejamos preparados para acolhê-las. O plano pastoral mais perfeito do mundo pode resultar em nada, se o espírito que o anima não nascer da caridade pastoral de Cristo, Bom Pastor. Ele é o nosso “programa”. Ainda estamos bem distantes da transparência e vigor que impregnavam cada palavra e gesto de Jesus Cristo. Ele era o que anunciava. Sua pastoral era organizada e articulada de acordo com os planos e a vontade do Pai, sem mediações. Nós precisamos de reuniões, assembléias, planejamentos, consultas e assessorias.
Outros planos de pastoral de conjunto deverão surgir. Inspirações e estratégias serão aperfeiçoadas e falhas corrigidas nas assembléias e reuniões. O que está afixado no papel caducará, mas a chama do desejo de levar as pessoas à plena comunhão de vida com Deus não poderá se extinguir.
PISTAS DE AÇÃO:
Conhecimento recíproco: Para que possa haver a integração entre as Pastorais, Movimentos, Associações e etc. é preciso que cada um procure conhecer o outro, seus objetivos e suas atividades específicas, já que não se ama aquilo que não se conhece. Conhecendo-se mutuamente, descobrirão que muito mais poderão fazer pela evangelização somando forças, trabalhando em parceria.
Conhecimento de fazer acontecer a integração: A integração só será possível se houver, da parte dos envolvidos real interesse pelo trabalho de parceria. Não basta a vontade do pároco e do animador da comunidade. A integração precisa ser desejada por todos os membros ou ao menos, pela maioria. Portanto, antes de pensar na integração, faz-se necessário um trabalho de conscientização e de motivação sobre sua importância com os envolvidos na proposta.
Integração não é fusão: A integração pressupõe a existência de grupos bem organizados, com sua coordenação, com seus agentes/membros e com sua própria programação.
Encontros com os agentes/membros: Esses encontros servirão para estreitar os laços de amizade, fraternidade, conhecimento recíprocos e para discutir atividades que poderão ser realizadas juntas. Serão encontros para rezar, meditar a Palavra de Deus, estudar a doutrina da Igreja e conviver.
Preocupar-se com a formação permanente de seus agentes: Com certeza, agentes/membros bem formados, conscientes de sua missão e conhecedores da missão dos outros grupos favorecerão enormemente a integração e oferecerão um serviço pastoral de qualidade. A formação permanente permite ver a realidade de maneira bem mais criteriosa e objetiva. Ela favorece a criatividade na fidelidade aos valores essenciais que não passam.
Fazer tudo por amor e em espírito de serviço: Todos podem fazer muitas coisas, individualmente ou em parceria, mas, se não for por amor, de nada valerá (cf. I Cor 13). Se não fizermos tudo por amor, corremos o risco de nos cansarmos e de abandonarmos tudo. Todos devem aprender de Jesus que tudo o que fazemos na Igreja deve ser com espírito de serviço (cf. Mc 10,42-45) e de gratuidade (cf. Lc 17,10). Se trabalharmos para servir e não para receber aplausos, resistiremos com mais facilidade aos desafios. Essa compreensão do trabalho pastoral na Igreja ajuda a superar o espírito de competição, de rivalidade, e criará um espírito de comunhão e participação, encarnando o pensamento Paulino de que “eu plantei, Apolo regou, mas era Deus que fazia crescer” (I Cor 3,6). Paulo ainda afirma que “aquele que plante e aquele que rega são iguais” (I Cor 3,8). Todos são importantes para o cumprimento da missão da Igreja.
Envolver toda comunidade: Nesse trabalho de integração devemos buscar ampliar sempre mais as parcerias com outras pastorais, movimentos, associações, grupos... Para isso, precisamos formar/renovar a comunidade a fim de que todos se sintam responsáveis pelo serviço de animação vocacional, pois todos os membros da Igreja, sem exceção, têm a graça e a responsabilidade do cuidado pelas vocações.
Urgência da integração: Essa integração é mais que necessária e urgente para o bem da Igreja. Onde ela ainda não acontece deveremos buscar fazê-la acontecer. Acontecendo a integração todos ganham. Ganham as pessoas, que saberão assumir melhor o seu batismo, escutar o chamado de Deus e responder a ele. Ganha a Igreja, porque será enriquecida de muitos servidores e servidoras, “cada um no seu lugar” (I Cor 12,27), conforme os dons recebidos do Espírito Santo (cf. I Cor 12,7. 11). Ganha o Reino de Deus com o crescimento dos trabalhadores e trabalhadoras da messe.
CONTAMOS COM TODOS VOCÊS!
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