segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Vivamos intensamente o tempo do Advento


Caros filhos, eis chegado o tempo tão importante e solene que, conforme diz o Espírito Santo, é o momento favorável, o dia da salvação (cf. 2Cor 6,2), da paz e da reconciliação. É o tempo que outrora os patriarcas e profetas tão ardentemente desejaram com seus anseios e suspiros; o tempo que o justo Simeão finalmente pôde ver cheio de alegria, tempo celebrado sempre com solenidade pela Igreja, e que também deve ser constantemente vivido com fervor, louvando e agradecendo ao Pai eterno pela misericórdia que nos revelou nesse mistério. Em seu imenso amor por nós, pecadores, o Pai enviou seu Filho único a fim de libertar-nos da tirania e do poder do demônio, convidar-nos para o céu, revelar-nos os mistérios do seu reino celeste, mostrar-nos a luz da verdade, ensinar-nos a honestidade dos costumes, comunicar-nos os germes das virtudes, enriquecer-nos com os tesouros da sua graça e, enfim, adotar-nos como seus filhos e herdeiros da vida eterna.
Celebrando cada ano este mistério, a Igreja nos exorta a renovar continuamente a lembrança de tão grande amor de Deus para conosco. Ensina-nos também que a vinda de Cristo não foi proveitosa apenas para os seus contemporâneos, mas que a sua eficácia é comunicada a todos nós se, mediante a fé e os sacramentos, quisermos receber a graça que ele nos prometeu, e orientar nossa vida de acordo com os seus ensinamentos.
A Igreja deseja ainda ardentemente fazer-nos compreender que o Cristo, assim como veio uma só vez a este mundo, revestido da nossa carne, também está disposto a vir de novo, a qualquer momento, para habitar espiritualmente em nossos corações com a profusão de suas graças, se não opusermos resistência.
Por isso, a Igreja, como mãe amantíssima e cheia de zelo pela nossa salvação, nos ensina durante este tempo, com diversas celebrações, com hinos, cânticos e outras palavras do Espírito Santo, como receber convenientemente e de coração agradecido este imenso benefício e a enriquecer-nos com seus frutos, de modo que nos preparemos para a chegada de Cristo nosso Senhor com tanta solicitude como se ele estivesse para vir novamente ao mundo. É com esta diligência e esperança que os patriarcas do Antigo Testamento nos ensinaram, tanto em palavras como em exemplos, a preparar a sua vinda.
Das Cartas Pastorais de São Carlos Borromeu, bispo
(Acta Eclesiae Mediolanensis, t. 2, Lugduni, 1683, 916-917)
(Séc. XVI)
Oração
Senhor nosso Deus, dai-nos esperar solícitos a vinda do Cristo, vosso Filho. 
Que ele, ao chegar, nos encontre vigilantes na oração e proclamando o seu louvor.
 
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Sugestões Litúrgicas Advento 2011


ADVENTO 2011 – ANO B

1º Domingo do Advento (26-27 Novembro 2011)
1ª Leitura: Isaias 63, 16-17.19; 64, 2-7: Ah! Se rompesses os céus e descesses!
Salmo 79: Iluminai a vossa face sobre nós, convertei-nos, para que sejamos salvos!
2ª Leitura: I Coríntios 1, 3-9: Esperamos a revelação de nosso Senhor Jesus Cristo.
Evangelho: Marcos 13, 33-37: Vigiai, pois não sabeis quando o dono da casa virá.

- Frases temáticas
Deus vem como redentor.
Virá salvar-nos por meio de seu Filho.
Despertos para a chegada do bem maior.
Fiquemos vigilantes à espera de sua vinda.
Vigiai, pois não sabeis quando o dono da casa virá.

- Acolhida
Criar um ambiente acolhedor e fraterno, sobretudo na chegada dos irmãos e irmãs que vêm à celebração.

A equipe de celebração procure acolher e saudar afetuosamente as pessoas que vão chegando para a celebração cerca de 20 a 15 minutos antes.

Para que a assembléia melhor se prepare para a ação celebrativa é bom fazer um breve ensaio, antes da celebração, dos cantos e refrões do dia. Lembrando que neste Tempo Litúrgico exigem-se cantos próprios.

- Espaço celebrativo
A cor litúrgica para o dia de hoje é o Roxo.
O espaço celebrativo deve estar despojado e sóbrio.

Espalhar pela Igreja as frases temáticas acima sugeridas, ou outras frases bíblicas que aludam a esse tempo especial.

Preparar a coroa do Advento, com ramos verdes, enfeitada com fitas vermelha ou colorida. A cada domingo introduzir uma vela até completar quatro. Hoje se acende a vela de cor verde simbolizando a esperança, palavra que deriva de esperar.

Com base na passagem de Isaias 11, 1, pode-se colocar na porta da Igreja um tronco grande, do qual deve sair um broto (qualquer planta verde que dure todo o tempo do advento). Este símbolo realça o sentido de espera.

- Procissão de entrada
Uma ou duas pessoas trazem a coroa do advento, sem as velas, e a depositam num suporte devidamente preparado em um local visível para todos. Nunca em cima da mesa do altar.

- Ritos iniciais
Quem preside ou o animador convida a comunidade a acolher a primeira vela que se aproxima acesa, enquanto o grupo canta um refrão meditativo, como: “Ó luz do Senhor que vem sobre a terra...”

Outra opção: A coroa já pode estar preparada em seu devido lugar com todas as velas apagadas e a cada domingo, neste momento, se acende a vela da cor correspondente.

- Hino de louvor
No advento não se canta o Glória.

- Liturgia da Palavra
Na liturgia da Palavra, assumimos a atitude de escuta e nos colocamos atentamente com o “ouvido do coração” para ouvir e acolher a Palavra do Senhor. Um refrão meditativo pode substituir o comentário antes das leituras, pois ajuda a sensibilizar o coração.

- Preces
A resposta da Oração da assembléia poderá ser cantada e expressar desejo e expectativa, como: “Vem, Senhor! Vem nos libertar!”, ou semelhante.

- Liturgia Eucarística
Rezar o Prefacio do Advento I.

Acentuar os momentos de silêncio, principalmente, após a comunhão.

- Comunhão
Viver com especial fervor e devoção o Rito da comunhão com um cântico que retome o conteúdo do Evangelho.

- Ritos finais
Lembrar a comunidade de alguns compromissos importantes desse período como a organização e realização da Novena de Natal e a Campanha da Evangelização.

Incentivar as famílias a armarem o presépio em casa e também confeccionarem uma coroa do Advento para ser acesa nos momentos de oração em família.

O presépio na Igreja pode ser preparado aos poucos, para dar o sentido de expectativa e proximidade do Natal. Hoje se prepara o local e o cenário.

Abençoar o povo com a bênção própria do advento.

A despedida pode ser em consonância com o mistério celebrado: Preparai o caminho do Senhor, ide em paz...

- Observações finais
Adaptar essas dicas à realidade da comunidade.
Tomar o cuidado para não sobrecarregar a celebração de símbolos.
O símbolo deve falar por si mesmo, não se deve fazer longas explicações sobre os símbolos.

Referência:
PEREIRA, José Carlos. Liturgia: sugestões para dinamizar as celebrações. Petrópolis: Vozes, 2009.



2º Domingo do Advento (03-04 Dezembro 2011)
1ª Leitura: Isaias 40, 1-5.9-11: Preparai o caminho do Senhor
Salmo 84: Mostrai-nos, ó Senhor, vossa bondade, e a vossa salvação nos concedei!
2ª Leitura: II Pedro 3, 8-14: O que nós esperamos são novos céus e uma nova terra.
Evangelho: Marcos 1, 1-8: Endireitai as estradas do Senhor

- Frases temáticas
Conversão, instrumento de mudança.
Deus vem para que voltemos a Ele.
Preparai o caminho para o Senhor.
Preparemos o caminho.
Caminhos a preparar.

- Espaço celebrativo
A cor litúrgica para o dia de hoje é o Roxo.
A ornamentação da Igreja nesse tempo do advento deve ser discreta. Poucas flores e se possível da cor roxa.
A cor litúrgica pode ser usada nas velas, nas vestes do sacerdote, nas toalhas do ambão, etc.
Os instrumentos musicais devem ser usados com moderação.
Escolher cantos que tornem presentes o espírito do Advento.
A figura a ser destacada nessa celebração de hoje é João Batista.
Hoje se acende a vela de cor vermelha lembrando o martírio de João Batista.

- Procissão de entrada
Trazer a segunda vela do Advento.
Convidar um homem de nome João para trazer a imagem de João Batista.
Entrar também com uma das frases sugeridas acima para ajudar a comunidade a entender o espírito da celebração desse dia.

- Ato penitencial
Lembrando João Batista o ato penitencial pode ser feito com aspersão de água benta e com um canto apropriado, como “Banhados em Cristo”, entre outros.

- Liturgia Eucarística
Rezar o prefacio próprio para esse Domingo do Advento.

- Ritos finais
Lembrar a comunidade de alguns compromissos importantes desse período como a organização e realização da Novena de Natal e a Campanha da Evangelização.
A coleta da Campanha para evangelização se realizará na próxima semana.
O presépio na Igreja pode ser preparado aos poucos, para dar o sentido de expectativa e proximidade do Natal. Hoje se coloca os animais e as plantas.
Abençoar o povo com a bênção própria do advento.
A despedida pode ser em consonância com o mistério celebrado: Preparai o caminho do Senhor, ide em paz...



3º Domingo do Advento (10-11 Dezembro 2011)
Domingo Gaudete ou Domingo da alegria
1ª Leitura: Isaias 61, 1-2.10-11: Exulto de alegria no Senhor.
Salmo (Cântico Lc 1, 46-54): A minh’alma se alegra no meu Deus.
2ª Leitura: I Tessalonicenses 5, 16-24: Estais sempre alegres, irmãos.
Evangelho: João 1, 6-8.19-28: O testemunho de João.


- Frases temáticas
Alegrai-vos sempre no Senhor. De novo eu vos digo: Alegrai-vos! O Senhor está perto.
Testemunhas da alegria de Cristo.
Deus vem para alegria dos pobres.
João apontando o caminho.

- Espaço celebrativo
A cor litúrgica para o dia de hoje é o Róseo.
Hoje se usam flores na ornamentação da igreja, mas com moderação.
A cor litúrgica pode ser usada nas velas, nas vestes do sacerdote, nas toalhas do ambão, etc.

- Acolhida
Na entrada principal da Igreja pode ser colocado uma mesa ornamentada com toalhas coloridas e um arranjo de flores. Colocar frases de boas-vindas e uma das frases indicadas acima. Esses símbolos e a ornamentação da Igreja salientam a alegria desse domingo Gaudete.

- Procissão de entrada
Trazer a terceira vela do Advento.
Entrar também com uma das frases sugeridas acima para ajudar a comunidade a entender o espírito da celebração desse dia.
- Ato penitencial
Fazer o Rito da aspersão, acompanhado de um canto apropriado.

- Preces
A resposta pode ser cantada de uma forma a expressar desejo e expectativa, como: “Vem, Senhor. Vem nos libertar!”.

- Ofertório
Hoje se realiza a coleta da Campanha para a evangelização. Se possível explicar a destinação desses recursos.

- Liturgia Eucarística
Hoje de modo especial canta-se as respostas da Oração Eucarística, o Santo, o Prefácio, o Amém da doxologia e o Cordeiro de Deus.

- Ritos finais
Hoje se coloca no presépio as imagens dos reis magos e a manjedoura vazia.
Abençoar o povo com a bênção própria do advento.
A despedida pode ser em consonância com o mistério celebrado: Alegrai-vos sempre no Senhor, ide em paz...



4º Domingo do Advento (17-18 Dezembro 2011)
1ª Leitura: II Samuel 7, 1-5.8-12.14-16: Davi quer construir uma casa para o Senhor.
Salmo 88: Ó Senhor, eu cantarei eternamente o vosso amor!
2ª Leitura: Romanos 16, 25-27: O mistério agora foi manifestado.
Evangelho: Lucas 1, 26-38: Eis que conceberás e darás à luz um filho.

- Frases temáticas
A habitação viva. / Jesus, filho de Davi. / Uma casa para Deus. / Deus pede o nosso “sim”. / Gerando uma nova história.

- Espaço celebrativo
A cor litúrgica para o dia de hoje é o Roxo.
Hoje se acende a vela de cor branca.
Ao lado do tronco com o broto que foi sugerido nos domingos anteriores poderá ser colocada uma imagem de nossa Senhora grávida, como Aparecida, Guadalupe, etc. Ou se preferir uma imagem de São José e um anjo.
Se na comunidade houver grupo de coroinhas eles podem participar dessa celebração vestidos de anjos.

- Acolhida
Valorizar o gesto de acolhida a exemplo de Maria que acolheu com alegria o Salvador.

- Procissão de entrada
Mulheres grávidas ou crianças vestidas de anjos podem trazer as imagens de Maria e São José, a serem colocadas em local de destaque.

- Ritos iniciais
Quem preside ou o animador convida a comunidade a acolher a quarta vela que se aproxima acesa, ou uma mulher grávida a acende nesse momento, enquanto o grupo canta um refrão meditativo.

- Liturgia da Palavra
O evangelho poder ser dialogado ou encenado.
Após, a assembléia poderá rezar a primeira parte da Ave Maria, retomando o Evangelho.

- Ofertório
Na procissão do ofertório o casal, com a grávida, pode levar ao altar o pão e o vinho.
A assembléia pode realizar a oferta de roupas e utensílios de bebê a serem doados às grávidas carentes da comunidade. Essas roupas podem estar embaladas em papel de presente a serem depositadas aos pés da imagem de Nossa Senhora. Para que isso aconteça tal pedido deve ser feito com antecedência.

- Ritos finais
Hoje se coloca no presépio as imagens de Maria e José. Na noite de Natal os anjos e o menino Jesus.
Abençoar o povo com a bênção própria do advento e se possível pedir que as gestantes se aproximem do altar para benção final.
Canto final em louvor a Mãe de Deus.

- Combinar com o sacerdote da comunidade uma celebração penitencial antes do Natal. Se possível e oportuna seja feita, em sua forma comunitária, a administração do sacramento da penitencia. Isso ajudará a comunidade a se preparar para a celebração do Natal.

Esse é um tempo oportuno para pedir que cada pessoa convide outras pessoas não participantes da vida da comunidade para as celebrações natalinas, como a Novena e a Missa de Natal.

Referência
PEREIRA, José Carlos. Liturgia: sugestões para dinamizar as celebrações. Petrópolis: Vozes, 2009.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

O Tempo do Advento


O Advento é um dos tempos do Ano Litúrgico e pertence ao ciclo do Natal. A liturgia do Advento caracteriza-se como período de preparação, como se pode deduzir da própria palavra “advento” que se origina do verbo latino advenire, que quer dizer chegar.
Advento quer dizer chegada, vinda. Originalmente, a palavra advento era usada pelos antigos romanos para anunciar a visita do seu soberano às províncias fora de Roma. Isto significava para o povo um tempo de preparação, para que quando o rei chegasse tudo estivesse em ordem. Mais tarde, os cristãos começaram a designar “advento” as semanas que antecedem e preparam a festa do nascimento de Jesus.

Advento é tempo de espera d’Aquele que há de vir. Pelo Advento nos preparamos para celebrar o Senhor que veio, que vem e que virá; sua liturgia conduz a celebrar as duas vindas de Cristo: Natal e Parusia. Na primeira, celebra-se a manifestação de Deus experimentada há mais de dois mil anos com o nascimento de Jesus, e na segunda, a sua desejada manifestação no final dos tempos, quando Cristo vier em sua glória.
O Advento celebra a vinda de Jesus Cristo no tempo e na historia dos seres humanos, para trazer-lhes a salvação. É, portanto, o tempo da expectativa, e o cristão é chamado a vivê-lo em plenitude para poder receber dignamente o Senhor no momento em que vier.

As atitudes interiores que nos preparam melhor para esta vinda podem ser assim expressas:
- Manter-se vigilante na fé, na oração, em uma abertura atenta e disponível para reconhecer os “sinais” da vinda do Senhor em todas as circunstancias e momentos da vida e até o fim dos tempos.
- Andar no caminho traçado por Deus, sem se desviar por caminhos tortuosos.
- Manter um coração pobre e vazio de si, imitando São José, Nossa Senhora, João Batista e os outros “pobres” do evangelho, que, precisamente por serem pobres e humildes, souberam reconhecer em Jesus o Filho de Deus que veio salvar a todos.

Um dos muitos símbolos do Natal é a coroa do Advento que, por meio de seu formato circular e de suas cores, silenciosamente expressa a esperança e convida à alegre vigilância.

A coroa do Advento.

A coroa teve sua origem no século XIX, na Alemanha, nas regiões evangélicas, situadas ao norte do país. Nós, católicos, adotamos o costume da coroa do Advento no início do século XX. Na confecção da coroa eram usados ramos de pinheiro e cipreste, únicas árvores cujos ramos não perdem suas folhas no outono e estão sempre verdes, mesmo no inverno. Os ramos verdes são sinais da vida que teimosamente resiste; são sinais da esperança. Em algumas comunidades, os fiéis envolvem a coroa com uma fita vermelha que lembra o amor de Deus que nos envolve e nos foi manifestado pelo nascimento de Jesus. Até forma circular da coroa, tem um bonito simbolismo. Sendo uma figura sem começo e fim, representa perfeição, harmonia e eternidade. 
Na coroa, também são colocadas quatro velas referentes a cada domingo que antecede o Natal. A luz vai aumentando à medida que se aproxima o Natal, festa da luz que é Cristo, quando a luz da salvação brilha para toda humanidade. Quanto às cores das quatro velas no Brasil tem-se propagado o costume de se usar velas coloridas, cada uma de uma cor, visto que nosso país é marcado pelas culturas indígena e afro, onde o colorido lembra festa, dança e alegria.

Campanha para evangelização.

No Advento a CNBB lança a cada ano a “Campanha para a Evangelização” a fim de despertar mais vivamente a consciência do cristão para essa missão da Igreja, que é de evangelizar todos os povos.
Utilizando o material que todo ano é distribuído, as celebrações dominicais do Advento poderão ser dinamizadas de modo a envolver todos os membros de nossas paróquias e comunidades na Coleta da Campanha para a Evangelização, a ser realizada no terceiro Domingo do Advento.
Lembramos que o gesto concreto dessa Coleta, além do percentual destinado à CNBB, ajuda a própria Diocese nos trabalhos pastorais e evangelizadores. Através dessa prestação de contas, pode-se constatar como é importante a doação de todos para que a nossa Igreja continue evangelizando mais e melhor.

Participar da celebração eucarística neste tempo do Advento significa acolher e reconhecer o Senhor, que continuamente vem ficar no meio de nós e segui-lo no caminho que leva ao Pai. Afim de que, com sua vinda gloriosa no fim dos tempos, ele nos introduza todos juntos no Reino, para fazer-nos tomar parte na vida eterna, com os bem-aventurados e os santos do céu.

sábado, 12 de novembro de 2011

Solenidade de Cristo Rei do Universo


A Festa de Cristo Rei é uma das festas mais importantes no calendário litúrgico, nela celebramos Cristo como Rei do universo. O seu Reino é o Reino da verdade e da vida, da santidade e da graça, da justiça, do amor e da paz.
Essa solenidade é a coroação de todo o ciclo da liturgia eclesiástica, porque na figura de Cristo Rei, se resume toda a obra salvadora do Messias. Ele é o alfa e o ômega, o princípio e o fim.
Nesse dia encerramos o ano litúrgico e começamos o tempo advento. A Igreja convida-nos a concentrar nossa mente e coração nesse fundamento de nossa fé; Jesus Cristo, Rei e Senhor de nossas vidas.

- Instituição
Estávamos no ano 1925 de nossa era Cristã. Sob o contexto de outra guerra, a segunda mundial, mais espantosa que a primeira e que custaria 26 milhões de vidas.
Naquela hora de dor o Papa Pio XI fez ouvir a sua voz e gritou: "A paz de Cristo, pelo reinado de Cristo!". E com a encíclica chamada "Quas Primas", o Papa instituía a Festa de Cristo Rei.
Pio XI insistia na necessidade de reconhecer a autoridade universal de Cristo, porque a aceitação de Cristo faria desaparecer as divisões de pessoas, classes sociais, povos e nações, que acabaria com os ódios, as injustiças e toda a escravidão.
Assim concluía o Papa: “é necessário que Cristo reine na mente dos homens, é necessário que Cristo reine na vontade dos homens, é necessário que reine nos corações dos homens, por um ardente amor a Ele; e é necessário que Cristo reine em nossos corpos e em nossos membros para que sirvam à paz externa da sociedade e à paz interna de nossas almas”.

- Na bíblia.
“Jesus de Nazaré, Rei dos Judeus”, foi a inscrição que Pilatos mandou pôr sobre sua cabeça quando foi sentenciado à morte. Desde esse dia milhares de pessoas no mundo olham a cruz com devoção e fé.
Quando Jesus respondeu a Pilatos: “Tu o dizes, sou Rei”, matizou sua afirmação e continuou: “Eu para isso nasci; para isso vim ao mundo, para dar testemunho da Verdade. Todo o que é da verdade ouve minha voz...” Essa é a Verdade de Deus, uma verdade eterna.
Passaram já vinte e um séculos de História e, no entanto por esse Rei sentenciado à morte somos hoje como uma coroa humana de corações em louvor, em admiração, em obediência e em fervor para Cristo Rei, nosso Rei!

- Rei de um Reino muito especial

Sendo Jesus o Rei de toda a criação, da história do homem, sua realeza é universal. Por isso não podemos levá-lo em nível de ideologia humana, partidária, triunfalista. Seu reino chega justamente à consciência do homem para fazê-lo livre e mais apto para exercer sua propriedade sobre o mundo.
O Reino de Jesus Cristo é de misericórdia, de bondade, de amor. Ele é um Rei cheio de mansidão, pacífico, que derrama sua influência benéfica sobre as pessoas, pela fé. O prefácio da missa de Cristo Rei faz um belo resumo com estas frases: “Um reino universal e eterno. Um reino de verdade e de vida. Um reino de santidade e de graça. Um reino de justiça, amor e paz”.
Na festa de Rei de Cristo Ele deve começar a reinar em nossos corações no momento em que nós permitimos isto a Ele, e o Reino de Deus pode deste modo fazer-se presente em nossas casas, famílias, comunidade e, principalmente, na nossa vida.
Nós cristãos, com nosso testemunho, temos que trabalhar para que em nossa sociedade o reino de Jesus seja a história da verdade sobre o erro, da pureza sobre a corrupção, da vida sobre a morte.
Dedicar a nossa vida a expandir o Reino de Cristo na terra é o melhor que podemos fazer, pois Cristo nos recompensará com alegria e uma paz profunda em todas as circunstancias da vida.

sábado, 5 de novembro de 2011

O que é a Igreja segundo o Concilio Vaticano II?


O Concilio Ecumênico Vaticano II foi convocado pelo Papa João XXIII no dia 25 de dezembro de 1961 e foi encerrado pelo Papa Paulo VI no dia 8 de dezembro de 1965. Nas suas quatro sessões os mais de 2.000 participantes convocados de todo o planeta discutiram e regulamentaram vários temas sobre a Igreja Católica.
O Papa João Paulo II classificou o Concilio Vaticano II como um momento de reflexão global da Igreja sobre si mesma e sobre as suas relações com o mundo. De fato esse Concílio é antes de tudo uma atitude nova da Igreja diante do mundo desse tempo que cavou simultaneamente dois sulcos: o da proximidade das alegrias e tristezas dos humanos deste tempo e o de uma redescoberta das fontes vivas da Tradição.
O Concilio Vaticano II definiu que a Igreja é em primeiro lugar o mistério do encontro de Deus com a humanidade, ou seja, a Igreja é o lugar onde se realiza a comunhão com Deus e a união entre seus filhos.
Antes desse Concilio a Igreja era concebida como uma sociedade hierárquica constituída e funcionando a partir de si mesma. Ou seja, a Igreja seguia um modelo piramidal onde os membros do clero eram os superiores e os únicos agentes na Igreja e os leigos eram inferiores e tinham a única função de obedecer e se deixar ensinar.
A partir do Vaticano II a Igreja segue uma estrutura de comunhão e participação. Todos os batizados são testemunhas e artesãos da comunhão que tem como modelo a Trindade. Seguindo esse modelo, todos - clero e leigos - são chamados a agir em conjunto para o bem da Igreja inteira e da sua missão no mundo.
Nessa perspectiva o Concilio nomeia a Igreja como: Povo de Deus, Corpo de Cristo, Templo do Espírito (cf. LG 17; PO 1; AG 7). A Igreja é ao mesmo tempo o povo convocado pelo Pai, o Corpo construído pelo Cristo, o Templo animado pelo Espírito.
O Vaticano II lembrou que a Igreja não é feita para si mesma, ainda menos para sua própria glória, mas para o advento do Reino e para a salvação do mundo. É essa a responsabilidade do clero, dos leigos, enfim, de todos os batizados.