sábado, 30 de março de 2013

Os símbolos da Vigília Pascal


O simbolismo do fogo

O fogo, reconhecido pelos antigos como um dos quatro elementos do mundo, é um princípio ativo.
Tem capacidade de purificar e regenerar. Os ritos de purificação são bem conhecidos, como as queimadas para limpar o terreno.
Em sentido translato, o fogo representa o amor, as paixões que se aninham nos corações.
O fogo purifica, aquece e ilumina. Na Bíblia, o fogo é sinal da presença e da ação de Deus no mundo. É expressão de santidade e transcendência divinas. (Ex 3,2ss: a sarça ardente).
Na liturgia da Vigília Pascal, o fogo representa a grande teofania de Deus: a nova criação realizada na ressurreição de Jesus.

O simbolismo da luz
A luz é força fecundante, condição indispensável para que haja vida. As trevas são símbolo do mal, da infelicidade, da perdição e da morte. A luz exalta o que é belo e bom.
Na Bíblia, Deus é luz: – O Senhor é minha luz e salvação – Sl 27,1; Eu sou a luz do mundo, quem me segue não anda nas trevas, mas terá a luz da vida – Jo 8,12;
Quem crê se torna luz: – vós sois a luz do mundo – Mt 5,14; - reflexo da luz de Cristo.
Representa Cristo Ressuscitado, - vencedor das trevas e da morte (os cravos do círio), - Senhor da história (os algarismos), - princípio e fim (A e Z), - sol que não conhece ocaso. É aceso com o fogo novo, produzido em plena escuridão, pois na Páscoa tudo renasce.
A aclamação “Eis a luz de Cristo!” é um memorial da Páscoa. A procissão com o Círio marca a presença de Cristo no meio do seu povo.

O simbolismo da água
A água é símbolo da vida. Sem água não há vida de forma alguma.
A imersão do Círio Pascal na água é a união do elemento divino com o humano, a força fecundante de Cristo, – gerador de vida nova, – para que todos os que se banharem nessa água fecundada se tornem filhos de Deus.
A água simboliza a vida, fertiliza a terra, mata a nossa sede, lava-nos e purifica-nos … Lembra a imersão batismal pela qual nos tornamos filhos de Deus. Representa o novo nascimento: “quem não renascer da água e do Espírito não pode entrar no Reino de Deus”.

O simbolismo da cor branca
Embora os símbolos fortes e marcantes da Vigília Pascal sejam o fogo, a luz e a água, queremos também lembrar o simbolismo da cor branca que predominará durante todo o tempo pascal.
O branco é a cor da alegria e da festividade. 
No monte da transfiguração, a face de Cristo ficou brilhante como o sol, “e as suas vestes tornaram-se alvas como a luz” (Mt 17,2). “Suas vestes tornaram-se resplandecentes, extremamente brancas, de alvura tal como nenhuma lavadeira na terra as poderia alvejar” (Mc 9,3). Os anjos presentes na ressurreição do Senhor sentavam-se, “vestidos de branco” junto ao sepulcro (Jo 20,12). No Apocalipse a cor branca simboliza a pureza perfeita e a glória inacessível. Aqueles que entram na Jerusalém celeste, vindos da grande tribulação, “lavaram suas vestes e alvejaram-nas no sangue do Cordeiro” (Ap 7,13s).
Os paramentos brancos anunciam a vitória sobre o mal … e a paz que Jesus Ressuscitado nos dá. Apontam para o viver revestido dos mesmos sentimentos de Jesus: “como escolhidos de Deus, santos e amados, vistam-se de sentimentos de compaixão, bondade, humildade, mansidão, paciência …” (Cl 3,12). As vestes brancas identificam os que são fiéis a Jesus e estão inscritos no Livro da Vida (Ap 3,4-5).


domingo, 17 de março de 2013

Convite Ordenação Diaconal


Primeiras palavras do Papa Francisco



E agora iniciamos este caminho, Bispo e povo... este caminho da Igreja de Roma, que é aquela que preside a todas as Igrejas na caridade. 
Um caminho de fraternidade, de amor, de confiança entre nós. 
Rezemos sempre uns pelos outros. 
Rezemos por todo o mundo, para que haja uma grande fraternidade.


Papa Francisco

sexta-feira, 15 de março de 2013

O Perfil do Cristão: Ser justo, fazer a vontade de Deus


A identidade do cristão deve estar em consonância com a vontade de Deus. Mas qual é esta vontade? Dentro da visão bíblica, ela está solidificada na palavra “justiça”. Ali o justo é descrito como aquele que faz a vontade de Deus. Isto acontece no relacionamento com os outros, no respeito aos direitos e deveres das pessoas com quem convive.
Fazer justiça numa cultura individualista e marcada pela desleal competitividade é um grande desafio. Todas as pessoas são envolvidas e colocadas à prova, a atitudes que exigem determinação e critério evangélicos. Não é fácil ser coerente, autêntico e justo. Supõe formação porque a tendência à maldade está presente em todo ser humano.
Não estamos num mundo de condenações. É possível superar as injustiças passando por um caminho de conversão, experimentando também a via da misericórdia. Deus é misericordioso, capaz de perdoar a quem reconhece e muda de prática em suas injustiças. O perdão é sabedoria e bondade divina. Isto ocasiona vida e paz para as pessoas.
Ser cristão é desfrutar de um dom concedido por Deus, é um patrimônio disponibilizado para todos, mas vivenciado por uma minoria. Sua base está na audição da Palavra de Deus, que orienta, mostra o caminho da justiça, da misericórdia, do perdão e de renúncia aos mecanismos do mal.
A vida do cristão é ajustada com a vida de Cristo, no seguimento da vontade de Deus. É isto que registra seu perfil, isto é, sua opção e prática da verdade, da justiça e da misericórdia. É o que Deus espera do ser humano, uma resposta às propostas de salvação, que passa pela Quaresma, chegando à plenitude na Páscoa.
Falar em ser cristão hoje parece ressoar mal em nossos ouvidos. Isto não é mais levado em conta e até interpretado como “fora de contexto”, de estar na contramão da história. Será mesmo assim ou caímos num profundo distanciamento das práticas que nos identificam com Deus! Dá impressão de que o mundo vai perdendo, cada dia mais, sua qualidade de vida.
Por Dom Paulo Mendes Peixoto – Arcebispo de Uberaba (MG)