sexta-feira, 23 de outubro de 2009

CRISTO REI DO UNIVERSO

A Festa de Cristo Rei é uma das festas mais importantes no calendário litúrgico, nela celebramos Cristo como Rei do universo. O seu Reino é o Reino da verdade e da vida, da santidade e da graça, da justiça, do amor e da paz.

Essa solenidade é a coroação de todo o ciclo da liturgia eclesiástica, porque na figura de Cristo Rei, se resume toda a obra salvadora do Messias. Ele é o alfa e o ômega, o princípio e o fim.

Nesse dia encerramos o ano litúrgico e começamos o tempo advento. A Igreja convida-nos a concentrar nossa mente e coração nesse fundamento de nossa fé; Jesus Cristo, Rei e Senhor de nossas vidas.

Instituição

Estávamos no ano 1925 de nossa era Cristã. Sob o contexto de outra guerra, a segunda mundial, mais espantosa que a primeira e que custaria 26 milhões de vidas.

Naquela hora de dor o Papa Pio XI fez ouvir a sua voz e gritou: "A paz de Cristo, pelo reinado de Cristo!". E com a encíclica chamada "Quas Primas", o Papa instituía a Festa de Cristo Rei.

Pio XI insistia na necessidade de reconhecer a autoridade universal de Cristo, porque a aceitação de Cristo faria desaparecer as divisões de pessoas, classes sociais, povos e nações, que acabaria com os ódios, as injustiças e toda a escravidão.

Assim concluía o Papa: “é necessário que Cristo reine na mente dos homens, é necessário que Cristo reine na vontade dos homens, é necessário que reine nos corações dos homens, por um ardente amor a Ele; e é necessário que Cristo reine em nossos corpos e em nossos membros para que sirvam à paz externa da sociedade e à paz interna de nossas almas”.

Na bíblia.

“Jesus de Nazaré, Rei dos Judeus”, foi a inscrição que Pilatos mandou pôr sobre sua cabeça quando foi sentenciado à morte. Desde esse dia milhares de pessoas no mundo olham a cruz com devoção e fé.

Quando Jesus respondeu a Pilatos: “Tu o dizes, sou Rei”, matizou sua afirmação e continuou: “Eu para isso nasci; para isso vim ao mundo, para dar testemunho da Verdade. Todo o que é da verdade ouve minha voz...” Essa é a Verdade de Deus, uma verdade eterna.

Passaram já vinte e um séculos de História e, no entanto por esse Rei sentenciado à morte somos hoje como uma coroa humana de corações em louvor, em admiração, em obediência e em fervor para Cristo Rei, nosso Rei!

Rei de um Reino muito especial

Sendo Jesus o Rei de toda a criação, da história do homem, sua realeza é universal. Por isso não podemos levá-lo em nível de ideologia humana, partidária, triunfalista. Seu reino chega justamente à consciência do homem para fazê-lo livre e mais apto para exercer sua propriedade sobre o mundo.

O Reino de Jesus Cristo é de misericórdia, de bondade, de amor. Ele é um Rei cheio de mansidão, pacífico, que derrama sua influência benéfica sobre as pessoas, pela fé. O prefácio da missa de Cristo Rei faz um belo resumo com estas frases: “Um reino universal e eterno. Um reino de verdade e de vida. Um reino de santidade e de graça. Um reino de justiça, amor e paz”.

Na festa de Rei de Cristo Ele deve começar a reinar em nossos corações no momento em que nós permitimos isto a Ele, e o Reino de Deus pode deste modo fazer-se presente em nossas casas, famílias, comunidade e, principalmente, na nossa vida.

Nós cristãos, com nosso testemunho, temos que trabalhar para que em nossa sociedade o reino de Jesus seja a história da verdade sobre o erro, da pureza sobre a corrupção, da vida sobre a morte.

Dedicar a nossa vida a expandir o Reino de Cristo na terra é o melhor que podemos fazer, pois Cristo nos recompensará com alegria e uma paz profunda em todas as circunstancias da vida.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Liturgia e Celebrações Litúrgicas.

Ø O Que é Liturgia?

Liturgia é, antes de tudo, AÇÃO. Ação supõe movimento. A liturgia se expressa mediante palavras e gestos. Por isso, dizemos que a Liturgia e feita de sinais sensíveis, ou seja, sinais que chegam aos nossos sentidos (audição, tato, olfato, paladar, visão).

Antigamente, fora do campo religioso, Liturgia queria dizer Ação do Povo. A igreja passou a aplicar este termo para indicar ação do povo Reunido para expressar sua Fé em Deus.

Ø O que é celebrar?

Celebrar tem vários significados: festejar em massa, solenizar, honrar, exaltar, cercar de cuidado e de estima.

O ser humano é naturalmente celebrativo. As pessoas facilmente se reúnem para celebrar aniversários, vitórias esportivas, formaturas, batizados, casamentos, funerais, etc.

Ø Celebrações Litúrgicas

O que são celebrações litúrgicas? São encontros de Deus com o seu povo reunido. Esses encontros se realizam mediante algumas condições que chamamos Elementos Constitutivos da celebração litúrgica.

Os principais elementos que constituem uma celebração litúrgica são seguintes:

  1. Assembléia: São pessoas batizadas que se reúnem para celebrar.

  1. Ministros: Há Ministros ordenados –Bispo, Padres, Diáconos-e os Ministros Instituídos – Leitores e Acólitos.Há inúmeros outros ministros não ordenados, nem instituídos: ministros extraordinários da eucaristia, ministros da palavra, ministros do batismo...e ministros para os vários serviços da celebração litúrgica

  1. Proclamação da Palavra de Deus: Leitura de um trecho da Bíblia, escolhido para a celebração.

  1. Palavra da Igreja (Sermão Pastorial): Explicação da palavra proclamada, homilia, e orações.

  1. Ações Simbólicas: Ritos e símbolos mediantes os quais os fiéis entram em comunhão com Deus.

  1. Cantos: Indispensável na celebração, os cantos expressam harmonia dos cristãos, unida pela mesma fé.

  1. Espaço: Local da celebração, mas significa também ocasião para se reforçar os laços de fraternidade, momento da organização e luta por melhores condições de vida, e ambiente da festa humana.

  1. Tempo: É a sucessão de horas do dia e da noite, e também o instante da graça de Deus: são momentos em que Deus, desde toda a eternidade, vai realizando seu plano de salvação na história humana.

Simbolos e gestos simbolicos

Costumam dizer que a bandeira nacional é um símbolo da pátria.Isto quer dizer que quando você vê ou toca a bandeira, logo seu pensamento voa até o país que ela representa, por exemplo, o Brasil. Então, através da bandeira do Brasil você passa a considerar tudo o que pertence ao Brasil, sua extensão, as matas, os rios, as riquezas, o povo, enfim tudo o que faz parte do Brasil.Esse alguém ofender a bandeira, mexe com o sentimento patriótico.

Então o símbolo (objeto) nos transporta para outra realidade que está além do símbolo e tem relação com símbolo.Vamos dar um exemplo, tirado do mundo cristão: o crucifixo.

Todo cristão reconhece no crucificado a pessoa de Jesus Cristo, que redimiu do pecado e nos salvou.Portanto, aquele objeto de metal, madeira, ou de outro material, simboliza nosso Redentor, Jesus Cristo.Por isso tratamos com respeito o crucifixo.

Gestos simbólicos são ações que têm a mesma função do símbolo, isto é, nos transportam para outra dimensão, outra realidade, que, porém tem relação com o gesto simbólico.Por exemplo, no início e no fim, da missa o padre traça sobre si o sinal-da-cruz, enquanto diz as palavras “Em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo“.E um gesto simbólico, que nos remete à Santíssima Trindade a que invocamos nesses momentos.

A seguir vamos explicar brevemente alguns sinais ou símbolos cristãos utilizados com freqüência na liturgia

.AQ: São a primeira e as últimas letras do alfabeto grego (Alfa e Omega).São aplicadas a Cristo, principio e fim de todas as coisas. Em geral aparecem no círio pascal, mas também nos paramentos litúrgicos, no ambão e no tabernáculos.

Este sinal é formado por duas letras do alfabeto grego (X-P) e correspondem ao C e R da língua portuguesa. Ajustando as duas,formavam-se as inicias da palavra Cristos:Cristo. Com freqüência este sinal aparece nos paramentos dos padres, no ambão, na porta do sacrário e na hóstia.

IHS: São inicias das palavras latinas Iesus Hominum Salvator, que significa: Jesus Salvador dos Homens.Geralmente são empregadas nas portas dos tabernáculos e nas hóstias.

PEIXE: Símbolos de Cristo. No inicio do cristianismo, em tempos de perseguição, o peixe era o sinal que os cristãos usavam para representar o Salvador.E que as inicias da palavra peixe na língua grega –IXTYS- explicavam que era Jesus: Iesus Cristos Teós Yós Sotér: Jesus Cristo, Filho de Deus Salvador.

As letras INRI são as inicias das palavras latinas Iesus Nazarenus Rex Iudocorum, que significaram: Jesus Rei dos Judeus.O Evangelho de João nos informa que estas palavras estavam escritas em três línguas (hebraico, latim, grego) sobre a cruz de Jesus (cf, João. 19,19).

Triângulo: com três ângulos iguais (eqüilátero) representa a Santíssima Trindade (Pai, Filho e Espírito Santo).

Conclusão

Os símbolos falam por si e têm grande poder de comunicação. Podemos escolher os símbolos para as celebrações, mas não devemos explicá-los, porque, à medida que explicamos, empobrecemos seus significados e encurtamos os seus alcance.Cada pessoa será atingida pelo símbolo conforme sua compreensão, sua historia de vida, sua situação no momento atual.

Um símbolo bem aproveitado nas celebrações poderá ser suficiente para atingir os objetivos desejados pela equipe da liturgia. Por isso, sou do parecer que,numa mesma celebração litúrgica,não se devem acumular símbolos.Símbolos amontoados soam símbolos de símbolos desperdiçados.